segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sobre a oração




Há garantias sobre tua salvação. Não estás perdido no espaço em termos que garantem apenas o teu afastamento de Deus. O amor não é uma doença da qual precises te livrar. Certamente, alguns pensamentos terríveis podem buscar o teu empenho e aliança para que estejas destituído de tua mente certa. Este é o momento em que se diz: Não quero este pensamento, escolho em lugar dele _________”. Pode-se colocar aqui algum exercício que melhor se adeque à situação ou um elemento qualquer retirado de passagens do Curso. Possivelmente, isso será tua guarnição, se assim escolheres.
Falamos do ato mecânico, da “mecânica do instante santo”. Pois bem, há algo mais mecânico que as disposições do ego? Suas fantasias são totalmente evocadas através de imagens. Não é possível ocorrer um relacionamento santo através do que teu ego diz ser bom ou valioso. Ele quer o total afastamento de tu em tua vida. Será que isto é possível? 

Não só é impossível como é irrealizável. No entanto, podes sonhar que é possível, e assim dar asas à imaginação e aderir ao teu comprometimento com Deus uma cláusula: serei de vez em quando “livre”. Isso não é bem uma ideia boa. O teu compromisso com Deus é total, simplesmente porque é o teu comprometimento contigo mesmo. Ora, se estiveres disposto a não ter para ti mesmo uma vontade igual à Sua, para quê queres outra vontade? Será que através de uma relação desafiadora Deus irá entregar para ti o Seu Trono? Será que vencer Deus pode ser uma meta razoável, se tu e Ele são Um? O UCEM repete inúmeras vezes que vencer a Deus seria vencer a ti mesmo, e tu serias também incluído nisto, pois a derrota de Deus seria a tua derrota. Não percebes a insanidade em duplo de todas essas coisas?

O mundo dos opostos funciona bem como uma balança. Teu compromisso total com um deles te lançará indefinidamente ao outro. Assim, quando te esforça em manter tudo muito correto e organizado, pode ser que estejas criando uma bagunça, na medida em que transforma o útil em vício. Uma correção moral, uma perspectiva certa, uma vontade disposta aos contrários é o mesmo que nada, se visto segundo o ponto de vista de tua mente errada. 

Orar é o caminho para a salvação. Não existe nenhum outro, pois a oração acontece entre Deus Pai e Seu Filho, sem intermédio de nenhum atributo ao qual o filho se atenha enquanto pensa estar separado. Ele não pecou, não está condenado por Seu Pai. A oração acontece segundo ascensões de suas forças mediante uma disponibilidade. O ritual da oração pode ser o mecanicismo do instante santo, ou a funcionalidade em ilusão de perdão ou ainda a certeza devotada à petição de Ajuda ao Ajudante, mas a oração em si funciona perante uma disposição significativa entre o que se diz amor e aquele que realmente ama. Não há erro em dizer que a oração é o veículo dos milagres, pois ela associa o que é real ao que ainda não acordou, está inconsciente, mas apresenta provas de devoção e fé, pois é aceita como é recebida, e quando o Filho ora a Seu Pai, Ele sempre responde.

Tal oração prescinde de palavras. Não há necessidade de ater uma consequência que seja ao ato da verdadeira oração. Se ativeres a ti uma devoção mecânica, conforme concebemos anteriormente em relação ao instante santo, então o que virá a ti será mecânico em suas formas, mas subsistirá aí, ainda que perceptivelmente, uma certeza de que existe uma carinhosa e amorosa presença em ti que jamais te abandonou. A oração divulga isto em seus meios verdadeiramente vantajosos, pois assim não troca o que pediu por um conceito, mas esteia em seu conceito de si mesmo o desapego, até que esteja imersa em Outra Coisa, que não é perceptível em suas formas, mas adere ao que causa conforme sendo ela mesma a causa. A oração não pediu mudanças nos efeitos, mas apenas aderiu a si a causa, e tornou-se efeito de Deus. 

É possível orar todo o tempo, mesmo enquanto estás cumprindo atividades não relacionadas à devoção. Orar não é estender-se em meditação ou prostrar-se em petição, embora se possa atingir através destes mesmos meios o propósito ao qual se devotam, que é encontrar a Deus, pois Deus está disponível com o caráter de sempre. Não existem críticas aqui. O que estamos a apontar é o fato de que a oração é o veículo dos milagres. Portanto, não há ordens de dificuldade em orar. É possível orar durante todo o tempo da tua vigília, podes até mesmo orar enquanto dormes. Seguramente, pois dormes apenas o corpo. Orar é uma espécie de concentração, mas votada a manter a mente certa em si, enquanto associa o que vê ao que pensa, pois o que vês é reflexo de tua mente. Orar é pedir para ver no mundo o “mundo santificado”, ou o mundo real, e acreditar nas imagens que vês como sendo perdoadas, plenas da validade de tua adoração, pelo que, na vida, o que nomeias morte pode ser a vida, e o que nomeias vida pode ser atraso, visto que a oração associa o que és ao que pedes, mas sempre verdadeiramente. Se a oração corrige tua mente, ela mesma provê os milagres que atestas e vês, pois a tua mente recebe os milagres em imagens de cura, mas não será como pensas e queres. As imagens virão, certamente, pois estabelecestes uma prova definitiva. Nenhum tipo de cura acontece sem tua permissão. Não podes deixar de orar, pois oras quando estás em tua mente certa, e não podes estar sempre errado. Mas lembra-te disto: “Alguns dos teus maiores progressos julgaste como fracassos e alguns dos piores retrocessos avaliaste como sucesso (T-18. V. 1:6)”. Assim, recebas as imagens que te chegarem como oriundas de tua mente. Não sabes se as imagens estão certas ou erradas, pois ainda não aprendestes a distinguir bem a tua mente certa da tua mente errada. Mas perdoas a todas em oração, disposto a ver o visto, e assim recuperas a sanidade em qualquer situação e encontras o lugar ao qual retornar, “o centro de quietude, no qual tu nada fazes”. Não precisas orar para orar. Não precisas fazer nada. Eis a quietude demonstrada.

A situação a qual encontras a ti mesmo é oração. Ver a face de Cristo em teu irmão é o efeito real da oração. Enquanto estiveres em oração devota, podes te disponibilizar a isto, e certamente ocorrerá para ti. Mas não temas a alegria em teu irmão; o ego que ele fabricou não tem nada a ver com isso, mas certamente teu irmão agradecerá, mesmo que não entenda o que está acontecendo em termos de encontros. Fica contente com sua alegria, pois é a tua liberação, sendo dada a ti por ele. E agradece a Cristo nele, para que sejam salvos os dois, em Um, conforme apraz a tal encontro santo.

Assim, não pediremos ao Pai em palavras, mas nos disponibilizamos segundo Sua Vontade. Estamos prontos, pois aprendemos que coragem é amar com fidelidade real, segundo o verdadeiro amor, que não diferencia o que vê de sua própria mente, e assim entenderás que o mundo não está fora de ti; entenderás finalmente que “um mundo está aqui, é óbvio que ele está dentro da tua mente, mas aparenta estar do lado de fora (T-18.II. 5:2)”. Mas compreenderás isto por ti mesmo. Não temas o teu irmão, o que ele te diz ou que ouves dele ou vês, pois tudo isso só pode vir de dentro de ti mesmo. Teu irmão não pode ser a causa do que vês, nem do corpo alheio que vês. Mas tu e ele “são para sempre efeitos de Deus”.

Coragem não é co-agir, mas “agir com”. 

Ao que: 


Amém.


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