segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que significa "ser uma ideia"?





Gostaria de saber:

            1.      Por que é dito que somos uma ideia;
            2.       Como se faz a escolha correta.

Quem sabe o que significa a escolha correta não precisará desta resposta. Portanto, tu que perguntas, o que buscas entender? De que queres te aproximar? Será que uma resposta conseguirá aplacar tua total comoção mediante os significados? Será que há algum tipo de suficiência para ti neste mundo separado, algo como uma resposta, ou “a resposta”?
Se for isso que estás buscando, procuras a resposta errada no lugar certo, e isso é uma confusão de termos e dos meios. Não há um lugar certo ou uma resposta exata para o que és. Se perguntas, é porque não sabes. E isso é a única coisa que agora pode ser dita com certeza.
Como se faz, então, a experiência de entrega total. Mediante um completo entregar-se ao que é, como se diz no Curso e em todas as palavras sábias derivadas Deste ou de Outro meio santo. Entregar-se é apenas estar em si, sob os aspectos não discutíveis da graça. Quem encontra em si algum tipo de morte ou domínio apostólico derivado do sonho de dominar, alcança meramente um formato que surpreende pela sua força na mente daquele que sonha com estas coisas. A “entrega” a este tipo de “dominação” somente pode ocorrer mediante o medo, pois o medo traz para o espectador do sonho uma “lógica” na qual o ataque passa a ser a vontade de entrega. Isso é loucura, obviamente.
Não é possível que tenhas sobre ti mesmo algum controle que não te seja “dado”. Assim, mesmo que penses que estás no comando, que estás dirigindo, estás apenas “entregando” teu meio corpóreo Àquele Que te conduz à Deus ou ao teu ego, conforme construístes para este fim, este, divulgando em sua epidemia de satisfações uma possibilidade sempre fugidia, tal qual fosse o ego o mesmo que Tântalo, embora seja ainda mais insano, pois o isolamento de Tântalo não se repudiava aos outros através do ataque.
Quem é então que faz a entrega; que permite a entrega? Esta pergunta, em si mesma, já é um paradoxo. Portanto, se perguntas o que é a entrega, ou como se a faz, perguntas o que apenas pode ser respondido por um paradoxo, como o mito de Tântalo ou de acordo com o que pensas sobre não seres o que és, o que é outro paradoxo; embora neste último estejas imbricado e precisando de ajuda para sair dele.
A entrega se faz mediante a graça, e sobre a graça não podemos falar, posto não haja palavras para isto. “Palavras são símbolos de símbolos”, e possuem em si o poder mágico de inferir. A linguagem em si não tem significado na graça, pois ela “some” ou desfaz-se. Englobando a mensagem em envelopes, posto ser limitada, a linguagem é em si mesmo este limite, e se perguntas através das palavras como se faz a entrega, isto é um erro, pois buscas através do meio insuficiente o exame do suficiente. Isto é impossível.
No entanto, a entrega pode ser auxiliada pela linguagem através do fornecimento dos meios. Veja bem: a linguagem não pode ser o meio em si, mas através dela pode ser divulgado o meio para se atingir o estado ao qual permites que a graça venha, e para isto não precisas de nada; basta estudares o Curso e praticar os exercícios, ainda mais em conformidade com o teu empenho genuíno em estares pronto e divulgado, sendo a si mesmo por inteiro, nas experiências, conforme seja o lugar ideal para entenderes a tua pergunta.
Se vires a um irmão, seja tu irmão deste irmão. É muito simples, mas no começo parece difícil. A entrega virá para ti que não julgas. Não desejas nada de teu irmão: nem sua palavra, nem seu empenho, nem seu corpo; o que queres do teu irmão é apenas o que Ele É contigo, conforme foram criados, e isto é reconhecimento. Assim, esta resposta é satisfeita.
