domingo, 30 de janeiro de 2011

UCEM - O ego e o jamais poder do nada

Obrigado a ti!
 

Oi! quer ser meu amigo no orkut?
Algumas pessoas têm medo dos personagens de cinema de uma maneira curiosa. O que faz a imaginação do indivíduo se conectar a certas imagens de forma que ficamos assustados com o que não existe? Assustados ——— com animação de computador? Um caso complicado destes é o tal do Sméagol, um personagem desta magnífica série chamada “Senhor dos Anéis”, uma das excepcionais coisas que Hollywood produziu.


              Mas Sméagol é apenas um dos personagens da série — ou saga — entre as gerações do Rei. Há ainda Frodo Bolseiro, o corajoso Hobbit que, na tarefa de desfazer o amaldiçoado anel, empenha uma aventura perigosa por territórios desconhecidos, acompanhado por três amigos leais. Além destes, o Novo Rei Aragon e seu irmão, legítimo herdeiro, o redimido Boromir. O magnífico Gandalf, o bruxo branco. E o corajoso anão Gimli, destemido e de coração fiel. O bruxo insano Saruman, e Sauron, o Senhor dos Anéis, que forjou nas eras passadas o Um Anel. E foi este anel — este único objeto em meio a todo o restante esplendor da Terra Média — que fez a cabeça do Hobbit Sméagol, ao ponto deste desejo insano transformá-lo na criatura “Golum”, chamada assim por conta dos sons guturais que emite.
                Para mim, o Sméagol é a melhor representação artística daquilo que o livro “Um Curso em Milagres” tenta descrever como “ego”. E é por isso que ele nós assusta tanto: cada um de nós possui um Sméagol de bolso, e o que é mais incrível ainda: de fabricação própria! E amamos o Sméagol, tadinho — fraco daquele jeito, um bichinho tão indefeso...

Eu?!

                Mas o Sméagol não é um puer, não possui a inocência da criança em si. É um falso, um trapalhão altamente insano que resolveu trocar toda a riqueza que há em ser um Hobbit pela porcaria de um anel, em artifício de males. Diferentemente do personagem Boromir, que se redime durante a saga, para Sméagol não há expectativa de salvação. Não tenha pena dele por isso. Ele é a única coisa insana que há na saga. Embora o malvado Sauron também queira o anel, isso faz sentido nos atos bruxos do malévolo Sauron — embora não haja significado! Mas o Sméagol quer o anel para nada! Ele é uma criatura que acredita na fantasia que ter o anel é completude. E tudo que ele consegue é acabar com o próprio corpo, ao ponto da deformação, que é o preço alto do medo, de quem Sméagol é servo fiel.
                Sméagol, no filme, é amigo da Aranha Negra. Ele não percebe onde está se metendo. Tudo que ele quer cegamente é idolatrar o anel e ficar lhe dizendo coisas especiais. Ele espera que o anel lhe traga algo, mas nunca se pergunta o que esse “algo” é — mas seria capaz de beber formicida nessa busca insana pelo nada, pois o anel nada significa para ele. É um contrabando interior, ao qual teve acesso pela via da ilusão. Sméagol é do tipo que teme uma espada de isopor, um revólver que atira bolhas de sabão, e acha que morrer é precioso. O Sméagol é o leão que teve medo de um cachorro pequinês, enfim: o Sméagol é o medo em si; é a morada do medo. No entanto, Sméagol é na verdade uma coisa para se rir muito dela, quando se vir.
                Mas as pessoas temem o Sméagol. Elas se assustam com ele. Tenho que confessar que eu mesmo já tive "medo do medo" que o Sméagol sente. Mas todo o medo que jamais existiu é apenas dele, então eu não preciso ter contato. O Sméagol assim pensado sumiu, com o anel dissolvido na lava, para nunca mais ser. E isso é tudo.
                Sobre o ego, o Curso em Milagres diz que um dia perguntastes a ele “quem sou eu?”

