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Concentrar é
manter o centro. A atenção visa contribuir com a resposta do Espírito Santo.
Nunca estás atento quando estás submerso em teu ego. A atenção que ele procura estabelecer
garante a manutenção da tua suspenção em continuidade, ao que parece que tua
vida está garantida como um centro irradiado para fora. A “concentração” do ego
é totalmente periférica.
Quando vês o
que é a tua atenção, estás imerso em um estado completamente associado a tua
disposição. No entanto, a disposição que o ego apresenta como certa é uma miríade
de opções. Muitas vezes, enquanto fazes algo, o teu ego pressiona tua mente em
certeza de comentários ou imagens que são associadas a coisas que não sabes de
onde vem! Ou por outra: muitas vezes aparentas estar totalmente concentrado em
algo que o ego te apresenta como “tua função”! Mais uma vez, seu intuito é
manter-te distante, enquanto acreditas que estás por perto, ou focado.
Não é possível
se concentrar em dispersar-se. A contradição não é um conceito válido para
nosso aprendizado. Se dizes que podes te concentrar para isto, mas depois não
consegues concentração para repetir este “isto”, então a concentração não
depende do que fazes. O ego quer dizer-te que a concentração depende de seus
planos insanos. Apenas se aderires indiscriminadamente ao que ele acreditar ser
verdadeira, aparecerá para ti uma disposição para ficar parado mais tempo.
A atenção,
segundo o ego aprisiona e evoca, não tem em si nenhum tipo de recompensa. Ela está
para o amor assim como as pedras estão para o mar. No mar existem pedras; se vê
tantas praias impróprias para um banho seguro. Mas o mar não é a pedra que ele
contém. A pedra sob o mar é apenas pedra.
Um dia em que
te deténs a concentrar-te em atividades egóticas é um dia perdido. Dizes que há
nessas atividades um propósito. Mas quem nomeou este propósito como válido?
Foste tu mesmo? Então o resultado de tal propósito deve ter sido completamente
feliz, e seu atento estado disponível em ti deve ter abarcado uma sensação de
realização e de fuga da realidade. Foi assim? Pois te digo: isso não é atenção
— é suspensão. A verdadeira atenção não requer ação, embora possas agir atento.
Aquilo que o ego comenta como sendo a verdadeira atenção são as dádivas que ele
aproveita para te seduzir com garantias de que isto ou aquilo te farão feliz,
ou ocuparão teu tempo. Meu Deus, não creias que isso seja atenção! A verdadeira
disponibilidade faz feliz em apenas estares presente, vendo o visto, e esse
visto pode ser qualquer coisa. Não é o que vês que te faz prestares atenção.
Como podes ver o que produzistes e não ater a isto atenção? Apenas se não
quiseres considerar o mundo como um espelho plano que reflete as imagens de tua
mente é que poderás dizer: ah! Isto não
me chama atenção! pois a atenção funciona apenas quando te sentes vivo.
Podes dizer
que te sentes vivo quando sentes dor? Então, acreditas verdadeiramente que teu
corpo é a tua vida. Se for assim, como poderias crer que não és um corpo? Que
és totalmente livre? E ainda que és como Deus te criou? Será que podes te
concentrar até encontrar uma resposta?
Os exercícios
não pedem concentração. A disponibilidade não é concentração de modo algum. Se
assim fosse, poderias dizer que os casos em que a própria revelação surgirá
para ti 'deverá' ocorrer quando estiveres atento, conforme a tua definição de
estar “imerso em”. Pois eu te digo: a Revelação pode surgir do mais banais dos
atos, se nesse ato existir fé. A fé não é uma disposição em favor de algo. Não
existe um algo a que a fé se apegue, pois a fé transita neste mundo como um
conceito sobre a crença em algo que não é possível de alcançar através da
percepção. Quando dizemos “fé em Deus”, queremos dizer que Deus é algo ao qual
o pronome algo não pode repetir ou conter. A linguagem não pode sequer dizer o
nome de Deus. Quando fazes uma coisa qualquer, qualquer coisa que seja, e
percebes com tua dedicação verdadeira que aquilo não existe, que não significa
coisa alguma, então percebes verdadeiramente, e te concentras em teu centro. No
entanto, isto é uma ideia, e uma ideia é muito diferente de um pensamento. Se
pensas ativa e fortemente, através de muita disposição, que esta chave de fenda
não existe, então construirás um conceito utilitário da mesma chave de fenda e
dirás: isto não é o que é. Dizer que algo não significa nada é dizer que um
conceito não traz em si uma total disponibilidade tua em afirmar o que é
verdadeiro. Vamos facilitar aqui: um clip de papel serve para ater várias
folhas de papel. Se ele não tem significado, ele atém várias partes de nada,
mas a estas partes chamas papel, e o clip é o mesmo que o papel atado. É a
mesma imagem, dividida em duas coisas. Pronto. Isto é o máximo que pode ser
dito como exemplo para ti, por enquanto.
