quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sobre a arrogância e a humildade



            A arrogância surge de uma concepção falha entre o que é a verdade em dar e o que é a doação. A verdadeira doação não é uma conquista ou uma aprendizagem. Doar e dar são conceitos distintos, não se conjugam como evidências destacadas de um partilhamento, pois doar é “partilhar em perder” e dar é desapegar. Um presente não pode ser doado, pois um presente é uma dádiva para alguém. No entanto, doar levanta suspeições políticas, pois doar associa o ato ao interesse, que pode ser social, altruísta ou meramente despejante. Não se doa o que se quer, mas se doa o que não se quer. Aquilo que se quer não pode ser nomeado como dispensável, pois é uma farsa em conceituação, e não poderá ser aceito como dádiva.

            No entanto, doar pode suprir uma carência julgada em escassez, e o sonho da doação pode ser corrigido pelo ato de dar. Somente através do “dar” se assume responsabilidade. A expectativa da doação é muito semelhante à caridade, pois ambas veem diferenças em níveis. A arrogância baseia-se, portanto, numa relação entre o que é Poder Real e o que é sua construção, pois ela mesma não pode “surgir” sem efeitos.

            A arrogância não é causa de coisa alguma. Não produz nada, e também não acontece realmente. Sendo um dos elementos da ilusão, ela aparenta ter uma acepção contrária ao amor, e até mesmo passa a ser o seu oposto, nos casos em que o medo é sobrevalorizado como uma ação a se tomar.

            A humildade é Efeito da Vontade de Deus. Ela não surge de uma vontade alheia a Ele, pois seria impossível. A arrogância precisa de fabricação em doação, mediante um fazer, que associa o que é ao que produz. Ela não pode produzir e ser produzida em si mesma. O amor dado produz amor no mesmo. O amor dado no “diferente” é uma dádiva imerecida, ou desviada; uma dádiva dada onde não é apropriada não é real, pois não pode haver amor em diferenças.

            A humildade, por outro lado, não vê diferenças. O homem verdadeiramente humilde sabe que seu objetivo está em aceitar a Vontade de Deus como a sua; e cumpri-La.  Ele não espera para construir uma relação em altruísmo. Não vê o que é de Deus como diferente do que é seu. Ele não está em débito para com a filiação. Ele não precisa doar para ser “aceito” por seu Pai.

            Isso parece ilógico e cruel?  Se pensares com o ego, sim! O ego acredita que um filho de Deus doente precisa do amor de si mesmo, mas sendo o ego também a fonte da cura. Jesus Cristo, neste raciocínio, seria um mago, sendo muito superior a todos os seus irmãos, pois saia a distribuir senhas de segredos em nome de Deus e produzia milagres em associação ao que lhe era poder.

            No entanto, Jesus foi um homem que viu a Cristo em todos, assim sendo ele mesmo o Cristo, pois o milagre em confiança dado por Jesus vinha através de um desfazer completo, de uma disponibilidade total. Estar na presença de um professor de Deus avançado pode curar, mas a consciência plena da humildade ainda foi pouco vista neste mundo. Jesus foi o homem mais humilde que já se viu. E Dele vieram milagres.

            No entanto, a fé de Jesus em Deus não foi apenas o precursor de Si Mesmo como o Cristo. A Fé é um princípio, a Expiação é o meio. O homem verdadeiramente humilde não se dá como um elemento devotado a uma causa. Qual é a causa a qual o UCEM se reporta? Não há causa alguma ali, pois a salvação não é uma causa a se lutar, simplesmente porque um efeito não pode lutar por sua causa. Isto é óbvio! Mas pode parecer que o UCEM revela seus efeitos como sendo valiosos, e que precisas adquirir empenhos devotados à sua causa.

            O Curso em Milagres não advoga por nenhuma causa. Seu único objetivo é a expiação, pois ela permitirá que Deus, a única Causa de Tudo o Que É Real, possa novamente ser lembrado por Seu Filho. A expiação não é a causa da salvação. Ela é o meio; a fé é o fundamento e a revelação, que é a causa, é dada pela Única Causa, que é Deus. A expiação é o objetivo do curso, para que o Filho de Deus perceba que Ele é para sempre um Efeito de Deus. Lembrar-se disso não pode ser “querer uma causa”, a não ser, obviamente, que queiras tomar o lugar de Deus.

            No entanto, caso se acredite em escassez, a crença em causalidade é forte na separação. Tudo foi causado por uma revelação ao contrário. O filho de Deus se separou de Seu Pai e agora, para ele, que é sem causa, tudo que lhe acontece é alheio. Isso, se fosse assim, seria a irresponsabilidade total.

            Paremos então um pouco para agradecer a Deus por nos ter Dado a Sua Resposta. Não estamos perdidos na insanidade nem por um momento, pois o Espírito Santo de Deus pode nos falar mesmo através da doação, pois Ele Sabe onde está ocorrendo o amor para ti, enquanto dormes.

            Neste mundo, no qual tudo está ao contrário, o homem humilde pode passar por arrogante.  “Eu tenho tudo, nada me falta. Sou completo e feliz, e estou satisfeito. Sou Filho de Deus e tenho a herança de Meu Pai e a mim são dados os Seus Milagres. Eu  não sou um corpo, eu sou livre.” Esta fala parece ser o ápice da arrogância para o ego, mas é um fala totalmente humilde, pois ela põe em perspectiva verdadeira a Causa e o Efeito.

            Humildade está relacionada ao ato de se estar consciente de sua origem. O humilde não é aquele a quem a educação poliu, ou a quem sua própria escassez aprouve como “simples”. Humildade quer dizer “receber em amor”, pois assim a Fonte do humilde verdadeiro pode ser estabelecida como plenamente confiável. O amor é a única fonte da humildade, e apenas em amor podemos encontrar a verdade sobre Quem Somos.

            A diferença básica entre humildade e arrogância é, portanto, uma perspectiva entre assumir ou não a responsabilidade por esse mundo. Tudo o que vês é tua criação ou tua feitura, conforme escolhes em arrogância ou humildade. Dar é assumir responsabilidade, pois estás estabelecendo a reconexão, estás trazendo de volta o que sempre foi teu. Dando amor, recebes amor. As imagens evocadas diante de ti estão te apresentando o estado da tua mente. Isto não deve ser entendido diretivamente, pois as imagens são simbólicas! Um ato de amor pode ser um evento que nomeias “acaso”. Segundo o julgamento do teu ego, pode ser até uma ocorrência desfavorável. Logicamente, teu ego tentará dificultar tua interpretação amorosa das imagens confusas que o mundo apresenta. Mas é impossível que algo venha até a ti sem tua permissão. Os símbolos do mundo não existem, mas são densos e o chamas “matéria”. O tempo o amarra em “estabilidade”, pois ele não é descontinuado, como teu sonho noturno. É bem uma invenção engenhosa, mas o engenho é do ego. Amar verdadeiramente é bem possível mesmo neste mundo, e continuadamente. O perdão está totalmente associado à humildade. A felicidade está em sermos como Somos Nele. Assim, a humildade se estabelece em verdade, e sabe-se de Deus o que é sagrado.


