O
aspecto devoto às imagens surge da própria devoção à culpa. A culpa mantém as
imagens em pensamento conforme mundo. O novo, em sentido mesmo de “novidade”,
surge em comportamento como sendo aprazível, pois tem para si a vantagem de
instituir as características renovadas nas imagens que vês, reforçando a
separação, pela possibilidade de “o novo” fazer com que o tédio se vá. Ele
instrui a tua mente a ver a culpa aliviada, pois o que vês como novo remonta às
possibilidades higiênicas da projeção. No entanto, já vimos que o empenho
devotado a um oposto invariavelmente ativa o outro, e o que é novo, diante
desta perspectiva, será apenas o velho, ou a mesma velha ideia renovada, pois
as ideias não deixam sua fonte, e a fonte da culpa é sempre esta: a ideia de
que o Filho de Deus separou-se de Seu Pai.
Não
há variação acerca do que é verdadeiro. A culpa associa as imagens que vês à
projeção de ti mesmo, e se a projeção de ti mesmo surge diante de um contexto
em culpa, o ataque será tua única fonte de defesa. Desta forma, o mundo
ameaçador parecerá real.
A
busca pelo novo projetado nas imagens é uma tentativa de salvação pela mudança
de lugar. O novo aparece no contexto da alegoria, apresentando diversas formas
diferentes, e através deste mesma diferença ele advoga que tudo agora está
“mudado”. Obviamente, a mudança não é estabilidade. Os caracteres da mudança
são voláteis e totalmente variáveis, aderindo hora a um oposto, hora a outro, e
o que se vê em contraparte é uma decisão em favor do mesmo: o apelo do Céu ao
filho de Deus, para que ele se lembre de disponibilizar-se ao Espírito Santo.
O
novo também associa a possibilidade de novos ataques ao que é venerado em forma
de ídolo. A idolatria é uma associação ao que é benéfico diante de um
deslocamento. A projeção em ídolo afiança que a imagem, em ação ou não, passa a
ser o próprio Deus, ou o Filho de Deus, em projeção, por fora de ti. Ele é
cultuado como uma memoria associativa, na qual Deus pode ser rememorado, mas em
imagens e, portanto, através da culpa. O ídolo bem adverte sobre a culpa, pois
ele mesmo não pode “perdoar”, sendo imagem e origem da culpa. A idolatria é,
portanto, uma fórmula em enganar, na medida em que apanha uma parte das imagens
e a associa ao amor, através de uma devoção em sentimento, pois o ídolo sempre
envolve um sentimento de pertencimento e apego, ao que se refaz em imagens, e
pode mudar de lugar frequentemente. Ele precisa do signo da novidade, mas pode
muito bem asserir suas certezas por longo tempo, pois seu caráter “renovador”
emprega, através de teu apoio, diversas situações nas quais o amor de Deus é
devotado ao que se diz novo ou renovador, mas é apenas projeção em idolatria e
apego à separação.
O
amor que vês no teu caminho não é novo, mas aparenta ser uma novidade para ti. Tens
uma memória do amor muito viva em tua mente, e podes acessá-la quando quiseres,
se estiveres disposto a isto. Não são as novas imagens que fazem de ti mais
feliz com o mundo, mas as mesmas imagens do mundo, renovadas. O novo é um ídolo
em competência pela atenção com brilhos falsos. Parece que o novo desfaz o que
podia ser estabelecido novamente em tédio, pois ele fornece imagens fresquinhas
a tua frente, e podes postergar o tédio por mais alguns instantes.
A
criação não é nenhuma novidade, mas parecerá para ti uma renovação. Um talento
há muito esquecido pode parecer o novo, mas é apenas a associação do real com a
memória. Como o real sempre existiu, não pode ser chamado de “novo”. O novo não
reaparece em formas diferentes, pois na verdade, o novo não existe.
Novos
pensamentos são apenas diferentes formas de executar o mecanismo da separação.
Gerarão imagens diferentes, se pensares de forma diferente, mas isso não
significa que as imagens aparecerão em um lugar diferente. O modo de ver, com a
verdadeira visão, é que se torna diferente, e a renovação surge de acordo com a
perspectiva devotada ao sucesso. Dizemos “sucesso”, pois queremos que entendas
que a disposição às imagens certas é sempre um degrau a mais na escada para o Céu.
Portanto,
o novo não surge do rearranjar do velho. As mesmas formas de pensamentos,
devotadas aos mesmo erros, são apenas suposições de novidade, e o máximo que
alcançam é a fomentação de ídolos, para devotares os aspectos da renovação aos
pressupostos anacrônicos da projeção.
Deixe
que as imagens novas ocupem em tua mente um lugar isento de projeção. O novo
parece bom, e o velho desgastado ou mau. As imagens não boas nem más, elas
representam apenas teu estado mental. Se vês um mundo novo, podes ter novos
sentimentos de culpa a surgir; mas se vês o mundo renovado, então há mudança
real, e a certeza de um novo dia é garantida pelo revelar do mesmo.
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