terça-feira, 17 de maio de 2011

UCEM - Sobre a alma

Obrigado a ti

A depressão é uma ocorrência no corpo. Advém de conflitos da vontade e de suas conseqüentes incongruências. O principal destes conflitos reside em sua forma arquetípica na conexão entre espírito e corpo, mediados pela alma. A alma é mais pessoal que o espírito. Por isso se diz que uma pessoa cruel está “desalmada”, e por isso se quer dizer que este comportamento é baseado unicamente nos anseios do corpo, subsidiado pelo entender insano do ego. Cada criatura está em consonância com o universo inteiro, com o próprio andamento das coisas, e este é o modo de ser do reino da percepção. Mas a criatura, enquanto experimenta apenas as coisas deste mundo, não se percebe como ente e espírito. A alma, portanto, cumpre uma função identitária. Por conta deste caráter identitário, pode-se falar em “noite escura da alma”, “dor da alma”, e outras expressões como estas, pois o espírito não sente dor nem anoitece. A depressão surge, portanto, de uma perspectiva equivocada da alma. A alma não perde jamais o contato com o espírito. Ela é a parte do Filho de Deus que está em contato com o Espírito Santo e que particiona de sua qualidade existencial. A alma é menos densa que o corpo e mais densa que o espírito. Por conta disso, a alma pode se libertar do corpo com muita facilidade e aproximar-se do espírito. Existem no meio de nós muitas inconstâncias de humor que são sustentadas por ‘estados da alma’. Por conta desse argumento, podemos aceitar que a alma é variável, e acreditar que não vem de Deus, pois tudo o que Ele criou é imutável e a alma varia. Este raciocínio não está incorreto, mas precisa de um complemento. A alma, estando muito próxima ao corpo, surge como um oposto ao ego. Assim, como oposto, pode-se dizer que a alma é o mais próximo do que se pode chamar de um “ego espiritualizado”, mas esta expressão não é adequada, pois ela admite uma contradição nos seus termos. Esta ideia apenas foi introduzida para mostrar o caráter de oposição que há entre a alma e o ego. Assim, a alma é a uma tendência ainda perceptível do espírito, isto é, ainda convivendo em termos do mundo, mas não inteiramente desapropriada dos efeitos atordoantes da mente, como o espírito, que está isento destas variações. A alma pura, conforme se entende o termo aqui, seria o equivalente no Curso à mente certa. A mente certa não admite ‘noite escura’ em si. Já a alma escura, seria equivalente à mente errada. Note-se, portanto, que a alma é bem diferente do ego, mas escolhe se aliar a este ou ao espírito. Quando escolhe o ego, escolher anoitecer. Assim, surge um senso de sofrimento que é a própria depressão.
O espírito é imortal e está consciente disso. A alma também compartilha da imortalidade, mas precisa da ciência disto. Quando a alma certifica-se pela escolha certa, a alma e o espírito tornam-se um só. Por conta desta natureza, estes conceitos (alma, espírito) são bastante aproximados na linguagem comum, mas há o inverso disto, que é a capacidade de confundi-los. O espírito não está neste mundo como um corpo. A alma (mente) pensa que está neste mundo como corpo até fazer a escolha certa e lembrar-se do espírito. O corpo é o instrumento de aprendizado da alma. Eis tudo, pelo certo. A depressão é tão ilusória quanto o meio que utiliza, que são as formas. O meio de escapar à depressão é estar com a alma purificada, isto é, estar na mente certa. Assim, o empenho nos exercícios se dá pela sua pragmática, e não pela mera filosofia em êxtases de bom conhecedor. Quem bem conhece, bem compartilha. Eis a cura de toda depressão. Assim, pedimos a Deus que nos ajude a perceber corretamente toda ocorrência de julgamento errado. Que saibamos ver os obstáculos no sentido etimológico da palavra, que é o de resistência. Que não usemos o mundo para resistir e assim dar existência aos obstáculos e aos seus correlatos: o passado e o futuro, pois resistir é descrer. Os obstáculos são simplesmente símbolos de nossa falta de fé. O resultado é a depressão. Contudo, tudo nos é dado. Somos felizes pela condição de estar em casa. O tempo já se foi, e todos podemos se ajudar mutuamente, curando. Pedimos agora a Deus que percebamos em nós as condições da cura, amém.


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Um comentário:

  1. Aprendiz feliz, esta leitura é um presente. Recebo suas palavras com muita alegria.Estamos de volta para o lugar de onde nunca saímos. Estamos Nele.
    Eu não sei o que sou e, portanto, não sei o que estou fazendo, onde estou ou como olhar para o mundo ou para mim mesmo.
    Entretanto, é aprendendo isso que nasce a salvação. E O Que tu és te falará de Si Mesmo.

    forte abraço.

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