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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre a benção




               A benção é a materialidade da oração. Não é possível abençoar sem orar. As palavras não contam nisto, mas a benção vem a todo aquele que ora segundo a Vontade de Deus. Deus te abençoa sempre, pois ele não pode ter dificuldades em dar ao filho o que é Sua Vontade. No entanto, o filho pode negar a si mesmo a benção, se acredita que pode.

               Ter para si não é compartilhar. A benção só pode ser compartilhada. Não é possível teres a benção só para ti, pois Deus não dá para tomar. O que vem de Deus é totalmente coletivo, não pode haver nenhum tipo de particionamento da benção, pois o que se diz da oração também se pode dizer da benção. A oração é em Deus; assim a benção também o é. Abençoar é estar em si Consigo, segundo a unidade apresta e devolve. Não há recorrência devotada à benção que possa ser repetida com uma diferença, pois a benção é sempre a mesma, apenas aparenta mudar no tempo, sendo abençoado hoje alguém que está diferente do que era ontem, em comportamento ou outro estado. No entanto, não abençoas as suas variações, e sim o Filho de Deus que habita nele. Então, a benção é recebida onde é apropriadamente devotada, pois não podes abençoar apropriadamente o que não existe. A benção é em Deus; tudo que está em Deus é abençoado. A benção é bem uma lembrança e um resgate.

               Abençoar é pedir em ação. Já dissemos anteriormente que ação diretiva não é a ação a que nos referimos, mas a ação entregue ao Espírito Santo, conforme sendo ela mesma ação e não-ação. O caráter deste duplo resolve-se conforme também já discutimos, através da não interferência, que é o perdão e a aceitação da responsabilidade. Somente assim poderás dar verdadeiramente. Não podes dar aquilo que não tens ou aquilo que não sabes onde encontrar. A benção vem do abençoado, enquanto eles mesmo são abençoados juntos, sendo Deus o vetor da elisão da benção em dois, sendo um, conforme a benção sempre re-une.

               Abençoar é muito bom. Faz bem, retira de si todos os pesos dos pensamentos insanos e altera por um tempo, que pode ser muito significativo, todos os pressupostos em juízo estabelecidos para separar os filhos de Deus. A benção pode ser dada em palavras, conforme a oração também pode ser dita ou lida; mas a benção, bem como a oração, vem de uma união com Deus em ação, através de pressupostos não diretivos. A oração, bem como a benção, não pode ser diretiva. A oração em petição pode estar em contrassenso. Da mesma maneira, a benção e o amor não estão dirigidos conforme uma vontade consciente. A benção é bem verdadeiramente uma vontade de amar, uma disposição a amar, e uma permissão, ou disponibilidade, para que a união em Deus surja mediante uma vocação apropriada de Seu Filho em Si Mesmo, quando divulgados em ilusão de dois. Assim, a benção vem para ti de ti mesmo, enquanto estás disposto a receber, pois já vimos que não podes dar o que não tens ou aquilo que negas para ti mesmo.

               O medo da benção vem do medo da re-união. Ela aceita seu pressuposto danoso em revelar o que apresenta diferenciado somente porque tu ainda podes julgar o amor como um dano. Assim, parece mesmo que tu doas amor e teu irmão recebe. Na verdade, a união em um já aconteceu, mas a ti parece que foram bem um com o outro, ou são amáveis. Não podes abençoar como diferente de teu irmão, mas a benção, que é uma vontade disposta ao perdão evocado, sendo santa por ser assim, pode aparentar para ti diferenças na aceitação, pois o comportamento ainda é tão forte e aparentemente diretivo além da não-ação. Assim, o medo da benção surge como uma defesa, em grande parte evocada contra a própria noção de defesa. Nisto, o Espírito Santo age em teu favor solicitando o teu empenho em perceber o raciocínio circular que te destes. Isto ocorre através da benção. Ela aparenta surgir como um débito teu para o teu irmão, pois precisas abençoá-lo. Bem, isto não pode ser entendido como uma imposição, mas também não pode ser visto como uma obrigação, no sentido de algo que deve ser dirigido. Já falamos bastante ultimamente da não-ação. Não agir é o mesmo que agir com a mente certa, pois a disposição à ação ocorre mediante diretivas que são procedentes de tua real Vontade. Não és empurrado, ou dirigido, mas podes te sentir “atuado” em certas situações nas quais a entrega é quase total. Nestes casos, a benção ocorre tão naturalmente, que a alegria é o único estado possível, e onde tu chegares serás bem vindo, e afastarás dali todo o mal.

               Estar “atuado” envolve grande disponibilidade, mas não é de nenhuma maneira difícil. A benção surge como um elemento precursor e revelador disto. É bem dizer uma ferramenta pedagógica, como se fosse uma permissão ao amor, que não pretendes por enquanto assegurar permanentemente como uma dádiva tua para teus irmãos, e assim assegurar sua presença em ti mesmo. A benção vem para te lembrar o amor. A oração procura te elevar a Deus e reestabelecer o contato. A benção estabelece a natureza amorosa de toda a Criação, e é a extensão do amor na Filiação.

               A benção, portanto, estabelece para nós a mecânica do amor. Esta palavra tem sido mal interpretada, pois o que é mecânico parece ser dirigido através de um ato destacado de qualquer sabedoria. No entanto, podemos assegurar que se estás verdadeiramente imerso no amor, conforme a tua direção sendo uma entrega total ao Espírito Santo, poderíamos dizer que há uma mecânica na salvação. A limitação desta mecânica surge de uma total indiferença a qualquer tipo de efeito verificável por aquele que acreditava antes que fosse um observador. Estar “atuado” é um limite, pois ser desvanecido em Deus não envolve mais qualquer ação, e é a liberdade total. Regozijarás de alegria no dia deste dia, pois nele não haverá mais tempo algum para dizer-se dia. No entanto, a benção está para a oração assim como a mecânica do instante santo está para a revelação.

               No teu nível de aprendizado atual, a benção é bem uma atuação. No entanto, podes treinar de maneira muito pouco assustadora para ti os elementos da benção. A benção sempre envolve gratidão, bem-estar, amorosidade, gentileza, calma, empatia, honestidade, naturalidade e compaixão. Sobre essa última, dizemos que é verdadeira apenas se não vês diferença entre tu e aquilo ao que te compadeces, pois a compaixão verdadeira vem da necessidade da benção que podes compartilhar. Se vês a alguém “diferente”, ou em pedido de ajuda, a compaixão vem de saber que falta ali a disponibilidade à benção. A ajuda vem de perdoares a imagem que vês de tua própria mente sem perdão no empenho irmanado em pedir ajuda. Agradece, portanto, sempre que tiveres a oportunidade de abençoar, pois abençoas a ti mesmo.

               A confiança surge como uma necessidade em não temer as distinções. Não é possível que as coisas mudem sem haver mudança. No UCEM é dito que “o caminho não é difícil, mas é muito diferente”, com ênfase no “muito”. Precisas mudar, mas não conforme o mundo advoga, em comportamentos ou progressões. Precisas te direcionar ao amor, e isso a benção trará para ti, na mesma medida em que oras, pois assim também buscas a Deus. A confiança torna-se mais forte se experienciares o que realmente é tua Vontade, mas não podes marcar passo pelo resto da vida e esperar que a mudança chegue. Já dissemos aqui do caso de Brunder Klauss, para quem a irrupção da salvação sem a preparação adequada foi percebida como terrível. Mas isso se deu por conta do medo. Queremos primeiramente que percas o medo, pois se a experiencia da revelação for temerosa para ti, tenderás a afastá-la ainda mais. Por isso, vamos em passos lentos, mas firmes, em direção à única meta possível. Deus será gentil em tua transição, isto está assegurado no UCEM. E o “aparente terror” é rapidamente compreendido como ilusão, quando estás pronto e amadurecido.