  
Ouve Quem Fala por Deus, Aragom!
“Ele é a única coisa em todo o universo que não sabe. No entanto, é a ele que perguntas e é à sua resposta que queres te ajustar. Esse único pensamento selvagem, feroz em sua arrogância e ao mesmo tempo tão diminuto e tão sem significado que passa despercebido pelo universo da verdade, vem a ser o teu guia. Tu te voltas para ele para perguntar o significado do universo. E à única coisa cega em todo o universo vidente da verdade, perguntas: ‘Como devo eu olhar para o Filho de Deus?” (UCEM – Cap. XX – Item 3 – § 7)

Ademais, o Rei Aragom e Frodo tinham receio da natureza corruptora do poder, mas superaram e souberam lidar com isto. No final, bonita mesmo é a Terra dos Hobitts, o Condado, ou a energia da floresta de Barbárvore, além de Aragom e sua amada Arwen, as aventuras tantas, a vida mesma tão intricada e o bom dia à liberdade.   
Bom dia. Bem vindo aqui.

Eu disse que o Condado existe...Olha aí!

PS de blog é link:
Para uma lista com descrições psicológicas interessantes de todas as personagens do filme, recomendo este link:



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - Vitor Meireles

Vitor Meireles
Vitor é um homem de qualquer idade. Para isso, não é qualquer um que caiba. Tenho certeza de que sua boa memória emerge de uma nostalgia do todo. Toca violão como se fosse ele mesmo a música. Dialoga com o intuitivo pela filosofia do mesmo. Se fosse nascer de novo, aposto que seria sertanejo ou britânico. Nunca viu Platão de perto, mas nasceu na Macedônia quando era pequenino. Para ele, besteira pouca é bobagem; muita também. Quando sua filha nasceu, seu coração bateu uma canção. Ontem viu uma cadeira flutuando no quintal. Diz que nem ligou: não cumpre com a metafísica. Se eu pudesse dizer de Vitor uma coisa, diria Um. Procura pelo que acredita, por isso a fé é a medida de seu achado. Sua calma tem seus prazos, mas deriva em si os modos que encontram o certo meio em duvidar de muita ânsia. Quando chama o meu nome, chama por Miguilim. Eu gosto de meu amigo. Se pudesse lhe daria uma passagem para ir conhecer o músico Elomar. Seria o mesmo que o mesmo. Talento não se acha. Vitor Meireles é um artista verdadeiro.

Vitor Meireles mora atualmente em Cuiabá-MT.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um sonho que tive


Transferências ou camadas?

Algum tempo atrás, sonhei que andava por uma rua onde havia um hospital. Na capela, estava sendo velado o corpo do meu primo, que falecera há algum tempo. Na porta da capela do hospital, em pé, vestido com trajes de luto e chapéu-coco, como os que Charles Chaplin usava, estava o meu amigo Cícero, que mora em Fortaleza. Eu fiquei impressionado com a presença dele naqueles trajes e questionei o que fazia ali, pois ele sequer conhecera meu primo. Lembro que fiquei contente com essa consideração por parte de Cícero e prossegui meus caminhos no sonho, até que acordei. Entretanto, acordei do sonho dentro do sonho. Ou melhor, acordar mesmo, não acordei, mas parecia  que eu tinha acordado. No entanto, sabia que ali ainda era sonho. Senti-me intrigado com a memória de mim estabelecendo contato comigo nesses termos tão inadvertidos, pois eu era ali apenas uma consciência no sonho, isto é, eu sabia que estava sonhando — a imagem de mim era eu mesmo — mas tudo era irreal, se é que vocês me entendem. Se não entendem, entendam isto: eu levantei neste “sonho do sonho” e já me percebia agora caminhando por uma rua conhecida, que era a mesma do hospital de antes. Lembro que ainda pensei: “eu sonhei com este lugar!”. Então vi novamente o hospital, e na porta estava novamente o Cícero, com os mesmos trajes luto, mas sem o chapéu-coco. Então me dirigi até ele muito entusiasmado com tudo, e lhe disse: “ei, Cicero! Eu sonhei contigo, rapaz! Aqui mesmo, neste lugar etc.” Cícero olhou para e mim e disse que era assim mesmo, que sonho era a mesma coisa que a realidade etc. Lembro ainda que nesta segunda parte do sonho caminhei próximo ao mar, vi algumas pessoas, depois disso acordei.