Sobre seres uma ideia, esta é uma imagem simples de um fenômeno que criastes, mas não te lembras. O mundo, quando foi criado, estava imerso em uma fenomenologia típica, na qual suas imagens não poderiam “tri dimensionar-se”. A evolução da consciência ao fenômeno da dimensão criou o tempo, e assim, a separação criou os intervalos entre os corpos e os corpos se submeteram à separação, à contagem e ao tempo. Desde então, a Resposta dada tem sido paulatinamente aceita, visto que será sempre aceita, pois foi dada por Deus. O que se acredita ser “evolução” das ideias é meramente o desejo de compreender através da própria consciência que ela foi um erro, um equívoco, e que é possível ser corrigida e retornar ao estado natural, abstrato, conforme se diz no Curso.
O que a consciência então? É meramente o instrumento que inventaste para dirigir “para fora” as tuas ideias de separação. Com ela, podes “jogar” com as ilusões, compreendendo-as, dando-lhes os nomes que criastes, formulando temas e adequando outras formas, as quais imaginas que, pelo séculos que sofres, estás “evoluindo-as”. Tudo tolice. Não há evolução nas ideias, apenas manipulação das formas, e se achas que um computador é uma grande evolução desde as pedras, apenas te ativeste à noção de conforto como prerrogativa básica de tua prisão. Assim, agora podes dizer: “está melhor que antes”; e isto é um limite, e não uma evolução, embora o mundo jamais aceite uma opinião assim.
Obviamente, o mundo é o contrário do Céu. O Céu não evolui. Tudo lá já é perfeito, e se pensas que este mundo caminha para o “estado de Céu” através da evolução das suas formas, estás totalmente enganado. Se pensas, no entanto, conforme gostarias, que as palavras de Hermes Trismegistos sobre o que está em cima ser como o que está embaixo estão associadas à forma, estás enganado. O que está acima (a luz) é como o que está embaixo (a escuridão). A luz, portanto, trazida às trevas, revela apenas o que está obscurecido (a essência), mas são ambas ilusões. No entanto, jamais conseguirás levar escuridão à luz.
Luz e trevas são metáforas, figuras de linguagem, ambos se elidem na presença da luz, que é o único elemento verdadeiro a permitir a graça. Porém, além da luz e da escuridão, está o Céu, donde a ideia de luz e escuridão é inconcebível.
Então, quem é André Sena? Essa coisa monstruosa a que deste nome não pode ser além do que és. No entanto, tu és amado, e mesmo conforme identificado neste corpo, serás amado pelo reconhecimento do que és. A ideia de um nascimento, vida e morte é um conto da carochinha, um mito, uma historia que criastes! Como não te identificares com isto sem acreditares que és irreal? Passas a ser uma historia, uma lenda, e para forçar a tua noção de existência, precisas de coisas, de mais, para provar que a historia continua, mas ela não existe, filho Meu.
Assim, quando é dito para ti que és uma ideia, o que se quer dizer é que uma ideia não pode abranger a si mesma. A ideia é meramente um uso, uma “apropriação” que fazes de teu ser enquanto um “tema”, e te aproprias disto para teres uma ilusão de existência. Quem é a ideia? Esta resposta também é impossível, e a pergunta também é um paradoxo.
Uma ideia não pode ter forma. Ela não está de modo algum associada a alguma forma. Ela pode ser projetada, mas não pode ser “lançada fora”. Portanto, na mente de Deus, há a ideia de tua criação conforme és. Isto é tudo o que pode ser dito sem trazer ainda mais confusão à tua mente. Mesmo porque não há segredos sobre isto, mais palavras apenas confundirão a tua mente aturdida e preocupada com respostas.
Então, para que em breve possas compreender através da experiência o que perguntas, lembra que és amor, e que somente podes ensinar amor, pois isto é o que tu és. A ideia do amor não pode ser apreendida, nem mesmo suposta através de comparações. Mas podes simplesmente atrair o amor a Si Mesmo através do ato de amar, e entenderás que uma ideia não precisa de formas para Ser.



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