               A benção é uma direção estabelecida a te ajudar no teu reencontro com o amor. Somente podes estar abençoado quando permites o teu empenho em amar verdadeiramente. No entanto, como a benção vem de Deus, ela pode vir Dele para ti - porquanto te entendes ainda separado dele -  como uma memoria de Si para Seu Filho, ao que percebes a benção da unidade em verdadeira oração. Essa é a benção que estendes, que é dada apenas, não há em si a necessidade de um recebimento, mas dando certamente receberás. Coragem visa confiança em saber que se negas amor estás defendendo do amor. Somente dando amor estarás soltando as tuas defesas. Elas não são necessárias.  Elas estão te impedindo de reencontrar o amor e a benção de Deus em teu coração, enquanto direcionas a tua vontade a estar separado. Não proteles mais a minha vinda. Preciso que reencontres aos teus irmãos para que eu possa vir até você. O medo da segunda vinda, ou segunda mudança, está explicado no UCEM de maneira bem direta:

               “A mudança é sempre amedrontadora para os separados, pois não podem concebê-la como um movimento em direção a curar a separação. Eles sempre a percebem como um movimento rumo à maior separação, pois a separação foi a sua primeira experiência de mudança. Acreditas que, se não permitires que nenhuma mudança entre no teu ego, acharás paz (T-4. I. 2: 1-3).”


               A primeira mudança foi a separação e o sonho. Pareceu terrível, e a segunda mudança, que é a revelação, te parece um grande risco a correr. Mas não há mudanças entre o que é real e o que não é real. Só existe o real e nada mais. A mudança é só uma aparência de mudança. O termo “despertar” para ti assemelha-se ao termo “mudança”, mas é na verdade uma memoria e um reavivamento.  Acordar de um pesadelo não é o mesmo que acordar de um sonho bom. Por isso, é necessário que vejas o mundo real, e a tua benção ao mundo virá a torná-lo mais gentil, harmônico e feliz. Assim, despertar será um ato feliz na tua consciência.

               Pai, vimos a Ti pedir que empenhes segundo a Tua Vontade o nosso despertar. Teu Filho espera por ti em amor, e está disposto a associar a sua benção à Tua, segundo são uma só. Ele está pronto, meu pai; e disponibiliza-se a ver o mundo perdoado, ao que pedimos que Tua benção seja derramada sobre nós, para que possamos em Tua glória abençoar o mundo e a todos os nossos irmão. A Ti peço, Pai, por teu filho santo. Amém.

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sobre o pensamento ardiloso




            Pensemos agora nisto: se vês o que está em tua mente como sendo imagens ('meus pensamentos são imagens que eu tenho feito'), então o que vês só podem ser imagens advindas de teus “pensamentos”. Isto não parece ser diretivo, pois acreditas que a mágica é a diretora das imagens. Portanto, isto parece difícil ao teu entendimento, e pensas mesmo que o que vês é criado fora de ti, e que tu estás separado das imagens que vês.

            A mágica é a responsável por este pressuposto. Pensas que ver está associado a “receber de fora”. Mas ver, assim como ouvir, é apenas uma resposta. “O ouvido traduz, ele não ouve. O olho reproduz, ele não vê” (Suplementos. Pg. 28).
 Difícil fazer com que acredites que teus irmãos são irreais para ti até que vejas neles o amor como reflexo de teus pensamentos sobre eles. Se recusares, o que recebes são imagens julgadas, e a isso o mundo dá o nome de pessoas falsas, julgadoras etc.
           
            Não és julgado, mas podes ser alertado. As imagens derivam de teu compromisso com a mente certa ou a mente errada, segundo o professor ao qual escolhes. Tens medo de tudo? Então seguramente as imagens de terror vêm de uma mente aturdida, que está a fabricá-las. A mente, antes de tudo, julga; então, as imagens são feitas, e depois tu as julgas de volta. Eis o raciocínio circular que se diz real.  Portanto, a mente sem observador, sem julgamento, a mente em estado natural, abstrato, só pode conceber imagens verdadeiramente reais, pois ela não as concebeu antes, e apenas assim elas são “dadas”. Depois, liberto disto, verás o mundo real, que são as imagens de um mundo visto em abstração, conforme o pensamento passa a ser apenas um ardil, pois mesmo este texto precisa de teu perdão.

            O teu corpo não pode ser um sinal de tua glória. Mas podes certamente ter sentimentos bons e perceber verdadeiramente alegria, mesmo através do corpo. Não precisas aquietar tua alma através de meios duvidosos. Esses meios são duvidosos não por serem condenados pelo mundo, mas porque são irreais. A salvação virá até o filho de Deus porque ele é santo, não porque ele se santificou.

            Tens medo de ser a si mesmo, então não temas a tua morte, pois sabes que a tua morte é uma ideia. A morte de teu corpo, a ideia primordial de teu ego, é uma falácia que empresta ao teu empenho uma devoção consecutivamente associadas às imagens de provação, escassez, doença e, finalmente, morte.

            Filho Querido de Deus, porque tens tanto medo ao ponto de querer produzir tal imagem? Ela, nem mesmo teu ego pode vê-la. Esse mundo não existe, o que acreditas que vês com os olhos do teu corpo é uma ficção. Tua morte não existe, não existe a noite, não existe tu; mas Tu existes, e não és em imagem, não podes ver a ti mesmo, mesmo o espelho é uma imagem fabricada por ti.

            Não parece fácil e tem a pena pesada de um homem que ateia a si mesmo pelo denso. Não posso ir além do que permites. Mas te amo com a certeza plena que te lembrarás de mim em teu irmão, e finalmente verás a ti mesmo verdadeiramente, não em espelho algum, meramente corpo, mas associado à unidade em si, que és tu mesmo derivado em tua mente em vários corpos.

            Tens medo do amor, pois temes que ele te traga a mesma judiaria a qual gostarias de experimentar. Mas o amor habita em ti, pois és capaz de tanto amor, e não chegam a ti as imagens de tua loucura, pois não é a mágica quem as produz. Tu não podes dizer: “café!” E Ei-lo a ferver em tua frente, quente pelante em tua ideia de querer catastróficos meios de aludir ao mundo uma transfusão de lugar da matéria. O prestidigitador dos mares não é o jangadeiro afoito, mas aquele que pesca em boa rede, e o peixe se vem a ele sem permissão de si, pelo que a imagem da abundância não é consciente, mas abstrata, conforme temes e gostarias mesmo que eu a desse a ti. Achas que quero trazer a ti algo que vá te ferir? Não posso ferir a mim mesmo. O amor que eu tenho por ti aprendi do Espírito Santo em Deus, pelo que resgatei imagens de amor e cura, e vim para cumprir apenas o que me foi dado fazer, e nunca ser repetido. Dizer que sou o Cordeiro de Deus é o mesmo que dizer que o sacrifício acabou para sempre, há muito tempo. Porque quererias te martirizar?

