A extensão em ideias refere-se à dinâmica da “extrapolação” de Deus em um mundo de sonhos e separação. Nada surge em imagens sem possuir uma fonte para sua formação. A mente precisou divergir de si mesma em propósito para “armar” o lego das moléculas. Agora, a cada vez que o pensamento produz imagens, surge um diferencial em forma que não é associativo, pois quando é dito no UCEM que todo pensamento produz forma em algum nível (T-2, VI, 9:12), não existe uma proposição assertiva quanto à aparição desta imagem ao pensador como uma resposta imediata em forma. Isso quer apenas dizer que se pode estar a pensar aqui enquanto um universo todo está sendo criado.
Deveras
que as imagens imediatas que se apresentam em separação à tua frente em formato
mundo são apenas tuas acepções em pensamento daquilo que crês. Mas as extensões
de teus pensamentos podem associar pressupostos de amor e milagres em escala
muito maior do que a tua percepção resume, isto é, tudo o que percebes são
imagens que tens feitos com teus pensamentos, mas nem todas as imagens que teus
pensamentos produzem são percebidas por ti. No UCEM está dito: milagres são expressões de amor, mas podem
não ter sempre efeitos observáveis (T-1, I, 35:1). O amor estendido não
apraz apenas aquele que dá, mas toda a Filiação ganha com o ganhar de um, mas
não podes “fiscalizar” ou “atestar” isto nas imagens.
A
diferença entre extensão e projeção está explicada nestas introduções. A
projeção não cria, ela apenas julga. Enquanto o pensamento estende em imagens,
a projeção vem “depois” para julgá-las e promover a hipnose do sonho. Quando
dizemos “hipnose” estamos a explicar que o julgamento produz um torpor em
relação as imagens que vês. Ora, se as imagens que vês são os efeitos
observáveis de teus pensamentos, elas não precisam ser julgadas em absoluto,
pois estão aí para serem vistas! Quando as julgas, estás projetando, e eis a
demonstração do mesmo em relação às diferenças.
Como
verás ao teu irmão como o mesmo se o julgas, ou projetas sobre ele? Aquele
corpo que aparece a tua frente é teu pensamento sobre uma parte tua que parece
separada. Se o julgas, como pode permanecer como uma parte tua? Agora ele é tipificado,
não é mais uma extensão de teu pensamento. Assim, a projeção manipula os
pensamentos mesmo após sua acepção em pensamento.
Pergunta:
quer dizer então que todo irmão que
aparece a minha frente é apenas um pensamento meu?
Somos
todos um pensamento de Deus. O pensamento que promoveu a separação, e que
momentaneamente é teu modo de pensar, dividiu o Pensamento de Deus em corpos,
para separar o Um em múltiplos. Como isso não é possível, a cura surge em
perceber o corpo de teu irmão como um véu que esconde de ti mesmo a unidade entre
ti e o mesmo. A projeção surge por conta de precisares da percepção para
enxergar (perceber) o corpo em atributos: raça, tamanho, beleza, personalidade
etc. Assim, os sentidos podem prover estas minúcias como diferenças em corpos
para “provar” que há diferenças reais, comprováveis, entre todos, e assim “separá-los”.
No entanto, apenas se igualares a ti e ao teu irmão aos corpos poderás dizer
que tu e ele são diferentes; mas a mente é Una, indivisível. Por isso Jesus diz
na bíblia: “Amai ao próximo como a ti mesmo”, pois são o mesmo, unidos na mesma
mente, mas “separados” em corpos. Não há nada de errado com o seu corpo. Mas a
realidade do Filho de Deus não habita um corpo.
A
extensão surge em favor da cura. Quando o pensamento certo é estendido, ele não
alcança fomentar a projeção, pois ele cria
apenas imagens de amor. O filho de Deus como um Pensamento de Deus é só amor,
pois o Filho de Deus é Sua extensão. Por outro lado, a projeção precisa de empenho
teu em não ver o amor. Apenas se não vires o amor poderás projetar. Projetando,
poderás “fazer” o teu irmão conforme algo que percebes nele.
A diferença
essencial entre projetar e estender surge dos propósitos de cada um destes
conceitos. A projeção separa, pois divide em julgamentos. A extensão une, e
visa manter o mesmo na consciência de “cada um”, pois ela atribui aos
pensamentos certos uma imagem que, mesmo no mundo da separação, evoca a certeza
da unidade. Tal imagem pode surgir como um símbolo, e é bem isso o que teu
irmão na realidade é: um símbolo de amor, que quando julgado torna-se o símbolo
deste julgamento. Mesmo o julgamento “favorável” surge em favor da separação,
pois ao dizeres: tal corpo é bom, belo, inteligente etc, estás afirmando o
especialismo.
A raiva surge
como uma defesa em favor da projeção. O seu resultado é sempre favorecer o medo
do mesmo através de uma combinação estranha entre segurança e ataque. O ataque
aparece em tal contexto como o sucedâneo do medo, e a raiva é a justificativa
do ataque. No entanto, a raiva e o ataque ficam patentes para ti, mas o medo do
mesmo não aparece tão facilmente. Quando vês o mesmo em teu irmão, podes temer
tanto a isso que preferes atacá-lo rapidamente. A projeção arranja o motivo através
do julgamento, o ataque surge como arma de defesa, e o medo fica escondido pelo
teu ego através de argumentos que favorecem a “razão” do teu ataque. Isso
sempre ocorre desta maneira. Os temerosos são irascíveis.
Finalmente,
não há posição intermediária entre a extensão e a projeção. Uma cria e a outra
faz, ou arranja. As extensões de Deus estão unidas em Seu Amor, e não podem ser
obliteradas, mesmo que não tenhas consciência delas. Neste caso, não perdes as
tuas criações, mas deixas de usufruir da paz que viria da tua consciência
delas.
Pai nosso,
pedimos que estendas em nossa consciência o Teu Amor, pois queremos nos lembrar
de nossas criações. Sabemos que o amor é Teu legado em víveres neste mundo
faminto e seco, mas podemos estender em Ti o que há de belo e bom, e assim
traremos descanso aos teus filhos enquanto sonham com a escassez. Pai, dá-me a
lembrança do amor, eu te peço em ajuda, pela Ajuda, amém.
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