Como temos muitos pensamentos,
aqueles que são afins tendem a se agrupar na mente e formar um sistema. Assim, um sistema de pensamento crente em
sofrimento vai criar um sistema baseado em sofrimento. Por outro lado,
pensamentos de amor se agrupam por afinidade e estendem um mundo amoroso. Portanto,
todos os sistemas validam aquilo que valorizam. O melhor modo de associar aquilo
que se pensa ao que se quer é estabelecido pela vontade do pensador em valorizar
pensamentos certos. Se um pensamento equivocado for sobrevalorizado, certamente
ele vai gerar culpa. A culpa projeta medo, e assim forma-se uma engrenagem de disfunção
que se estabelece no mundo como miséria, dor e morte. Como dissemos, tais
pensamentos podem ser concretos ou não. Então a forma como tais disfunções
podem aparecer no mundo também acompanham uma concretude específica ou simbólica.
A nossa única responsabilidade,
portanto, vigora em nosso modo de pensar. Qual sistema de pensamento você
valoriza? Quais ideias você busca associar entre si? Não é de se espantar que
uma mente devotada ao medo tenha arraigado uma aversão ao mundo, geralmente
julgando-o como ameaçador. Então, em uma tentativa de ajustamentos, surge uma
compulsão em mudar o mundo. E com isso há uma inversão de efeito e causa.
O mundo não é causa de coisa
alguma. O mundo é uma conjugação perfeita de seu modo de pensar. Pode ser difícil
acreditar que seja assim, pois em uma época de pandemia, por exemplo, parece
que a causa das misérias, dores e mortes surge diante de um cenário lá fora,
que não tem nada a ver com o meu modo de pensar. No entanto, o mundo é uma
projeção coletiva. Uma pandemia é uma oportunidade comum de se perceber a
necessidade da própria humanidade em mudar a forma de pensar.
Mesmo assim, pode ser que alguém
muito devotado ao sofrimento acredite que cabe a si mesmo promover esta
alteração. Isso somente poderia acontecer a um professor de Deus, pois seus próprios
pensamentos associariam distinções corretas. Explico melhor: uma pessoa pode
acreditar em soluções mágicas e colocar a si mesmo em defesa da vacinação da
população. Isto não está associado a nenhum erro, pois já vimos no livro texto
que neste momento da história estamos muito crentes em soluções mágicas. No
entanto, se você acredita na vacina como uma extensão de seu desejo pela cura,
isso pode levar você até mesmo a um trabalho voluntário nesta direção. Mas se você
pensa na vacina como um componente político de uma grande conspiração, isso
pode fazer com que, para seu mundo, a vacina seja vista como miséria, dor e
morte. No entanto, é a mesma coisa, pois a vacina em si mesma é neutra. Mas
serve como suporte simbólico para a cura ou para o medo.
Sistemas de pensamento são totens |
O sistema de pensamento da mente
certa é dado. Não é preciso fazer nada para ter para si pensamentos corretos. A
única coisa que se precisa “fazer” é sair do caminho. Mas por sobrevalorizar
ajustamentos, o ego fornece soluções sob a forma de planejamentos. Jesus dizia:
seja como o vento, que sopra onde quer e ninguém sabe para onde vai e nem de
onde vem. A vida verdadeiramente proveitosa não pode ser uma vida de
planejamentos. A única alegria possível nesta vida surge justamente de não
saber o que virá. Mas se o sistema de pensamento que você valoriza está sendo
dado pela mente certa, certamente um novo critério de proveito virá para ti sob
a forma de surpresas felizes.
“Pelos seus frutos, os
reconhecereis”. Eis aí uma garantia. Quando valorizas a mente certa, o mundo
passa a ser a extensão de um critério de valor verdadeiro, e é feliz. Não quer
dizer que isso seja fácil, pois neste momento da história o sacolejo de ideias
erradas e pensamentos de ajustamento parecem prevalecer. No entanto, nada pode
impedir o Filho de Deus de experimentar a felicidade, caso ele realmente valorize
os pensamentos de Deus. Para isso, uma ferramenta excelente é o perdão.
Se nada é garantia de nada neste
mundo material, então qual o sentido em julgá-lo? Julgamos porque queremos
validar nossos ajustamentos. Uma crença fortemente atribuída a um contexto específico
pede por soluções específicas, mesmo que tais soluções sejam insanas. O mundo é
neutro, nada pode ser mais específico do que isto. Assim, o perdão surge da consciência
de tal neutralidade e da perfeita abstração de tudo, pois tudo, como já dissemos,
é uma ideia.
Teu irmão vivendo em um corpo é
uma metáfora. Ele pode valorizar pensamentos insanos em certas ocasiões, mas isto
ainda assim é uma metáfora do Que ele realmente É. Não perdoamos ao nosso irmão
porque somos bonzinhos, perdoamos suas atitudes em corpo porque não são reais.
O perdão é a concretização desta verdade: o mundo perceptível não é real. Mas
assim como um bom filme feito com atores que interpretam papéis em uma tela de cinema
pode te divertir e até mesmo instruir, o teu irmão em sua mente certa pode ser
para ti uma dádiva neste filme chamado “tua vida”.
Seria um pouco tolo se durante um
filme você julgasse um personagem como um sujeito mal e depois atacasse o ator
caso o encontrasse posteriormente em um supermercado. No entanto, tais coisas
acontecem com muita frequência. Por que isso é assim? Por falta de compreensão
do que é o perdão, pois não importa se você julga seu irmão pelo filme que é a metáfora
da vida dele ou pelo filme que ele interpretou no cinema. Tudo está se passando
dentro da sua cabeça, por assim dizer, devido a uma forte crença na realidade
exterior como não-neutra.
Por isso devemos ser responsáveis por nossos pensamentos. Às vezes um chavão pode conter uma verdade: quer mudar o mundo? Mude sua forma de pensar sobre o mundo. Sozinho não podes. Peça ao Espírito Santo para lhe ajudar e lembre-se desta advertência do Curso: uma mente sem treino nada pode realizar. Sugiro o seguinte treinamento: abra o livro de exercícios no índice e leia em sequência os títulos das cinquentas primeiras lições como se fosse uma oração. Isto certamente vai te ajudar a lembrar melhor.
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