            Não sabes bem o que és. Temes teu mesmo si em outros. Advogas reais vontades de estar de volta a Casa. Teu Pai lembra-se de ti verdadeiramente. Não tenhas medo de estar disposto ao amor, mas somente lembrarás disto quando quiseres estar em paz com as imagens, e perdoá-las. Não podes julgar. O silêncio é de ouro, mas a Voz por Deus é diamante negro, em tuas formas quentes, mas advogadas ao zelo de encontrar com a gente. Te esperamos tanto, alegre pelo pranto, que virás contente. O zelo alegre é lindo, que te vês sorrindo, e se imbricando ainda — e não permite a noite, afoita em seu açoite, dormir tua vida.

            Não és a noite, portanto. És divino em teu empenho santo. Sonhastes com inglórias formas que tu foste o mesmo que um anjo decaído, posteriormente redimido. Perfeita imagem, mas basta uma correção: o anjo que quedou a si não existe; e a redenção, para ti, pode ser negra como a noite, pois lá puseste as correntes para te assustar. Tens muito medo disto, mas no “isto” que temes é que reside o perdão. O perdão é a cura de todo medo.

            Assim, lembra que não és negro como a noite, mas a noite em oposição ao dia é um enleio dos opostos. Temes o que recebes, mas darás com certeza santa tudo aquilo que receberás, pois o amor é tua casa, e de lá não saístes jamais.

            Amo-te. Tenhas fé, e não desanime. Tu também venceste este mundo. Em breve, lembrarás.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sobre a oração




Há garantias sobre tua salvação. Não estás perdido no espaço em termos que garantem apenas o teu afastamento de Deus. O amor não é uma doença da qual precises te livrar. Certamente, alguns pensamentos terríveis podem buscar o teu empenho e aliança para que estejas destituído de tua mente certa. Este é o momento em que se diz: Não quero este pensamento, escolho em lugar dele _________”. Pode-se colocar aqui algum exercício que melhor se adeque à situação ou um elemento qualquer retirado de passagens do Curso. Possivelmente, isso será tua guarnição, se assim escolheres.
Falamos do ato mecânico, da “mecânica do instante santo”. Pois bem, há algo mais mecânico que as disposições do ego? Suas fantasias são totalmente evocadas através de imagens. Não é possível ocorrer um relacionamento santo através do que teu ego diz ser bom ou valioso. Ele quer o total afastamento de tu em tua vida. Será que isto é possível? 

Não só é impossível como é irrealizável. No entanto, podes sonhar que é possível, e assim dar asas à imaginação e aderir ao teu comprometimento com Deus uma cláusula: serei de vez em quando “livre”. Isso não é bem uma ideia boa. O teu compromisso com Deus é total, simplesmente porque é o teu comprometimento contigo mesmo. Ora, se estiveres disposto a não ter para ti mesmo uma vontade igual à Sua, para quê queres outra vontade? Será que através de uma relação desafiadora Deus irá entregar para ti o Seu Trono? Será que vencer Deus pode ser uma meta razoável, se tu e Ele são Um? O UCEM repete inúmeras vezes que vencer a Deus seria vencer a ti mesmo, e tu serias também incluído nisto, pois a derrota de Deus seria a tua derrota. Não percebes a insanidade em duplo de todas essas coisas?

O mundo dos opostos funciona bem como uma balança. Teu compromisso total com um deles te lançará indefinidamente ao outro. Assim, quando te esforça em manter tudo muito correto e organizado, pode ser que estejas criando uma bagunça, na medida em que transforma o útil em vício. Uma correção moral, uma perspectiva certa, uma vontade disposta aos contrários é o mesmo que nada, se visto segundo o ponto de vista de tua mente errada. 

Orar é o caminho para a salvação. Não existe nenhum outro, pois a oração acontece entre Deus Pai e Seu Filho, sem intermédio de nenhum atributo ao qual o filho se atenha enquanto pensa estar separado. Ele não pecou, não está condenado por Seu Pai. A oração acontece segundo ascensões de suas forças mediante uma disponibilidade. O ritual da oração pode ser o mecanicismo do instante santo, ou a funcionalidade em ilusão de perdão ou ainda a certeza devotada à petição de Ajuda ao Ajudante, mas a oração em si funciona perante uma disposição significativa entre o que se diz amor e aquele que realmente ama. Não há erro em dizer que a oração é o veículo dos milagres, pois ela associa o que é real ao que ainda não acordou, está inconsciente, mas apresenta provas de devoção e fé, pois é aceita como é recebida, e quando o Filho ora a Seu Pai, Ele sempre responde.

Tal oração prescinde de palavras. Não há necessidade de ater uma consequência que seja ao ato da verdadeira oração. Se ativeres a ti uma devoção mecânica, conforme concebemos anteriormente em relação ao instante santo, então o que virá a ti será mecânico em suas formas, mas subsistirá aí, ainda que perceptivelmente, uma certeza de que existe uma carinhosa e amorosa presença em ti que jamais te abandonou. A oração divulga isto em seus meios verdadeiramente vantajosos, pois assim não troca o que pediu por um conceito, mas esteia em seu conceito de si mesmo o desapego, até que esteja imersa em Outra Coisa, que não é perceptível em suas formas, mas adere ao que causa conforme sendo ela mesma a causa. A oração não pediu mudanças nos efeitos, mas apenas aderiu a si a causa, e tornou-se efeito de Deus. 

É possível orar todo o tempo, mesmo enquanto estás cumprindo atividades não relacionadas à devoção. Orar não é estender-se em meditação ou prostrar-se em petição, embora se possa atingir através destes mesmos meios o propósito ao qual se devotam, que é encontrar a Deus, pois Deus está disponível com o caráter de sempre. Não existem críticas aqui. O que estamos a apontar é o fato de que a oração é o veículo dos milagres. Portanto, não há ordens de dificuldade em orar. É possível orar durante todo o tempo da tua vigília, podes até mesmo orar enquanto dormes. Seguramente, pois dormes apenas o corpo. Orar é uma espécie de concentração, mas votada a manter a mente certa em si, enquanto associa o que vê ao que pensa, pois o que vês é reflexo de tua mente. Orar é pedir para ver no mundo o “mundo santificado”, ou o mundo real, e acreditar nas imagens que vês como sendo perdoadas, plenas da validade de tua adoração, pelo que, na vida, o que nomeias morte pode ser a vida, e o que nomeias vida pode ser atraso, visto que a oração associa o que és ao que pedes, mas sempre verdadeiramente. Se a oração corrige tua mente, ela mesma provê os milagres que atestas e vês, pois a tua mente recebe os milagres em imagens de cura, mas não será como pensas e queres. As imagens virão, certamente, pois estabelecestes uma prova definitiva. Nenhum tipo de cura acontece sem tua permissão. Não podes deixar de orar, pois oras quando estás em tua mente certa, e não podes estar sempre errado. Mas lembra-te disto: “Alguns dos teus maiores progressos julgaste como fracassos e alguns dos piores retrocessos avaliaste como sucesso (T-18. V. 1:6)”. Assim, recebas as imagens que te chegarem como oriundas de tua mente. Não sabes se as imagens estão certas ou erradas, pois ainda não aprendestes a distinguir bem a tua mente certa da tua mente errada. Mas perdoas a todas em oração, disposto a ver o visto, e assim recuperas a sanidade em qualquer situação e encontras o lugar ao qual retornar, “o centro de quietude, no qual tu nada fazes”. Não precisas orar para orar. Não precisas fazer nada. Eis a quietude demonstrada.

