terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sobre o pensamento ardiloso




            Pensemos agora nisto: se vês o que está em tua mente como sendo imagens ('meus pensamentos são imagens que eu tenho feito'), então o que vês só podem ser imagens advindas de teus “pensamentos”. Isto não parece ser diretivo, pois acreditas que a mágica é a diretora das imagens. Portanto, isto parece difícil ao teu entendimento, e pensas mesmo que o que vês é criado fora de ti, e que tu estás separado das imagens que vês.

            A mágica é a responsável por este pressuposto. Pensas que ver está associado a “receber de fora”. Mas ver, assim como ouvir, é apenas uma resposta. “O ouvido traduz, ele não ouve. O olho reproduz, ele não vê” (Suplementos. Pg. 28).
 Difícil fazer com que acredites que teus irmãos são irreais para ti até que vejas neles o amor como reflexo de teus pensamentos sobre eles. Se recusares, o que recebes são imagens julgadas, e a isso o mundo dá o nome de pessoas falsas, julgadoras etc.
           
            Não és julgado, mas podes ser alertado. As imagens derivam de teu compromisso com a mente certa ou a mente errada, segundo o professor ao qual escolhes. Tens medo de tudo? Então seguramente as imagens de terror vêm de uma mente aturdida, que está a fabricá-las. A mente, antes de tudo, julga; então, as imagens são feitas, e depois tu as julgas de volta. Eis o raciocínio circular que se diz real.  Portanto, a mente sem observador, sem julgamento, a mente em estado natural, abstrato, só pode conceber imagens verdadeiramente reais, pois ela não as concebeu antes, e apenas assim elas são “dadas”. Depois, liberto disto, verás o mundo real, que são as imagens de um mundo visto em abstração, conforme o pensamento passa a ser apenas um ardil, pois mesmo este texto precisa de teu perdão.

            O teu corpo não pode ser um sinal de tua glória. Mas podes certamente ter sentimentos bons e perceber verdadeiramente alegria, mesmo através do corpo. Não precisas aquietar tua alma através de meios duvidosos. Esses meios são duvidosos não por serem condenados pelo mundo, mas porque são irreais. A salvação virá até o filho de Deus porque ele é santo, não porque ele se santificou.

            Tens medo de ser a si mesmo, então não temas a tua morte, pois sabes que a tua morte é uma ideia. A morte de teu corpo, a ideia primordial de teu ego, é uma falácia que empresta ao teu empenho uma devoção consecutivamente associadas às imagens de provação, escassez, doença e, finalmente, morte.

            Filho Querido de Deus, porque tens tanto medo ao ponto de querer produzir tal imagem? Ela, nem mesmo teu ego pode vê-la. Esse mundo não existe, o que acreditas que vês com os olhos do teu corpo é uma ficção. Tua morte não existe, não existe a noite, não existe tu; mas Tu existes, e não és em imagem, não podes ver a ti mesmo, mesmo o espelho é uma imagem fabricada por ti.

            Não parece fácil e tem a pena pesada de um homem que ateia a si mesmo pelo denso. Não posso ir além do que permites. Mas te amo com a certeza plena que te lembrarás de mim em teu irmão, e finalmente verás a ti mesmo verdadeiramente, não em espelho algum, meramente corpo, mas associado à unidade em si, que és tu mesmo derivado em tua mente em vários corpos.

            Tens medo do amor, pois temes que ele te traga a mesma judiaria a qual gostarias de experimentar. Mas o amor habita em ti, pois és capaz de tanto amor, e não chegam a ti as imagens de tua loucura, pois não é a mágica quem as produz. Tu não podes dizer: “café!” E Ei-lo a ferver em tua frente, quente pelante em tua ideia de querer catastróficos meios de aludir ao mundo uma transfusão de lugar da matéria. O prestidigitador dos mares não é o jangadeiro afoito, mas aquele que pesca em boa rede, e o peixe se vem a ele sem permissão de si, pelo que a imagem da abundância não é consciente, mas abstrata, conforme temes e gostarias mesmo que eu a desse a ti. Achas que quero trazer a ti algo que vá te ferir? Não posso ferir a mim mesmo. O amor que eu tenho por ti aprendi do Espírito Santo em Deus, pelo que resgatei imagens de amor e cura, e vim para cumprir apenas o que me foi dado fazer, e nunca ser repetido. Dizer que sou o Cordeiro de Deus é o mesmo que dizer que o sacrifício acabou para sempre, há muito tempo. Porque quererias te martirizar?

            Não sabes bem o que és. Temes teu mesmo si em outros. Advogas reais vontades de estar de volta a Casa. Teu Pai lembra-se de ti verdadeiramente. Não tenhas medo de estar disposto ao amor, mas somente lembrarás disto quando quiseres estar em paz com as imagens, e perdoá-las. Não podes julgar. O silêncio é de ouro, mas a Voz por Deus é diamante negro, em tuas formas quentes, mas advogadas ao zelo de encontrar com a gente. Te esperamos tanto, alegre pelo pranto, que virás contente. O zelo alegre é lindo, que te vês sorrindo, e se imbricando ainda — e não permite a noite, afoita em seu açoite, dormir tua vida.

            Não és a noite, portanto. És divino em teu empenho santo. Sonhastes com inglórias formas que tu foste o mesmo que um anjo decaído, posteriormente redimido. Perfeita imagem, mas basta uma correção: o anjo que quedou a si não existe; e a redenção, para ti, pode ser negra como a noite, pois lá puseste as correntes para te assustar. Tens muito medo disto, mas no “isto” que temes é que reside o perdão. O perdão é a cura de todo medo.

            Assim, lembra que não és negro como a noite, mas a noite em oposição ao dia é um enleio dos opostos. Temes o que recebes, mas darás com certeza santa tudo aquilo que receberás, pois o amor é tua casa, e de lá não saístes jamais.

            Amo-te. Tenhas fé, e não desanime. Tu também venceste este mundo. Em breve, lembrarás.

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