segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como saber o que realmente quero, estando confuso?



Se “o que vejo reflete um processo em minha mente, que se inicia com a minha ideia do que quero”, como saber o que eu realmente quero, estando confuso? E, segundo, há uma missão para cada um de nós?

O UCEM diz que esta é a nota mestra da salvação. Decerto, quando sabes o que queres, o caminho apresenta o que queres como imagem; um vetor valioso para ti, envolvendo a direção perceptível àquilo que designastes como apropriado. A forma com a qual julgarás isto é inútil, pois aceitar o que é teu envolve apenas a própria aceitação e disponibilidade. Portanto, a questão primordial, além da teoria envolvida é: como saber o que se quer? E, adicionalmente: o que é a confusão? As respostas para estas duas perguntas responderá a terceira, sobre a missão, ou a função de “cada um de nós”.

Estar confuso é ato de grande intensidade mental, pois sempre é percebido como desafiador, desconfortável e desgastante. Desde o início da experiência da existência, cada indivíduo pressupõe para si um mundo de tal forma plural que mesmos as primeiras ideias já estão divididas como pai e mãe em um bebê, por exemplo. Depois, são feitas milhares de outras, até que a linha que iniciou a divisão seja impossível de ser retraçada. Seria como voltar caminhando por todas as ruas que caminhastes até hoje. Certamente, já esquecestes muitas. Inclusive, em muitas delas estavas dormindo em um carro ou um ônibus. É impossível retraçar o caminho das origens do ego, pois foi um caminho que traçastes “dormindo”.

Agora, estás confuso, pois queres entender a complexidade do mapa. O que são todos esses caminhos? Não são coisa alguma — eis tudo! E aí já há resposta. Contudo, a simbologia não abrange a terminologia que pode te aderir a esta ideia com efeitos consolidados para além da apenas emoção causada por uma imagem, como no caso do mapa. Vamos lá, então, tentar compreender, pois a confusão é apenas uma ideia, é a Boa Nova é esta: podes mudar de ideia!

O especialismo é um recorte em torno de algo que valorizas. Qualquer coisa pode ser especial para ti. Teu dinheiro, emprego, posses, valores morais, éticos, ou coisas mais intangíveis como teus dons, o modo como percebes teu estar-no-mundo, o medo, o calor de outra pessoa, o amor pelos filhos, tudo são recortes feitos em meio a outras coisas que vês ou pensas. Claro que algumas têm valor! Mas o especialismo promulga que o valor é dado pela tua avaliação, e não pode ser assim, se quiseres ver a integridade.

Se tu tens que valorizar tudo conforme teu julgamento, quem é o grande juiz acerca do valor das coisas? Quem, desde bebê? Ah! Mas agora virá o especialismo do oposto do bem, para dizer que és maldito, ou condenado, ou finalmente foi revelado o caráter miserável de tua etc. Pois podes julgar em direção ao oposto do bem, igualmente. Podes recortar também os pedacinhos de miséria e julgá-las como terríveis.
O incrível é que tanto o julgamento para o bem como para o oposto do bem são terríveis, em seus efeitos em devastar tua mente e te seduzir para as imagens deste mundo. Pode acontecer contigo um milagre, e ao invés de agradecer a Deus, tu podes louvar o milagreiro! Tudo pode ser julgado, mas o confuso sempre irá julgar erroneamente, porque seguirá o professor errado, isto é, o mestre em rotular.

Vamos com calma, pois não ficaremos muito tempo aqui, nesta demonstração arredia. A resposta virá como deve ser: amorosa, simples e sem medo. No entanto, temos que olhar para a devastação e suas partes, para compreendermos o que é o especialismo e como tens investido nisso. Tua pergunta sobre “saber o que se quer” somente pode ser respondida se tiveres os meios corretos para a escolha igualmente certa, pois podes julgar erradamente, e é isto o que faz do especialismo o tradutor das imagens em recortes mágicos. Agora, para ti, o mundo está totalmente dividido em tua mente, e um mundo dividido somente pode ser um mundo mágico, pois no Céu não há divisões. No Céu não há mágica ou ilusões. Contudo, na experiência da separação isto não pode ser compreendido sem ajuda.