A situação a qual encontras a ti mesmo é oração. Ver a face de Cristo em teu irmão é o efeito real da oração. Enquanto estiveres em oração devota, podes te disponibilizar a isto, e certamente ocorrerá para ti. Mas não temas a alegria em teu irmão; o ego que ele fabricou não tem nada a ver com isso, mas certamente teu irmão agradecerá, mesmo que não entenda o que está acontecendo em termos de encontros. Fica contente com sua alegria, pois é a tua liberação, sendo dada a ti por ele. E agradece a Cristo nele, para que sejam salvos os dois, em Um, conforme apraz a tal encontro santo.

Assim, não pediremos ao Pai em palavras, mas nos disponibilizamos segundo Sua Vontade. Estamos prontos, pois aprendemos que coragem é amar com fidelidade real, segundo o verdadeiro amor, que não diferencia o que vê de sua própria mente, e assim entenderás que o mundo não está fora de ti; entenderás finalmente que “um mundo está aqui, é óbvio que ele está dentro da tua mente, mas aparenta estar do lado de fora (T-18.II. 5:2)”. Mas compreenderás isto por ti mesmo. Não temas o teu irmão, o que ele te diz ou que ouves dele ou vês, pois tudo isso só pode vir de dentro de ti mesmo. Teu irmão não pode ser a causa do que vês, nem do corpo alheio que vês. Mas tu e ele “são para sempre efeitos de Deus”.

Coragem não é co-agir, mas “agir com”. 

Ao que: 


Amém.


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domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Casa de Deus




               A busca por um ideal que é visto como impossível, irrealizável e totalmente arrogante tem mesmo que parecer uma luta diária e totalmente sem sentido. No entanto, este é o raciocínio do ego, quanto ao que realmente queres. Ele gostaria que concordasses consigo que esse trabalho é inútil e que teu empenho em direção a Deus é uma busca em conto-de-fadas. Se experimentares o tédio de teu corpo como tua casa, obviamente tens para ti mesmo uma saída realizável em si. Pois se o tédio do teu corpo, ou dos teus dias, se estabelece com algo ao que não te assegura alegria e sentimento vivo de estar em paz, então o que buscas não pode estar aqui, onde o corpo e o tempo estão.
               Portanto, se buscas com fé perfeita por alguma coisa que não pode ser definida pelo corpo, essa coisa tem que estar realmente em outro lugar. O ego não pode deixar de habitar teu corpo. Ele não pode “sair” para encontrar algo maior que sua sensação de localização. Sendo circular em todo o seu raciocínio e ação, o corpo é para o ego um meio e um fim. Se sentes o tédio de teu corpo ou de teus dias, onde estás abrigado? Onde pensas que é a casa que te guarda?
               Desconfiar do ego não é suficiente, mas é um começo. Não significa que, pelo fato de desperdiçares o teu tempo em encontrar saídas satisfatórias em divulgações de tua caminhada, como, por exemplo, nas publicações de teus textos ou em enredos de aventuras, estejas preparado para encontrar uma relação aprazível com o que “está fora”. Não há nada fora. O que é então o tédio?  É um encontro entre o que está divulgado como certo e aquilo a que se nomeia razão, ou julgamento pelo mundo. Achas que não estás fazendo algo que te alegraria, precisas confirmar o princípio da escassez, pelo qual o tédio é justificado, visto que “te falta alguma coisa”.
               No entanto, e verdadeiramente, não te falta nada. Veja que o dia do tédio é o dia em que o mundo não está girando em seus papéis ou ficções sociais. O dia do tédio é uma especulação e até mesmo uma teoria da separação. Nele, vês que o divertimento é uma escapatória tão irreal quanto o trabalho e as realizações ficcionais do mundo. É preciso muita coragem aqui, pois estamos a dizer que tudo o que mundo cria como feitura é sem significado. Não possui realidade em si mesmo e contesta o que apresenta em relações circulares, para que sempre te falte daquilo que ele produz. Tudo o que queres remover ou adicionar é sonho. Como já foi dito, a Revelação não é uma coisa adicionada, mas reconhecida, isto é, novamente conhecida.
               Onde fica a Casa de Deus? Não pode ser no teu coração humano, tão inconstante que é incapaz de amor perene, e julgador em suas formas de amar segundo o que o mundo dita como sendo “amor”. Seria na tua mente? Decerto que sim, mas não no ato elaborativo do pensamento, conforme o amor seja concebido e teorizado vindo a ser uma dádiva questionável, passível de ser testada para assegurar sua validade. Não é assim com o amor dito “racional”. Porém, a esperança de encontrar amor nos corpos e na própria ideia de amor é uma tarefa muito viciante para aqueles que se creem separados, pois encontrar o amor passa a ser uma meta, no futuro do tempo. E o tédio parece ser ausência deste amor localizado no futuro. Assim, também é justo, para acabar com o tédio, procurar amor.
               Queres parar de escrever para ir ali? Aqui e lá são lugares distintos, portanto, aparentam separados. O Aqui é irmão do Agora, mas não podes querer o agora do ali. Está é a confusão que o ego te apresenta e acreditas que não podes entender porque não vale a penas buscar a cura do tédio em outro “fazer”. A resistência a criar é uma meta do ego, pois ele adiciona à tua resistência a prova de que “não adianta buscar a Deus, isso é impossível, é só para alguns especiais”. E nisto ele está certo, pois sua evocação de alguns como especiais é a tarefa da divulgação do especialismo como sendo a realidade dos teus irmãos. E tu, que és diferente destes “iluminados”, estás perdido, pois Deus já garantiu a tua escassez, e não vai te dar Seu Amor como teu sustento. Terás então que procurar por ti mesmo, e o tédio é a certeza de que não achaste — — — ainda. Sempre se pode buscar lá ou ali, não é mesmo?
               Certamente, no início de tua longa des-hibernação, precisas perceber que o sonho não é mais o lugar onde pensas estar. Às vezes, durante o sono noturno, podes ter um sonho muito favorecido pelo teu empenho em dirigir e acordar deste sonho assustado, de modo abrupto, e por um curto espaço de tempo não consegues saber onde estás, e perguntas a ti mesmo “que lugar é esse?”, sendo que ali é a tua casa, não é mais o sonho no qual pensavas que estava, e de repente estás completamente submerso em uma dúvida temporária, como se habitasses um “não-lugar”. Essa confusão, que, no entanto, não é favorável, pois ela desancora de um sonho para acordar em outro, essa confusão pode ser utilizada como uma metáfora do estado anterior ao ato de soltar os sonhos do mundo, em direção à Casa de Deus. Na medida em que percebes que estás soltando tuas amarras deste mundo, uma confusão e uma sensação de desordem podem seguramente ocorrer. Este é o momento da fé, como diz o Curso. Nas mudanças que são reais, que na verdade são uma só, sempre é possível que surja uma sensação de perda, pois estás transmitindo a ti mesmo a mensagem que não querias ouvir, que é está: tudo o que vês com os olhos do corpo ou que percebes com quaisquer dos sentidos não existe, e se empenhas teus esforços em direção a isto, estas abraçado fortemente à nada, e não queres soltar, pois perderias os valores, as realidades que não existem absolutamente. Soltar é muito perigoso para o ego, pois soltar é abrir mão de tuas defesas “contra” Deus, em favor de alguma utilidade que vês aqui. E por isso, mesmo o tédio te é valioso, pois ele pode ser experimentado e dar favor e testemunho pela separação. Principalmente como uma tese da escassez do filho de Deus.
               Na Casa de Deus, que é a Tua Casa também, de Lá tu não precisarás voltar. Na Casa de Deus só existe o Amor e todas as coisas boas estão Lá, e nunca se vê por Lá o tédio, pois a Casa de Deus é viva de verdade. Na Casa de Deus todos são bem vindos, e é Lá que estamos todos juntos, Unidos em Um, pelo que a Casa não é um corpo, e não tem paredes, nem teto, nem nada. Desta casa, que lembras de tua infância em intuição do mesmo, em música, é esta mesmo, que é para os bobos, sendo estes os que para o mundo o bobo é: um sonhador.
               Enquanto sonhas o sonhar do mundo não podes deixar de ser um bobo tonto. Podes vir a ser um destacado, mas serás um bobo tonto em destaque. O mundo oferece só o que não adianta nem atrasa, pois o que o mundo oferece não existe. Mas tu podes te atrasar demais, se achas que buscar pelo mundo uma coisa ou um estado meditativo ou uma forma de comportamento vá te trazer a “revelação”.
               Pai, pedimos novamente a Ti a revelação de Nossa Casa. Queremos estar de novo em Teus amorosos braços, para que possamos lembrar-nos de Ti, como nossa própria mente fornece em sugestões do mesmo, pelo que pensamos certo. Pai, precisamos de Ti, e queremos lembrar de Ti. Teu filho santo está em disposição pelo Teu Chamado, conforme prometeste, e por Ti ele espera, ciente de Teu amor, conforme És Tu Aquele pelo Qual chama o Nome que é o Seu Próprio. Assim pedimos, Pai. Esperamos tê-lo feito em nossa mente certa. Amém.