Então,
vejamos: suponhamos que o ato concentração está perfeitamente disposto ao que é
certo. Se tal concentração for definida como atenção através de um pressuposto,
digamos, moral ou legal, esta disposição tem que ter fundamento no mundo. A
concentração não é deste mundo. Não está passível de ser distribuída através de
um pressuposto. Em resumo: tu não te concentras porque alguém mandou.
A concentração
periférica do ego está sempre envolvida em um pressuposto. Não há concentração
em um ato público, pois para ele, o público é apenas a soma de vários egos, ou
vários juízos. Isto geralmente ocorre em predisposições correlatas entre o que
distribuis através do teu ego, e assim ganhas os aplausos meros. Mas muitas
vezes, o “aplauso mero” vem da concentração que dizes ser verdadeira, e o
aplauso se torna uma resposta. Não há razão em querer uma resposta. A única
resposta possível vem de Deus.
Já ficastes
com raiva novamente. Então queres te concentrar em ti mesmo, com o centro em
tua aparição física? Não é isso que queres, podes ter certeza disto! Mas queres
o amor de teus irmãos novamente, queres isto agora, sabes mesmo a falta que
teus irmãos te fazem. Então, para quê te concentrar em estar divulgado como um “ser
especial”? precisas da simplicidade da concentração verdadeira para encontrar
teu centro. Não poderás te aproximar de ninguém se te julgas um astronauta ou
um grande destacado. No entanto, podes ser astronauta em destaque na função de
Deus. Ad astra et ultra (Aos astros e além).
Amigo de Deus.
Feliz Filho Amigo dos Filhos Dele. Sendo todos Um Nele, escuta: não vieste até
aqui por uma esmola de atenção. Tu não precisas fazer nada. Atente para isso
apenas uma vez, agora: nada é nada. Entendeu? Assim, podes apertar os parafusos
com tua chave de fenda, aceder aos astros com tua palavra, maravilhar o mundo
com o teu sorriso, e não estás fazendo absolutamente nada! Apenas assim estarás
verdadeiramente atento.
Reza
por este momento como uma disposição às palavras. Não mantenhas em teu corpo
nenhum tipo de segurança ao que é certeza. O corpo não tem certezas. Não
queiras de esgueirar de teus compromissos. Estar compromissado não é estar
preso, mas pode-se prender facilmente ao que é alheio. Nada pode te dar um
elogio, mas aceita os elogios que te derem. Os símbolos da criação estão dispostos
“no” e “em” Amor. Nenhuma palminha nas costas associa símbolos ao que é
verdadeiro, mas pode-se mesmo bater nas costas com amor, e disto sabes bem, quando
estás fugindo.
Não fujas mais
do amor. E aqui falamos finalmente da concentração: é um estado de espírito e
não demanda esforço. Não está associada a nenhuma imagem, e por “imagem”
queremos dizer tudo o que pode ser visto ou percebido. A ação não entra nisso,
mas a inação também não é um pressuposto da verdadeira concentração. Ela vem de
uma graça a qual te disponibilizas sem esforços, e está neste mundo apoiada na
ilusão do perdão. Já sabemos pelos nossos estudos que o perdão é uma ilusão e
as implicações benfazejas disto. Então, perdoa o que fazes, e o fazes bem, se assim.
Amado Pai,
segundo nosso todo Amor, viemos mais uma vez a Ti. Pedimos a revelação do
mesmo, ó Pai, porquanto o que sabemos é pouco, mas tua graça é alta. Não temos
mais palavras para Te pedir a Ti o retorno a Casa, mas estamos em
disponibilidade em concentrarmos em Ti a nossa disponibilidade, pois o retorno
certo é Vontade Tua. Teu Filho faz o que é Tua Vontade, meu Pai, e assim cria
em Teu Nome, pela graça que pede, jamais em resposta, mas a Verdade Vossa, em
Amor e Graça, pedimos. Amém.
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