Alguns falam em desapego. Pois bem, o conceito de “desapego” não foi corretamente compreendido. O desapego não significa necessariamente destituir-se. Podes ter filhos não especiais, dons não especiais, dinheiro não especial e até mesmo opiniões sem especialismo são possíveis, desde que possas compreender que, no momento da acepção da opinião, da visão do filho em corpo, do ater do dinheiro em conta, saibas que isso é apenas mágica, não tem valor real, embora tenha Valor Real, quando julgado corretamente via mente certa. Tudo que é visto com amor é real.

Mas não sabes ainda o que é o Amor; portanto, o Valor Real das coisas não está claro para ti. O Valor Real está na apreciação correta que o Espírito Santo faz para ti das coisas especiais que vês separadas. Não é dito no UCEM que, antes do último passo, verás inicialmente um mundo perdoado? Então precisas de disponibilidade para não ser confuso. Como isso se dá? Primeiramente, precisas ver a confusão em toda a sua dimensão, como diz o UCEM, sem minimizá-la. Para fazer isso, cada qual tem seu modo e recebe as instruções, se permitir. Alguns teatralizam no corpo o ato terrível da ameaça, alguns escrevem terríveis cartas, outros percebem pensamentos de ataque, mas cada um desenvolve um modo de encarar seu especialismo sem disfarces. Sem isso, seria difícil que o Espírito Santo pudesse surgir como uma Alternativa, pois tens necessariamente que ver o ego como algo que não queres. Somente através deste contraste a escolha ganhará significado.
Senão, o que fica é aquele “sonho” da iluminação futura, que um dia virá por si mesma para despertar os coitadinhos que etc. O Espírito Santo não pode invadir a tua mente e te obrigar a mudar de ideia! Isso é explicado no Capítulo 2 do UCEM: “Se eu interviesse entre os teus pensamentos e os seus resultados, estaria adulterando uma lei básica de causa e efeito, a lei mais fundamental que existe”. A causa da “iluminação” ou despertar não pode ser imposta, tampouco pode ser que a causa do despertar seja a miséria que tu te encontras. Com isso, quero dizer que não adianta ficar se amarrando no pessimismo para que o Espírito Santo venha a ti por pena. Ele não tem pena de ti, simplesmente porque sabe que tu não precisas de piedade, pois tu és completo como Deus te criou; portanto, Ele pode te ajudar a lembrar disso, e a desfazer o sonho de especialismo, que tanto te corrói.

Agora, limpo de todo o julgamento, a tua função surgirá clara para ti, pois ela não pode ser vista em meio a tanta coisa embaralhada em tua mente. Já julgaste até mesmo tua função como indigna para ti! Não conseguirás acreditar nisso muito em breve, e rirás disso.

Para escolher outra vez, primeiramente lembra-te dos exercícios iniciais, que visam te inferir que nada daquilo que vês tem significado. Lembra-te que aprendestes mal ao pensar que era tu quem tinha que definir o significado das coisas. Lembra-te disso. Depois, procura ver o desamor aparentemente em ti mesmo, sem ocultá-lo. Pede ajuda para ver a devastação em ti mesmo, em uma forma que tu a reconheças, mas que não te atemorize. Presta atenção: precisas muito deste contraste para escolher de novo. Enquanto não vires uma escolha como totalmente desagradável, vais continuar acreditando que não é preciso mudar de ideia, isto é, mudar tua mente, pois certo dia a iluminação virá por si só e etc. A iluminação não pode invadir a tua mente contra a tua vontade. Precisas não querer mais a mente confusa, e para que isso ocorra precisas olhar para a tua culpa sem disfarces. Verás que não faz sentido manter a insanidade. O UCEM é prático e seus resultados são muito favoráveis! Escuta isso: basta pedir ajuda, mas pedir verdadeiramente, pois ninguém quer permanecer onde é atormentado. Este lugar não existe, é apenas a mente errada e seus pensamentos insanos, que projetam no mundo um verdadeiro suplício. Se este é o caminho de Jó, que seja! Mas virás amado, conforme Filho muito Amado de Seu Pai era Jó, Que em certo momento escolheu corretamente, e o ego, ou a mentalidade errada, não teve mais o “direito” de atazanar sua mente.
O direito foi dado por ti, que fizeste um ego, mas pode ser igualmente desfeito, pois tens em ti as mesmas capacidades criadoras que Deus te deu na Tua Criação. Se não as tivesses, não poderias ter feito um ego! Contudo, fizestes um ego para substituir a ti mesmo. O ego é, portanto, uma ideia insana, pois ele é apenas uma forma negativa de ti mesmo, que és o Cristo. Uma forma que é a antítese de Cristo somente pode ser o anti-Cristo. E tu idolatras o teu ego enquanto ele aparenta ser aquilo que tu és.