Este sonho eu tive no ano passado, no mês de abril, e a impressão que causou em mim foi tão profunda quanto uma revelação. Nunca mais o esqueci.  Ainda não tinha iniciado a leitura de “Um Curso em Milagres”, mas o sonho pareceu para mim uma espécie de preparação à mensagem nova.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - Vinicius Soares

Vinicius Soares
O Vinicius é uma prerrogativa da vida. Não nasceu, portanto. É que a vida precisa da presença de pessoas como ele. Meu amigo é uma energia de união. Para ele, as pessoas são ele mesmo. A amizade é o seu reino e a alegria é sua Carta Magna.

É um escritor aleatório. Talvez seja poeta. Decerto que arte para ele é uma segunda forma da mente mentar pelo certo. É capaz de perdão, embora precise ainda de tempo para isso. Nunca comeu caranguejo com catchup. Depende particularmente do que não entende, e por isso sabe muito sobre o que não diz. É preciso em suas opiniões, embora divague acerca do óbvio. Meu amigo, quando faz falta, não é dentro da área, embora assuma grandes riscos dentro do jogo — mas joga na frente, e faz belos gols, disso ninguém duvida. Tenho por ele um apreço de irmão. Como ele diz acerca de si mesmo: “Acha impossível todo e qualquer só; uma hora, duas ou três não se invadir do próximo por amor. É capaz de você encontrá-lo por aí qualquer hora qualquer dia qualquer. Se isto acontecer, você terá a única certeza de que ele em muito se parece com os amigos”. Há grandeza neste cara.

Vinicius mora atualmente no Rio de Janeiro.

Tecendo a manhã - João Cabral de Melo Neto


Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.



domingo, 23 de janeiro de 2011

UCEM - A ilusão do pensamento impuro.


Muitas vezes busquei o arrependimento de um pensamento meu, julgado como impuro, através de formas de autopunição. Algumas eram inconscientes, mas manifestavam-se sempre como uma forma devotada ao sofrimento, como:  auto-encarceramento, repreensão interior, votos por “endireitamento” moral e outros tantos que nada me fizeram além de mal. Estes atos não me emendaram nem tampouco trouxeram espécie alguma de paz. Foram meros atos vazios, de refletir continuadamente sobre o erro que se faz, o erro que se pensa. Contudo, existir não é um erro — qualquer mínimo instante de alegria vivenciada atesta isto. Somente uma pessoa atormentada pensaria diferente, e o tormento pede cura, não mais perturbação. Mas acreditar em emendar-se moralmente através do perpétuo pensar purificado pode gerar apenas mais perturbação, se este ato for realizado de modo insano.

Pensar livremente é uma ilusão. Pensar é apenas uma opção que se faz entre duas formas de acepção. Uma é consciente e a outra inconsciente. Estar consciente de uma maneira própria de pensar exige o ato perene de não julgar o que se pensa. Não julgar nada. Pois julgar o que se pensa é apenas julgar a ti mesmo. Desta maneira, o pensamento julgado impuro te julgaria também como sendo impuro. Geralmente disto nada fica. Espero que vocês me entendam. Não roubei do imposto de renda, mas o exemplo suscita julgamentos, e é disso que se trata este artigo: jamais julgar. Julgar ninguém. Julgar nada.
É fácil. Na verdade é a coisa mais fácil do mundo. Costumo dizer aos meus amigos que Jesus Cristo era na verdade o sujeito mais simples que passou pela terra.  Sua simplicidade será sempre digna de nota, pois trará a nossa. Seja pelo exemplo que deu de Si, caso o leitor seja de pouca fé; ou pela glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Mestre, nosso Irmão Maior, Filho de Deus, se forem de fé creditada a Deus aqueles que até aqui vierem. Independentemente, não custa nada agradecer a alguma coisa, seja a Deus, seja através do simples e sincero bom-dia a um porteiro.












