sábado, 27 de abril de 2013

Qual a diferença entre extensão e projeção no Curso?


             


                   A extensão em ideias refere-se à dinâmica da “extrapolação” de Deus em um mundo de sonhos e separação. Nada surge em imagens sem possuir uma fonte para sua formação. A mente precisou divergir de si mesma em propósito para “armar” o lego das moléculas. Agora, a cada vez que o pensamento produz imagens, surge um diferencial em forma que não é associativo, pois quando é dito no UCEM que todo pensamento produz forma em algum nível (T-2, VI, 9:12),  não existe uma proposição assertiva quanto à aparição desta imagem ao pensador como uma resposta imediata em forma. Isso quer apenas dizer que se pode estar a pensar aqui enquanto um universo todo está sendo criado.

               Deveras que as imagens imediatas que se apresentam em separação à tua frente em formato mundo são apenas tuas acepções em pensamento daquilo que crês. Mas as extensões de teus pensamentos podem associar pressupostos de amor e milagres em escala muito maior do que a tua percepção resume, isto é, tudo o que percebes são imagens que tens feitos com teus pensamentos, mas nem todas as imagens que teus pensamentos produzem são percebidas por ti. No UCEM está dito: milagres são expressões de amor, mas podem não ter sempre efeitos observáveis (T-1, I, 35:1). O amor estendido não apraz apenas aquele que dá, mas toda a Filiação ganha com o ganhar de um, mas não podes “fiscalizar” ou “atestar” isto nas imagens.

               A diferença entre extensão e projeção está explicada nestas introduções. A projeção não cria, ela apenas julga. Enquanto o pensamento estende em imagens, a projeção vem “depois” para julgá-las e promover a hipnose do sonho. Quando dizemos “hipnose” estamos a explicar que o julgamento produz um torpor em relação as imagens que vês. Ora, se as imagens que vês são os efeitos observáveis de teus pensamentos, elas não precisam ser julgadas em absoluto, pois estão aí para serem vistas! Quando as julgas, estás projetando, e eis a demonstração do mesmo em relação às diferenças.

               Como verás ao teu irmão como o mesmo se o julgas, ou projetas sobre ele? Aquele corpo que aparece a tua frente é teu pensamento sobre uma parte tua que parece separada. Se o julgas, como pode permanecer como uma parte tua? Agora ele é tipificado, não é mais uma extensão de teu pensamento. Assim, a projeção manipula os pensamentos mesmo após sua acepção em pensamento.

               Pergunta: quer dizer então que todo irmão que aparece a minha frente é apenas um pensamento meu?
               Somos todos um pensamento de Deus. O pensamento que promoveu a separação, e que momentaneamente é teu modo de pensar, dividiu o Pensamento de Deus em corpos, para separar o Um em múltiplos. Como isso não é possível, a cura surge em perceber o corpo de teu irmão como um véu que esconde de ti mesmo a unidade entre ti e o mesmo. A projeção surge por conta de precisares da percepção para enxergar (perceber) o corpo em atributos: raça, tamanho, beleza, personalidade etc. Assim, os sentidos podem prover estas minúcias como diferenças em corpos para “provar” que há diferenças reais, comprováveis, entre todos, e assim “separá-los”. No entanto, apenas se igualares a ti e ao teu irmão aos corpos poderás dizer que tu e ele são diferentes; mas a mente é Una, indivisível. Por isso Jesus diz na bíblia: “Amai ao próximo como a ti mesmo”, pois são o mesmo, unidos na mesma mente, mas “separados” em corpos. Não há nada de errado com o seu corpo. Mas a realidade do Filho de Deus não habita um corpo.

               A extensão surge em favor da cura. Quando o pensamento certo é estendido, ele não alcança fomentar a projeção, pois ele cria apenas imagens de amor. O filho de Deus como um Pensamento de Deus é só amor, pois o Filho de Deus é Sua extensão. Por outro lado, a projeção precisa de empenho teu em não ver o amor. Apenas se não vires o amor poderás projetar. Projetando, poderás “fazer” o teu irmão conforme algo que percebes nele.

A diferença essencial entre projetar e estender surge dos propósitos de cada um destes conceitos. A projeção separa, pois divide em julgamentos. A extensão une, e visa manter o mesmo na consciência de “cada um”, pois ela atribui aos pensamentos certos uma imagem que, mesmo no mundo da separação, evoca a certeza da unidade. Tal imagem pode surgir como um símbolo, e é bem isso o que teu irmão na realidade é: um símbolo de amor, que quando julgado torna-se o símbolo deste julgamento. Mesmo o julgamento “favorável” surge em favor da separação, pois ao dizeres: tal corpo é bom, belo, inteligente etc, estás afirmando o especialismo.

A raiva surge como uma defesa em favor da projeção. O seu resultado é sempre favorecer o medo do mesmo através de uma combinação estranha entre segurança e ataque. O ataque aparece em tal contexto como o sucedâneo do medo, e a raiva é a justificativa do ataque. No entanto, a raiva e o ataque ficam patentes para ti, mas o medo do mesmo não aparece tão facilmente. Quando vês o mesmo em teu irmão, podes temer tanto a isso que preferes atacá-lo rapidamente. A projeção arranja o motivo através do julgamento, o ataque surge como arma de defesa, e o medo fica escondido pelo teu ego através de argumentos que favorecem a “razão” do teu ataque. Isso sempre ocorre desta maneira. Os temerosos são irascíveis.

Finalmente, não há posição intermediária entre a extensão e a projeção. Uma cria e a outra faz, ou arranja. As extensões de Deus estão unidas em Seu Amor, e não podem ser obliteradas, mesmo que não tenhas consciência delas. Neste caso, não perdes as tuas criações, mas deixas de usufruir da paz que viria da tua consciência delas.

Pai nosso, pedimos que estendas em nossa consciência o Teu Amor, pois queremos nos lembrar de nossas criações. Sabemos que o amor é Teu legado em víveres neste mundo faminto e seco, mas podemos estender em Ti o que há de belo e bom, e assim traremos descanso aos teus filhos enquanto sonham com a escassez. Pai, dá-me a lembrança do amor, eu te peço em ajuda, pela Ajuda, amém. 


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