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Sobre a mecânica do instante santo





                O homem que alcança o seu próprio caminho é na verdade o homem que encontrou o caminho mais comum. Não há destaques nele. Seu pressuposto passa a ser a vida mesma, e não uma aventura destacada em conveniências. Esse mundo advoga muita coisa meramente conveniente como necessária. Assim, a insanidade pode ser elevada ao patamar de “uma boa causa”. A existência de defensores e mártires das tais “causas” mostra seu caráter desviado do caminho comum. O comum, reduzido ao conjunto de pessoas no mundo em prol de uma única causa, é uma atadura fixa, um antolho, uma mera disposição ao compromisso com o nada. No entanto, se apenas a união de dois egos é impossível, quanto mais de todos.
                Assim, o único axioma que garante a atadura fixa em termos mecânicos é o amor. Existe até uma mecânica do amor, que não é especial. Parece contradizer o que o Curso diz acerca do amor verdadeiro, pois obviamente tu já lês julgando. Não esperas sequer as palavras completarem seu sentido. No mundo do tempo, uma idéia vem dividida em partes, fragmentos nomeados como relações entre causas e efeitos. Portanto, uma causa julgada premeditadamente provoca neste mundo todo o tipo de pré—conceito.
                O Curso diz: “Podes praticar a mecânica do instante santo e muito aprenderás em fazê-lo. ( T- 15. II. 5:4)”. Como podemos dizer que algo realizado por mim pode ser mecânico, se o que dizes que está destacado de ti não existe, e é mecânico? É verdade que não é possível controlares o comportamento indefinidamente, e a sensação de opressão que este estado causa é intolerável. A aparente infalibilidade das leis mecânicas deste mundo, dos resultados em efeito e causa são patentes na separação e, de certa forma, é o modus operandi dela. Dizemos obviamente nos referindo à percepção diretiva, pois está claro que a matéria questiona-se como criação a nível quântico, se quiseres chegar até o fundo do nada para certificares que o átomo do nitrogênio em Tomé é o mesmo em uma pedra, ou na água, se Tomé fosse corpo e a água existisse.
                Estás com medo? É arrogância, então. Ou não acreditas ainda no que o Curso diz. Preste atenção: a mecânica do instante santo vale à pena, mas não pode ser evocada eternamente. Em certo momento, ela precisa ser ultrapassada por um evento unificador, presente em tua memória desde sempre, e que elide os corpos em verdadeira união. Mecanicamente, através do comportamento adestrado, isto é impossível.
                Portanto, será útil para ti saber como se dá a mecânica do instante santo. Ocorre de maneira semelhante à mecânica estrutural dos exercícios, através da evocação e entrega, em títulos determinados como princípios indutores da mente certa. Os 365 exercícios do Curso são as bases deste princípio. A repetição deles, isto é, sua aplicação mecânica, farão com que tua mente direcione-se por si mesma no curso correto. É impossível que um indivíduo que tenha feito todos os exercícios do Curso não tenha sido tocado, como o próprio Curso afirma. Ele pode não ter percebido, e acreditar que foi mais um tipo de exercício espiritual ao qual se entregou e falhou. Mas isto não significa que ele não teve benefícios reais. Seu julgamento não é o indicador disto. E se ele abandonou o Curso, como abandonou? Se o Espírito Santo nunca o abandonará? O Curso em Milagres está muito além deste livro que vês.
                Assim, antes de julgar a teu irmão, entenda: um amigo que vem para decidir o que é certo,  pode ser até que ele mesmo não esteja certo, mas ele é capaz de certeza, pois a certeza não vem dele. No entanto, se ele se disponibiliza, e pratica a mecânica do instante santo, como perderá com isso? Ele ainda não está ciente do que diz, mas se através dele é dito (e muitos acasos que nomeastes coincidências, sincronicidades ou mesmo avisos, são apenas diretivas mecânicas de tua disposição em ouvir a Voz por Deus) mas se através dele é dito, porque apenas tu te beneficiarias?  Isso, não tem glória envolvida. Não pode ter, pois o comum parece destacado no mundo, pois todos acreditam que devem chegar até um ápice da separação, e parece um elogio dizer: “fulano é muito incomum”.
                Deixemos de lado os meios e vamos ao que interessa: como praticar, no dia a dia de tuas alterações de humor, a mecânica do instante santo? E quais são os proveitos que ela te oferece? Responderemos então estas duas perguntas separadamente, de forma que sejam vistas como uma só.
                A mecânica do instante santo é uma disposição. Dispor-se é “estar em posição de”. Portanto, a mecânica do instante santo espera que estejas a postos. Se tiveres raiva por um momento, e não conseguires te livrar desta indisposição, mesmo que a causa da raiva tenha sido esquecida, ou resolvida, significa que não queres a solução de um problema ou “soltá-lo”; queres apenas a raiva, pois não consegues te livrar dela mesmo após o ato que aparentemente a causou tenha se passado. Não é assim? O rancor não pode demorar anos? E não parece justificado pelas leis do mundo? Aquele que errou no mundo tem que pagar caro, e pagar aqui? Essa é a lei que eu vim para desfazer. Em mim, não temas, pois eu te disse que viria se tu te disponibilizasses, e por isso vim. Não me receberás com alegria?
                Graças a ti também, quem ajuda a ti mesmo em teus irmãos. Vejamos o que é a loucura da raiva e do rancor. O rancor é a permanência da raiva no tempo, sabemos disto. O que não sabemos é que o rancor visa “estender” a raiva. Como se fosse possível criar com o pressuposto eterno das criações, a raiva “estendida” não pode ser associada a um elemento que a desfaça. Portanto, a solução de um problema nunca é suficiente para aplacar a fúria do ego, pois ele precisa de mais raiva para se manter, e para isso ele precisa sempre te apresentar a ti mesmo como escasso, entendes? Falta algo que alguém te tomou. É justo sentires raiva.
                No entanto, o ego não diz que essa raiva tu fabricas “do nada”. Pois se mesmo um motivo que justificasse a raiva fosse embora, e tu ainda mantivesses teu estado mal humorado, por que seria assim? Manténs agora a raiva justificada na falta de algo que já recuperastes? Então, tem que ter algo faltando. Onde está esse algo? Está na confusão que o ego te induziu para crer que te falta algo. Por isso acreditas que tens que ultrapassar alguém nesse mundo. Precisas ser melhor que outro. Falamos anteriormente sobre a educação das crianças e de seu senso induzido à escassez, pela necessidade em adequar-se ao especialismo. Agora, é a mesma coisa, com a diferença que agora quem o faz é uma pessoa “madura”.
                Criança de Deus, não há dificuldade aqui. O que estamos dizendo é que a raiva não tem justificativa, mesmo quando parece ter, pois ela é destacada de sua causa exterior, pois no exterior não te falta nada; e é bem verdade que “vieste” para cá sem nada e sem nada daqui retornarás. Dá graças a Deus! Não sabes o quanto deverias agradecer por teu Pai ter te mantido completo, conforme não precisas de nada deste lugar de imagens densas, feitas pedra. Não percebes que tudo aqui é pedra?
                Então, o que é a escassez? A escassez é bem uma assombração que teu ego fornece conforme argumentos entre ti e as pedras que te faltam. “Ah! Faltou essa pedra aqui!” “Aquele te tomou uma pedra que era para ser tua!”, “poderias beber mais pedra, se não te faltassem pedras no Banco das Pedras”, e por aí vais à raiva. Banalizar? Pois bem, vejamos o que é banal, então. O Filho de Deus não pode ser banal, pois a Sua importância não existe, pois a importância atinge um limite em Deus, para Quem a importância não tem significado. O que importa então para ti nas pedras? Teu conceito de ti mesmo? O conceito de outros egos? A tua paz interior? Matarias pela tua paz interior? Nesse caso, teu sonho de paz interior é pedra também. E assim surgem os terroristas, e é melhor pararmos por aqui, pois esse mundo já sofreu demais em teus pesadelos.
                Eu vim para te dizer que deves parar. Parar significa estender a si mesmo em centro. A ação parece então que está parada. Veja só: um sonho, minha Criança, não pode ter efeitos. Se sonhares com um tesouro e acordares pobre, de que adiantarão os juros? A raiva é um juro, sendo um juramento que fizeste de jamais perdoar, de aceitar o que te acontece como sendo sempre falta, escassez. Assim, mesmo o que é bom nunca é suficientemente bom, está apenas quase bom, ou há o êxtase com o qual tu compras teus sentidos de prazer ou dor, mediante significados de que “agora, sim, está bom”. Ora, agora é sempre a hora do bom, pois o bom é sempre estar em presença do centro em si. Mas este agora não é uma meta, um “agora finalmente”, um agora que surgiu da soma de outros “agoras” anteriores. Então, a eternidade é a soma dos “agoras” felizes? Achas mesmo que a eternidade é feita de escassez, ou esmolas?
                Não peças esmolas ao teu ego! Não é isso que tu és. A dureza da lição vem de uma necessidade em relembrar-te que És como Deus Te Criou. Sem escassez nenhuma. Pois quando estás consciente disto,  és amado por teus irmãos. O mundo se torna tão bom, que quase parece que é real. Pois o amor “realiza” o mundo para ti, em amor também, pela extensão. Não vale a pena então, mecanicamente, te sentires bem através de uma disponibilidade corajosa? Para isso, tem uma história:

                Hoje eu e minha esposa saímos para almoçar em um restaurante. Eu estava indisposto porque me faltara uma pedra. Então, estava com cara de mau, emburrado em ser um cara mau. Isso, no entanto, me dava uma sensação de que eu sabia quem era. Eu era o cara que tinha perdido a pedra. Naquela hora, eu poderia então me referenciar no tempo espaço e dizer: “eu sou um cara mal humorado”, e assim eu estava “sendo”. Eu poderia até me definir, se quisesse. E era isso o que restava de mim como filho de Deus.
                Então, no semáforo, percebi que era orgulho manter rancor, mas isso veio para mim porque lembrei em repertório que “Eu Sou Como Deus Me Criou, eu sou livre”. Então, resolvi criar coragem e olhar para minha esposa mesmo com raiva, que nem era raiva dela, mas era uma raiva nos espaços, e olhar para e ela e dizer alguma coisa, tipo: “não quero estar assim, mas estou. Isso é uma verdadeira pedra!” Mas não disse nada. No entanto, um segundo depois, se muito, olhei para ela com coragem em desfazer aquilo que me fazia mal. “Pelo menos, eu posso decidir que não gosto do que sinto agora (T-30. I. 8:2)”. Outra, do repertório benfazejo.       Então, apenas olhei para o lado e a vi. Ela olhava para frente, mas de repente virou o rosto para mim e fez um sinal afirmativo com a cabeça, com um único gesto firme. Eu respondi igualmente. E, nisso mecânico, posso dizer que a raiva não se desfez imediatamente, mas não tinha mais a mesma firmeza de antes, e dali a pouco eu estava bem. Eu não perdoei a raiva que tinha, eu perdoei a falta que eu pensava que em mim havia. Então, aprendi que coragem é um ato de querer se livrar do que não presta. E sentir-se mal não presta.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sobre a concentração