© Colin Hill

Voltemos, contudo, à discussão sobre o pensamento impuro. Chegará o dia — oxalá seja hoje — em que teremos condição de perceber a acepção de apenas pensamentos puros. Estes nos são dados. São claros como o dia, e não pedem esforço algum de nossa parte para existir. Exigem apenas o não-julgamento como prerrogativa. Contudo, nem todo pensamento que chega a nossa cabeça será puro enquanto estivermos conflitados. Estar conflitado é meramente não saber abandonar o julgamento. Enquanto estivermos inclinados a julgar, seremos os juízes de nós mesmos. “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7:1-5). Contudo, convém manter este entendimento:  o julgamento nunca vem de outro, como se fosse uma resposta exterior. O julgamento é auto infligido, e apenas visa conflitar o julgador. Esse conflito toma forma de pensamento, geralmente como uma questão qualquer, que lhe foi colocada, a qual o julgador quer dar uma resposta. E tão logo o julgador chegue a uma conclusão — geralmente insana — outra questão que lhe exige julgamento é apresentada. Esse ciclo é óbvio, mas não conseguimos enxergá-lo com clareza. E é esse enredamento que nos impede a pura paz.


Para tudo, vale um exemplo. Há um grande livro na literatura brasileira chamado “Grande Sertão: Veredas”. Sérgio Buarque de Holanda dizia que o volume dele já estava redondo, de tanto ler e reler. É uma grande obra, escrita por João Guimarães Rosa. Neste livro há um trecho que explica o que vínhamos discutindo. Na batalha final, do bando do jagunço Riobaldo contra o Hermógenes e os Judas, aparece uma voz estranha, que desenreda o destino de Riobaldo. Ele está colocando a cartucheira de balas e as vestimentas para a guerra, quando uma voz estranha “aparece” na cabeça dele, incitando-o a desistir da batalha, julgando seus companheiros. Eis o trecho:

“E eu acabei de me enroupar, mal mal, e escutava essas vozes: — Tu não vai lá, tu é doido? Não adianta… Não vai, e deixa que eles mesmos uns e outros resolvam, porque agora eles começaram tudo errado e diferente, sem perfeição nenhuma, e tu não tem mais nada com isso, por causa que eles estragaram a guerra… Assim ouvi, sussurro muito suave, vozinha mentindo de muito amiga minha.”
Notem que o “pensamento” que Riobaldo ouve acusa sempre os outros, ou seja, julga. É uma “vozinha mentindo”, muito amiga dele, comum, que está sempre a ocorrer disfarçada de pensamento, como sendo o juízo próprio do ouvinte, mas vimos serem apenas “sussurros malignos”. A palavra “maligno” às vezes assusta, mas podemos trocá-la por ilusão. Muitas vezes, recorremos à ilusão de acreditar que somos o que pensamos, por conta de altas alegorias, e assim duvidamos da nossa própria capacidade de pensar, que é passível de existir sem atacar nenhum irmão, sem fraquejar nossa coragem. O personagem Riobaldo estava tão perturbado com seus modos alheios de pensar que chegou a acreditar ter feito um pacto com o diabo. Isso é estar conflitado.


Julgar um só pensamento como impuro é o suficiente para nos levar ao conflito, pois, ao agirmos assim, acreditaremos que somos nós mesmos também impuros, misturados ao erro, o que é impossível, pois somos Filhos de Deus, que é só Amor, sem julgamentos, e que nos espera pacientemente por toda a eternidade pelo despertar da consciência de Seu Querido Filho, pois o tempo cronológico assim como o percebemos é também uma ilusão.

