A benção é a materialidade da
oração. Não é possível abençoar sem orar. As palavras não contam nisto, mas a
benção vem a todo aquele que ora segundo a Vontade de Deus. Deus te abençoa
sempre, pois ele não pode ter dificuldades em dar ao filho o que é Sua Vontade.
No entanto, o filho pode negar a si mesmo a benção, se acredita que pode.
Ter para si não é compartilhar. A
benção só pode ser compartilhada. Não é possível teres a benção só para ti,
pois Deus não dá para tomar. O que vem de Deus é totalmente coletivo, não pode
haver nenhum tipo de particionamento da benção, pois o que se diz da oração
também se pode dizer da benção. A oração é em Deus; assim a benção também o é.
Abençoar é estar em si Consigo, segundo a unidade apresta e devolve. Não há
recorrência devotada à benção que possa ser repetida com uma diferença, pois a
benção é sempre a mesma, apenas aparenta mudar no tempo, sendo abençoado hoje
alguém que está diferente do que era ontem, em comportamento ou outro estado.
No entanto, não abençoas as suas variações, e sim o Filho de Deus que habita
nele. Então, a benção é recebida onde é apropriadamente devotada, pois não
podes abençoar apropriadamente o que não existe. A benção é em Deus; tudo que
está em Deus é abençoado. A benção é bem uma lembrança e um resgate.
Abençoar é pedir em ação. Já
dissemos anteriormente que ação diretiva não é a ação a que nos referimos, mas
a ação entregue ao Espírito Santo, conforme sendo ela mesma ação e não-ação. O
caráter deste duplo resolve-se conforme também já discutimos, através da não
interferência, que é o perdão e a aceitação da responsabilidade. Somente assim
poderás dar verdadeiramente. Não podes dar aquilo que não tens ou aquilo que não
sabes onde encontrar. A benção vem do abençoado, enquanto eles mesmo são
abençoados juntos, sendo Deus o vetor da elisão da benção em dois, sendo um,
conforme a benção sempre re-une.
Abençoar é muito bom. Faz bem,
retira de si todos os pesos dos pensamentos insanos e altera por um tempo, que
pode ser muito significativo, todos os pressupostos em juízo estabelecidos para
separar os filhos de Deus. A benção pode ser dada em palavras, conforme a
oração também pode ser dita ou lida; mas a benção, bem como a oração, vem de
uma união com Deus em ação, através de pressupostos não diretivos. A oração,
bem como a benção, não pode ser diretiva. A oração em petição pode estar em
contrassenso. Da mesma maneira, a benção e o amor não estão dirigidos conforme
uma vontade consciente. A benção é bem verdadeiramente uma vontade de amar, uma
disposição a amar, e uma permissão, ou disponibilidade, para que a união em
Deus surja mediante uma vocação apropriada de Seu Filho em Si Mesmo, quando
divulgados em ilusão de dois. Assim, a benção vem para ti de ti mesmo, enquanto
estás disposto a receber, pois já vimos que não podes dar o que não tens ou
aquilo que negas para ti mesmo.
O medo da benção vem do medo da
re-união. Ela aceita seu pressuposto danoso em revelar o que apresenta
diferenciado somente porque tu ainda podes julgar o amor como um dano. Assim,
parece mesmo que tu doas amor e teu irmão recebe. Na verdade, a união em um já
aconteceu, mas a ti parece que foram bem um com o outro, ou são amáveis.
Não podes abençoar como diferente de teu irmão, mas a benção, que é uma vontade
disposta ao perdão evocado, sendo santa por ser assim, pode aparentar para ti
diferenças na aceitação, pois o comportamento ainda é tão forte e aparentemente
diretivo além da não-ação. Assim, o medo da benção surge como uma defesa, em
grande parte evocada contra a própria noção de defesa. Nisto, o Espírito Santo
age em teu favor solicitando o teu empenho em perceber o raciocínio circular
que te destes. Isto ocorre através da benção. Ela aparenta surgir como um
débito teu para o teu irmão, pois precisas abençoá-lo. Bem, isto não
pode ser entendido como uma imposição, mas também não pode ser visto como uma
obrigação, no sentido de algo que deve ser dirigido. Já falamos bastante
ultimamente da não-ação. Não agir é o mesmo que agir com a mente certa, pois a
disposição à ação ocorre mediante diretivas que são procedentes de tua real
Vontade. Não és empurrado, ou dirigido, mas podes te sentir “atuado” em certas
situações nas quais a entrega é quase total. Nestes casos, a benção ocorre tão
naturalmente, que a alegria é o único estado possível, e onde tu chegares serás
bem vindo, e afastarás dali todo o mal.
Estar “atuado” envolve grande
disponibilidade, mas não é de nenhuma maneira difícil. A benção surge como um
elemento precursor e revelador disto. É bem dizer uma ferramenta pedagógica,
como se fosse uma permissão ao amor, que não pretendes por enquanto assegurar
permanentemente como uma dádiva tua para teus irmãos, e assim assegurar sua
presença em ti mesmo. A benção vem para te lembrar o amor. A oração procura te
elevar a Deus e reestabelecer o contato. A benção estabelece a natureza amorosa
de toda a Criação, e é a extensão do amor na Filiação.
