Quando procurei no Google uma ilustração sobre sincronicidade para o texto, encontrei esta. |
Certamente,
os acasos do dia a dia que se fazem significativos o são apenas para
quem os vivenciam. Mas esta história me pareceu tão estatisticamente
improvável, que não poderia deixar de compartilhar:
Estava indo
ao mercado com minha esposa e minha cunhada. Ao chegar para estacionar,
vi que por ali, próximo às vagas, estava um homem que vendia acessórios
para carros: protetor para o volante, capas para banco, friso para o
limpador de parabrisas, essas coisas. Pasmo que o vi e soltei imediato
para as duas mulheres: "pois acho que um cara assim, no meio de um
estacionamento, parado vendendo essas bugingangas, deve estar assim para
roubar, disfarçado." Ao que minha esposa já emendou em mostrar meu
comentário na contra-mão, e eu mesmo parecia me desconhecer em dizer
aquilo. Assim, senti-me em culpa e erro.
Mas não percebi exatamente como sair disto, e o homem, tão logo desci
do meu carro, se aproximou e disse: "bom dia", ao que já respondi
estranhamente, dizendo que bom dia, que precisava apenas trocar o
limpador de parabrisas traseiro, mas que provavelmente ele não teria o
modelo exato etc. Ele calmamente disse: "olha, a gente só troca a
borrachinha da paleta. Custa dez reais." Então, como para refazer o mal
feito e mal dito, resolvi deixar ele trocar o limpador de parabrisas.
Pois entrei no mercado, as mulheres demorando, voltei para pagar o homem, e assim se deu o que interessa:
- Já troquei, tá certinho!
- Pois aqui estão os dez reais!
- Não, moço. Faço questão. Primeiro, teste para ver se ficou bom.
Eu queria mais testar nada! Queria ir embora dali! O homem assim
trabalhador e eu pensando mal nele, e sem nem saber perdoar a situação,
eu me via muito em mal estar, aprendiz em perdoar, inferindo em
inferir...
Então, testei o limpador, tudo muito bom, tudo
certo...e foi quando o homem disse, mas disse como se não fosse
exatamente ele quem estivesse a dizer, mas o E.S. Quem dissesse através
dele, ou por ele, ou por mim, enquanto apontava para o vidro limpo e
lavado:
- tá vendo moço: nenhuma mancha. Nenhuma manchinha...
Isso ele disse em um tom muito amoroso, exato, como quem canta. Então,
percebi que estava salvo, que o homem estava salvo, que Algo via aquilo
que ocorria pelo certo. Entreguei para ele a nota de dez. Ele agradeceu e
saiu. Contudo, eu não me sentia exatamente bem....parecia que havia
tocado no fundo de algum poço. Eu estava culpado, achando erro, e foi no
se virar daquele homem que vi, estampado em sua camisa, entre aspas, na
parte de trás, decerto a camiseta bíblica:
"- Eis que Deus renova todas as coisas."
E assim se deu o perdão entre todos.
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Mas não percebi exatamente como sair disto, e o homem, tão logo desci do meu carro, se aproximou e disse: "bom dia", ao que já respondi estranhamente, dizendo que bom dia, que precisava apenas trocar o limpador de parabrisas traseiro, mas que provavelmente ele não teria o modelo exato etc. Ele calmamente disse: "olha, a gente só troca a borrachinha da paleta. Custa dez reais." Então, como para refazer o mal feito e mal dito, resolvi deixar ele trocar o limpador de parabrisas.
Pois entrei no mercado, as mulheres demorando, voltei para pagar o homem, e assim se deu o que interessa:
- Já troquei, tá certinho!
- Pois aqui estão os dez reais!
- Não, moço. Faço questão. Primeiro, teste para ver se ficou bom.
Eu queria mais testar nada! Queria ir embora dali! O homem assim trabalhador e eu pensando mal nele, e sem nem saber perdoar a situação, eu me via muito em mal estar, aprendiz em perdoar, inferindo em inferir...
Então, testei o limpador, tudo muito bom, tudo certo...e foi quando o homem disse, mas disse como se não fosse exatamente ele quem estivesse a dizer, mas o E.S. Quem dissesse através dele, ou por ele, ou por mim, enquanto apontava para o vidro limpo e lavado:
- tá vendo moço: nenhuma mancha. Nenhuma manchinha...
Isso ele disse em um tom muito amoroso, exato, como quem canta. Então, percebi que estava salvo, que o homem estava salvo, que Algo via aquilo que ocorria pelo certo. Entreguei para ele a nota de dez. Ele agradeceu e saiu. Contudo, eu não me sentia exatamente bem....parecia que havia tocado no fundo de algum poço. Eu estava culpado, achando erro, e foi no se virar daquele homem que vi, estampado em sua camisa, entre aspas, na parte de trás, decerto a camiseta bíblica:
"- Eis que Deus renova todas as coisas."
E assim se deu o perdão entre todos.
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