Não gostaria de deixar o leitor sem uma sugestão prática. No livro “Um Curso em Milagres” é possível encontrar a seguinte afirmação: "A condição necessária para o instante santo não requer que não tenhas nenhum pensamento que não seja puro. Mas requer que não tenhas nenhum que queiras guardar”. Portanto, na próxima vez que tiveres um pensamento julgado impuro sobre uma pessoa, uma situação, uma ideia ou em qualquer outra coisa, lembra-te sempre de evitar se equiparar ao juízo emitido. Se vieres sem fé, pensa ao menos em como tu nasceste puro, pensa em um recém-nascido, pensa com carinho na impermanência de todas coisas, que tudo passa, que és capaz de amor, de seres amado, és amado agora, meu querido, mas não sabes disso. Mas se fores capaz de uma nesga ao menos de fé, um pequenino empenho em direção a Deus, serás ouvido. Então, quando tiveres pensamentos julgados impuros, entrega-os ao Espírito Santo, peça-Lhe que os julgues para ti, que não sejam usados para o mal, e escolhe outra vez.




Mistério do Planeta - Vídeo

Eis um intrigante vídeo que encontrei no you tube, por conta de sua letra magistral acerca da busca da unidade enfatizando a prática, ou seja, o "viver" a própria unidade.




sábado, 22 de janeiro de 2011

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - Humberto Meirelles

Humberto Meirelles
Meireles é um daqueles tipos raros, que se encontra em quase nunca, mas que poucos sabem disto. É um homem intuitivo, que sabe do que não sabe; do tipo que se endireita pelo simples adivinhar do certo. Não digo que seja sempre, mas vai se bater no quase. Tem fama de muita coisa, mas é uma coisa só. Tem crises de humor até conseguir rir disto. Quando nasceu seu filho, bobou por uns três dias. Gosta de música como fosse um sábado. Tem mania de “se”. É um dos poucos despertos que ainda está dormindo. Um bom verdadeiro amigo.

Humberto Meirelles é carioca. Mora atualmente em Cuiabá-MT.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mandalas



Mandala pintada e feita por mim com auxílio de compasso

Mandala feita e pintada por minha esposa Regiane à mão livre

 
 
MandALA: palavra sânscrita que significa “círculo mágico”. Refere-se a uma figura geométrica [que] irradia-se de um centro ou se move para dentro dele, dependendo da perspectiva da pessoa. Jung interpretava-a como uma expressão da psique e, em particular, do Self *.

* Uma imagem arquetípica do potencial mais pleno do homem e da unidade da personalidade como um todo.

Fonte: Dicionário Crítico de Análise Junguiana (http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/mandala.htm)

UCEM - O perdão oferece tudo o que eu quero.


Obrigado a ti.


"O que poderias querer que o perdão não possa dar? Queres paz? O perdão a oferece. Queres felicidade, uma mente serena, certeza acerca do teu propósito e um senso de valor e beleza que transcende o mundo? Queres atenção, segurança e o calor da proteção garantida para sempre? Queres uma quietude que não possa ser perturbada, uma gentileza que jamais possa ser ferida, um consolo profundo e duradouro e um descanso tão perfeito que jamais possa ser transtornado?

O perdão te oferece tudo isso e mais." (UCEM - LE - Lição 122)




O sol e o sal

Hoje estou fazendo esta lição do Livro de Exercícios. Amanheci disposto a receber tudo que o perdão tem a me oferecer. Estou durante o dia em um estado de humor muito especial com minha esposa, e isso é muito bom. Encontrei com um "desafeto" no mercado e apenas cumprimentei-o de maneira gentil. Ele me olhou com modos de gentileza também, então sorriu de volta, decerto que um pouco desajeitado, talvez pelo inesperado daquele novo estado de mim. Mas ele não tem culpa, ninguém tem culpa, na verdade, a culpa sequer existe. Minha vontade é perdoar o mundo, pois o mundo perdoado é um lugar diferente, no qual se vê apenas o visto. Nada pode pertubar a paz do Filho de Deus, pois ele é um com Ele. Hoje, por exemplo, passando de carro pela av. Miguel Sutil, vi um sujeito do outro lado da rua, na outra mão. Ele estava maltrapilho, por ofício de mecânico; era um homem barbudo e estava folheando alguns papéis. Eu estava parado no trânsito por conta do engarramento. Então, olhando para o homem, apenas pensei: "eu te perdoo, meu irmão". Eu ainda olhava para ele, embora ele não me visse. Então, inadvertidamente, percebi que o homem começou a fazer sinal de positivo com a mão punho fechado e polegar em riste  para os carros que passavam, e seu sorriso era gentil, e era para todos os carros! Eu, quando vi esse resultado, confesso que me assustei, pois sou um aprendiz, então percebi que o homem desfez o sorriso, baixou a mão e voltou a manipular seus papéis com seus modos de antes. Concluí que devo perdoar e sustentar o perdão, justamente pela alegria de ser grato. Isso estou aprendendo. Te amo.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coisas que entendi: “Raciocínio Racional”