A benção, portanto, estabelece
para nós a mecânica do amor. Esta palavra tem sido mal interpretada, pois o que
é mecânico parece ser dirigido através de um ato destacado de qualquer
sabedoria. No entanto, podemos assegurar que se estás verdadeiramente imerso no
amor, conforme a tua direção sendo uma entrega total ao Espírito Santo,
poderíamos dizer que há uma mecânica na salvação. A limitação desta mecânica
surge de uma total indiferença a qualquer tipo de efeito verificável por aquele
que acreditava antes que fosse um observador. Estar “atuado” é um limite, pois
ser desvanecido em Deus não envolve mais qualquer ação, e é a liberdade total.
Regozijarás de alegria no dia deste dia, pois nele não haverá mais tempo algum
para dizer-se dia. No entanto, a benção está para a oração assim como a
mecânica do instante santo está para a revelação.
No teu nível de aprendizado
atual, a benção é bem uma atuação. No entanto, podes treinar de maneira muito
pouco assustadora para ti os elementos da benção. A benção sempre envolve
gratidão, bem-estar, amorosidade, gentileza, calma, empatia, honestidade,
naturalidade e compaixão. Sobre essa última, dizemos que é verdadeira apenas se
não vês diferença entre tu e aquilo ao que te compadeces, pois a compaixão
verdadeira vem da necessidade da benção que podes compartilhar. Se vês a alguém
“diferente”, ou em pedido de ajuda, a compaixão vem de saber que falta ali a
disponibilidade à benção. A ajuda vem de perdoares a imagem que vês de tua
própria mente sem perdão no empenho irmanado em pedir ajuda. Agradece,
portanto, sempre que tiveres a oportunidade de abençoar, pois abençoas a ti
mesmo.
A confiança surge como uma
necessidade em não temer as distinções. Não é possível que as coisas mudem sem
haver mudança. No UCEM é dito que “o caminho não é difícil, mas é muito
diferente”, com ênfase no “muito”. Precisas mudar, mas não conforme o mundo
advoga, em comportamentos ou progressões. Precisas te direcionar ao amor, e
isso a benção trará para ti, na mesma medida em que oras, pois assim também
buscas a Deus. A confiança torna-se mais forte se experienciares o que
realmente é tua Vontade, mas não podes marcar passo pelo resto da vida e
esperar que a mudança chegue. Já dissemos aqui do caso de Brunder Klauss, para
quem a irrupção da salvação sem a preparação adequada foi percebida como
terrível. Mas isso se deu por conta do medo. Queremos primeiramente que percas
o medo, pois se a experiencia da revelação for temerosa para ti, tenderás a
afastá-la ainda mais. Por isso, vamos em passos lentos, mas firmes, em direção
à única meta possível. Deus será gentil em tua transição, isto está assegurado
no UCEM. E o “aparente terror” é rapidamente compreendido como ilusão, quando
estás pronto e amadurecido.
A benção é uma direção
estabelecida a te ajudar no teu reencontro com o amor. Somente podes estar abençoado
quando permites o teu empenho em amar verdadeiramente. No entanto, como a
benção vem de Deus, ela pode vir Dele para ti - porquanto te entendes ainda
separado dele - como uma memoria de Si
para Seu Filho, ao que percebes a benção da unidade em verdadeira oração. Essa
é a benção que estendes, que é dada apenas, não há em si a necessidade de um
recebimento, mas dando certamente receberás. Coragem visa confiança em saber
que se negas amor estás defendendo do amor. Somente dando amor estarás soltando
as tuas defesas. Elas não são necessárias.
Elas estão te impedindo de reencontrar o amor e a benção de Deus em teu
coração, enquanto direcionas a tua vontade a estar separado. Não proteles mais
a minha vinda. Preciso que reencontres aos teus irmãos para que eu possa vir
até você. O medo da segunda vinda, ou segunda mudança, está
explicado no UCEM de maneira bem direta:
“A mudança é sempre
amedrontadora para os separados, pois não podem concebê-la como um movimento em
direção a curar a separação. Eles sempre a percebem como um movimento rumo à
maior separação, pois a separação foi a sua primeira experiência de mudança.
Acreditas que, se não permitires que nenhuma mudança entre no teu ego, acharás
paz (T-4. I. 2: 1-3).”
A primeira mudança foi a separação
e o sonho. Pareceu terrível, e a segunda mudança, que é a revelação, te parece
um grande risco a correr. Mas não há mudanças entre o que é real e o que não é
real. Só existe o real e nada mais. A mudança é só uma aparência de mudança. O
termo “despertar” para ti assemelha-se ao termo “mudança”, mas é na verdade uma
memoria e um reavivamento. Acordar de um
pesadelo não é o mesmo que acordar de um sonho bom. Por isso, é necessário que
vejas o mundo real, e a tua benção ao mundo virá a torná-lo mais gentil,
harmônico e feliz. Assim, despertar será um ato feliz na tua consciência.
Pai, vimos a Ti pedir que
empenhes segundo a Tua Vontade o nosso despertar. Teu Filho espera por ti em
amor, e está disposto a associar a sua benção à Tua, segundo são uma só. Ele
está pronto, meu pai; e disponibiliza-se a ver o mundo perdoado, ao que pedimos
que Tua benção seja derramada sobre nós, para que possamos em Tua glória
abençoar o mundo e a todos os nossos irmão. A Ti peço, Pai, por teu filho
santo. Amém.
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