Obrigado


Concentrar é manter o centro. A atenção visa contribuir com a resposta do Espírito Santo. Nunca estás atento quando estás submerso em teu ego. A atenção que ele procura estabelecer garante a manutenção da tua suspenção em continuidade, ao que parece que tua vida está garantida como um centro irradiado para fora. A “concentração” do ego é totalmente periférica.
Quando vês o que é a tua atenção, estás imerso em um estado completamente associado a tua disposição. No entanto, a disposição que o ego apresenta como certa é uma miríade de opções. Muitas vezes, enquanto fazes algo, o teu ego pressiona tua mente em certeza de comentários ou imagens que são associadas a coisas que não sabes de onde vem! Ou por outra: muitas vezes aparentas estar totalmente concentrado em algo que o ego te apresenta como “tua função”! Mais uma vez, seu intuito é manter-te distante, enquanto acreditas que estás por perto, ou focado.
Não é possível se concentrar em dispersar-se. A contradição não é um conceito válido para nosso aprendizado. Se dizes que podes te concentrar para isto, mas depois não consegues concentração para repetir este “isto”, então a concentração não depende do que fazes. O ego quer dizer-te que a concentração depende de seus planos insanos. Apenas se aderires indiscriminadamente ao que ele acreditar ser verdadeira, aparecerá para ti uma disposição para ficar parado mais tempo.
A atenção, segundo o ego aprisiona e evoca, não tem em si nenhum tipo de recompensa. Ela está para o amor assim como as pedras estão para o mar. No mar existem pedras; se vê tantas praias impróprias para um banho seguro. Mas o mar não é a pedra que ele contém. A pedra sob o mar é apenas pedra.
Um dia em que te deténs a concentrar-te em atividades egóticas é um dia perdido. Dizes que há nessas atividades um propósito. Mas quem nomeou este propósito como válido? Foste tu mesmo? Então o resultado de tal propósito deve ter sido completamente feliz, e seu atento estado disponível em ti deve ter abarcado uma sensação de realização e de fuga da realidade. Foi assim? Pois te digo: isso não é atenção — é suspensão. A verdadeira atenção não requer ação, embora possas agir atento. Aquilo que o ego comenta como sendo a verdadeira atenção são as dádivas que ele aproveita para te seduzir com garantias de que isto ou aquilo te farão feliz, ou ocuparão teu tempo. Meu Deus, não creias que isso seja atenção! A verdadeira disponibilidade faz feliz em apenas estares presente, vendo o visto, e esse visto pode ser qualquer coisa. Não é o que vês que te faz prestares atenção. Como podes ver o que produzistes e não ater a isto atenção? Apenas se não quiseres considerar o mundo como um espelho plano que reflete as imagens de tua mente é que poderás dizer: ah! Isto não me chama atenção! pois a atenção funciona apenas quando te sentes vivo.
Podes dizer que te sentes vivo quando sentes dor? Então, acreditas verdadeiramente que teu corpo é a tua vida. Se for assim, como poderias crer que não és um corpo? Que és totalmente livre? E ainda que és como Deus te criou? Será que podes te concentrar até encontrar uma resposta?
Os exercícios não pedem concentração. A disponibilidade não é concentração de modo algum. Se assim fosse, poderias dizer que os casos em que a própria revelação surgirá para ti 'deverá' ocorrer quando estiveres atento, conforme a tua definição de estar “imerso em”. Pois eu te digo: a Revelação pode surgir do mais banais dos atos, se nesse ato existir fé. A fé não é uma disposição em favor de algo. Não existe um algo a que a fé se apegue, pois a fé transita neste mundo como um conceito sobre a crença em algo que não é possível de alcançar através da percepção. Quando dizemos “fé em Deus”, queremos dizer que Deus é algo ao qual o pronome algo não pode repetir ou conter. A linguagem não pode sequer dizer o nome de Deus. Quando fazes uma coisa qualquer, qualquer coisa que seja, e percebes com tua dedicação verdadeira que aquilo não existe, que não significa coisa alguma, então percebes verdadeiramente, e te concentras em teu centro. No entanto, isto é uma ideia, e uma ideia é muito diferente de um pensamento. Se pensas ativa e fortemente, através de muita disposição, que esta chave de fenda não existe, então construirás um conceito utilitário da mesma chave de fenda e dirás: isto não é o que é. Dizer que algo não significa nada é dizer que um conceito não traz em si uma total disponibilidade tua em afirmar o que é verdadeiro. Vamos facilitar aqui: um clip de papel serve para ater várias folhas de papel. Se ele não tem significado, ele atém várias partes de nada, mas a estas partes chamas papel, e o clip é o mesmo que o papel atado. É a mesma imagem, dividida em duas coisas. Pronto. Isto é o máximo que pode ser dito como exemplo para ti, por enquanto.
Então, vejamos: suponhamos que o ato concentração está perfeitamente disposto ao que é certo. Se tal concentração for definida como atenção através de um pressuposto, digamos, moral ou legal, esta disposição tem que ter fundamento no mundo. A concentração não é deste mundo. Não está passível de ser distribuída através de um pressuposto. Em resumo: tu não te concentras porque alguém mandou. 
A concentração periférica do ego está sempre envolvida em um pressuposto. Não há concentração em um ato público, pois para ele, o público é apenas a soma de vários egos, ou vários juízos. Isto geralmente ocorre em predisposições correlatas entre o que distribuis através do teu ego, e assim ganhas os aplausos meros. Mas muitas vezes, o “aplauso mero” vem da concentração que dizes ser verdadeira, e o aplauso se torna uma resposta. Não há razão em querer uma resposta. A única resposta possível vem de Deus.
Já ficastes com raiva novamente. Então queres te concentrar em ti mesmo, com o centro em tua aparição física? Não é isso que queres, podes ter certeza disto! Mas queres o amor de teus irmãos novamente, queres isto agora, sabes mesmo a falta que teus irmãos te fazem. Então, para quê te concentrar em estar divulgado como um “ser especial”? precisas da simplicidade da concentração verdadeira para encontrar teu centro. Não poderás te aproximar de ninguém se te julgas um astronauta ou um grande destacado. No entanto, podes ser astronauta em destaque na função de Deus. Ad astra et ultra (Aos astros e além).
Amigo de Deus. Feliz Filho Amigo dos Filhos Dele. Sendo todos Um Nele, escuta: não vieste até aqui por uma esmola de atenção. Tu não precisas fazer nada. Atente para isso apenas uma vez, agora: nada é nada. Entendeu? Assim, podes apertar os parafusos com tua chave de fenda, aceder aos astros com tua palavra, maravilhar o mundo com o teu sorriso, e não estás fazendo absolutamente nada! Apenas assim estarás verdadeiramente atento.
  Reza por este momento como uma disposição às palavras. Não mantenhas em teu corpo nenhum tipo de segurança ao que é certeza. O corpo não tem certezas. Não queiras de esgueirar de teus compromissos. Estar compromissado não é estar preso, mas pode-se prender facilmente ao que é alheio. Nada pode te dar um elogio, mas aceita os elogios que te derem. Os símbolos da criação estão dispostos “no” e “em” Amor. Nenhuma palminha nas costas associa símbolos ao que é verdadeiro, mas pode-se mesmo bater nas costas com amor, e disto sabes bem, quando estás fugindo.
Não fujas mais do amor. E aqui falamos finalmente da concentração: é um estado de espírito e não demanda esforço. Não está associada a nenhuma imagem, e por “imagem” queremos dizer tudo o que pode ser visto ou percebido. A ação não entra nisso, mas a inação também não é um pressuposto da verdadeira concentração. Ela vem de uma graça a qual te disponibilizas sem esforços, e está neste mundo apoiada na ilusão do perdão. Já sabemos pelos nossos estudos que o perdão é uma ilusão e as implicações benfazejas disto. Então, perdoa o que fazes, e o fazes bem, se assim. 
Amado Pai, segundo nosso todo Amor, viemos mais uma vez a Ti. Pedimos a revelação do mesmo, ó Pai, porquanto o que sabemos é pouco, mas tua graça é alta. Não temos mais palavras para Te pedir a Ti o retorno a Casa, mas estamos em disponibilidade em concentrarmos em Ti a nossa disponibilidade, pois o retorno certo é Vontade Tua. Teu Filho faz o que é Tua Vontade, meu Pai, e assim cria em Teu Nome, pela graça que pede, jamais em resposta, mas a Verdade Vossa, em Amor e Graça, pedimos. Amém.


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