Assista ao vídeo e em seguida leia o texto



Concordo que este vídeo seja mesmo para se rir. A expansão da consciência nos alcança também pela sombra. Mas eu, depois de rir, levei o vídeo a sério. Sempre tive esse mau costume de levar as coisas a sério, embora fossem qualquer bobagem, coisa à toa as quais ninguém devota seus pensamentos,  pequenas ocorrências da vida exprimindo anseios para medir o exato, mas pela via insólita destes meios-termos.

Mas entre o insólito e o insípido existe uma larga fenda. Por exemplo: adoro observar o trajeto das formigas. No trajeto das formigas estão escritos em garatujas o nome de todas as pessoas. Mas se uma formiga soubesse falar, ela não saberia disto. Esse é o ABC que não foi ensinado na escola. Esse é o ABC de outro raciocínio: racional.

O psicólogo suíço Dr. Carl G. Jung falava da irrupção de um conteúdo inconsciente. Isto acontece quando um cidadão dito normal recebe uma momentânea descarga de conteúdos inconscientes em sua mente, ou seja, uma ideia súbita se apodera do individuo e ele passa a falar para além de sua maneira habitual, muitas vezes transmitindo conteúdos dos quais ele mesmo não é consciente. Foi o que aconteceu com este senhor. Se atentarmos bem, no inicio da sua fala ele está com um semblante irritadiço, como que pronto para um “ataque”, nos termos que se usa essa palavra no livro Um Curso em Milagres. Contudo, de repente, ele aparenta transformar-se. Seu semblante torna-se luminoso, as sobrancelhas se arqueiam, e o olhar agora é outro, é vívido! Nesse momento começa o discurso aparentemente desprovido de significado. Ora, o significado dos conteúdos do inconsciente é simbólico, disso se sabe há muito por conta da psicologia dos sonhos.  Neste caso em particular, este senhor está nos dizendo que há um mercado simbólico, um lugar de trocas, um ponto de articulação entre artefatos mentais, que se localiza no id, ou seja, no mais profundo ou no ‘mais encéfalo’, e é lá que é o verdadeiro mercado, o verdadeiro lugar no qual se busca aquilo de que se necessita.  O que esse Mercado quer é o desenvolvimento da alma, e não o comércio com suas pesquisas mundanas, pois esse é o Verdadeiro Mercado, o Mercado do Eu Verdadeiro, que está no íntimo, ou seja, dentro de nós.


Terceiro olho!

