sábado, 19 de março de 2011

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - João Silvério

João e seu sobrinho Duda
João jovem, que se diga assim: de boa! Palavrão para ele é uma ênfase — nada de ofensa se ouve sério em palavras de meu amigo João. Decerto às vezes se irrita, perfaz o caminho da calma pelos inversos, até que entende o que é o perdão, e rapidamente tudo é bem feito de novo, pois meu amigo tem inimigos nenhum, sequer em faz-de-conta. Quando se esquece de algo, lembra de outra coisa útil, já que o tempo para ele é coisa: massa de modelar. Nunca viu um desafio, meu amigo vive a vida. Gosto muito quando meu amigo toca a música que compôs sobre a chuva. Certo dia, meu amigo me ensinou sabedorias: disse-me que hoje em dia ninguém anda devagar. Meu amigo, leve em passos, me lembrou de passear. Sua bicicleta é uma memória, e a virtude é um arranjo em liberdade. Não pediu a Deus um nada, só a força para si — e tudo simples lhe veio, com dificuldades decerto, meu amigo trabalhando. Saturado de verdades que viu na televisão, meu amigo lembrou-se de esquecer. Para isso, lemos juntos muitos livros de História. Nos paradoxos, meu amigo construiu um castelo. Nele, reina com atenção devota aos cuidados. Meu amigo sabe o irmão que é. A ele dedico um abraço fraterno que o tempo não atrai para passados. Meu amigo sempre, jovem João.


João Silverio é paranaense e mora atualmente em Cuiabá-MT


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