Não haverá uma batalha nem sequer enfrentamento nisso. Nosso caminho é diferente. Nosso caminho é amoroso, pois visa desfazer e não contrapor. Desfazer o sonho que te colocastes, quando dissestes a ti mesmo: haja luz, e fostes embora do paraíso para dormir com a luz acesa. Agora, na hora de acordar, tens que perceber que é sonho! Tudo que está aí fatiado em partes é sonho de especialismo e alimenta teu ego. O instante santo é o momento em que vês que isso não pode ser assim. Percebes que certo tipo de pensamento “muito amigo teu”, de muitos anos, não pode ser o que pensarias sobre ti mesmo se fosses amado por ti! Perceberás o ódio querendo se voltar “contra ti”, mas não temas, pois não é real. Assim que vires isso, basta lembrar que isso não pode ser amoroso, portanto não é definitivamente real. Para que não tenhas nenhum medo, basta apenas que esta ideia esteja firmemente estabelecida em tua mente: “eu sou o Filho Perfeito de Deus, Que é totalmente Amoroso. Suas ideias são o próprio Amor. Se as ideias que tenho agora não são amorosas, então elas não podem vir de mim, nem são reais.” Reitero: esta ideia precisa estar firmemente estabelecida em tua mente, se vais realizar isto.

E de onde veem as ideias irreais? De lugar nenhum, ora! Elas não existem. São apenas fatias de pensamentos de desamor, que não tem existência real, e somente poderiam fomentar um mundo onde podem haver guerras, doenças, medo etc. Não fosse nossa presença aqui, seriam ainda os dinossauros a devorar uns aos outros.

Se quiseres olhar para tua mente errada, lembre-se inicialmente do que diz o UCEM: “Não tens nada a perder olhando-a de olhos abertos, pois tamanha feiúra não tem lugar na tua mente santa.” Obviamente, perceberás a devastação! Diante de tal perspectiva, a única coisa que poderás fazer é escolher Alguma Alternativa. Não vais querer manter a devastação por muito tempo. Escuta o que diz ainda o UCEM: “Ninguém que aprenda pela experiência que uma escolha traz paz e alegria, enquanto outra traz caos e desastre, necessita de persuasão adicional”.
Diante da miséria, somente se pode ir em direção à cura. Não verás um mundo terrível se fizeres a escolha certa. A escolha certa somente virá se a quiseres, somente então ela te é dada. O UCEM diz que “a Bíblia faz muitas referências às dádivas imensuráveis que são para ti, mas precisas pedir”. Para pedir, precisas estar disposto a pedir verdadeiramente. Não haverá erro em pedir aquilo que não mais temes. A confusão é a escolha pela mente errada, mas a mente certa virá àqueles que escolherem dar para receber, o oposto do pensamento confuso, que acredita que precisa significar tudo (julgar) para receber a resposta. Tua função será percebida muito facilmente após esse processo.

Finalmente, peçamos Ajuda para efetuarmos tal processo e que seja para logo nossa escolha pela mente certa. Amém.

(Obrigado por ler até aqui. És bem vindo aqui. Te amo).

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