Engraçado ainda notar que a palavra "epífase" não é dicionarizada. Mas no dicionário Houaiss pode-se encontrar para o prefixo "ep(i)-" duas significações: ‘em cima’ e ‘muito perto’. Logo, a palavra "epífase" seria algo como ‘fase alta’, ‘fase final’ ou ainda ‘fase próxima’. Dificilmente um homem simples saberia articular de maneira tão adequada a etimologia destes termos. A "célula epífase", contudo, seria a Célula mais Alta, a Célula da Fase Final.
Os escritos gnósticos, as escrituras sagradas dos orientais, o Vedanta, por exemplo, e modernamente o Curso em Milagres apontam todos para esta mesma verdade: todos Somos parte de Deus e, sendo assim, Ele está em cada um de Nós, e Somos um com Ele. A salvação não é uma possibilidade devotada a alguns eleitos, mas uma memória esquecida, que pode ser gentilmente relembrada. No Curso em Milagres está dito:
O nome de Jesus é o nome de alguém que foi um homem, mas viu a face de Cristo em todos os seus irmãos e se lembrou de Deus. Assim, ele veio a se identificar com Cristo já não mais um homem, mas um com Deus.” (UCEM – ET – pág. 89).
Neste caso em particular, a irrupção do conteúdo inconsciente na mente deste senhor nos trouxe uma mensagem divina, de luz. Dificilmente aquele senhor estivesse ciente da mensagem que transmitiu — oxalá esteja agora. Entretanto, A voz por Deus falou através do senhor Antonio Carlos Ferreira de Sena, salve a Ele, nosso amigo, nosso irmão, meu parente.
Ademais, boa parte daquilo que é risível mostra-se assim por não ser compreensível. É uma defesa nossa. Óbvio que manifestações tão inusitadas como as daquele vídeo são mesmo engraçadas, mas isso não quer dizer que não mereçam nossa atenção. Eu já disse, por exemplo, que no trajeto das formigas está traçado o nome de todas as pessoas. Entendam como puder.


(Poemas que escrevi) - Criação

O vento cria um monte de areia.
Duas molas sustendo um eixo criam movimento.
Toda a criação é ineludível.

A música é a criação do ar.
O sopro é uma criação do ser.

O ser percebe a praia;
mas a água,
que marulha sua existência,
cria.

(O homem que vê o visto,
percebe,
mas  não cria).

O homem que vê o visto É.

O homem que vê o vento
criar o monte de areia
pode compor teoria.

Ele mesmo não pode ser o vento que cria.

(Um homem pode juntar um monte de areia
com a mão ou com o pé)

E cria.


Panorama

            No nordeste, existe uma espécie infantil não isolada de fêmea humana que entrega seu corpo por cinqüenta centavos. Ontem, fotografaram no Rio de Janeiro, em férias, o jacaré do pantanal que equilibra varas no circo. No sul do país, isolado entre trezentos arbustos, um homem muito velho, caquético, raspa o musgo das árvores e ainda inscreve nos troncos, com canivetes suíços, mensagens revolucionárias de conspiração. Não se encontra, em nenhuma tabuleta, a inscrição: “vai-se por aqui”, e um mineiro come quieto seu queijo radioativo enquanto vê sociólogos e filósofos conjecturarem sobre, sobre, sobre, sobre.  A miss nacional eleita em 1825 retornou às passarelas. Um senador recebeu duas mães para escrever discursos encomiásticos sobre a honestidade. Em São Paulo, um policial faz cafuné num homicida. A Procissão de Fé que saiu em dezembro para Brasília entoando cânticos já se encontra em Moçambique, mas não se aperceberam ainda. Artistas aprendem com a trapezista Nariel a inacreditável arte de esmolar. Janaína trancafiou-se há tanto tempo no quarto que a porta cicatrizou. Pacientes entraram em greve no Pará. Vinícius luta desesperadamente contra os moinhos. Um homem empunha uma mandioca e pede votos na televisão. O apocalipse aconteceu ontem, as três e quarenta e cinco da manhã; não será hora, agora, de procurar alguma luz?

(Poemas que escrevi) - As Forças

As forças, o contato, a terra, o apoio do chão
Convidaram-me a sentir o seu sabor de fixo
E me aproveitei deste regalo.
Quis provar de uma raiz em um jantar natural,
Sentir o mesmo sabor da Raiz que um dia eu comi
Numa distante ceia que ainda me apetece e chama.

Pois no dia, que fora de festa,
— Falsa festa em que chovia —
Convidei os meus amigos a entrar e jantar comigo,
Pois era tempo de fome.
Pareciam desnutridos, os sonhos de meus amigos.

Cozinheiro não havia nessa estranha refeição.
A raiz — imaginei-a brotando imenso tubérculo
Cozido em formas de amarelo morto
Jamais nascido do chão, com mil olhos a me ver
imponderável em sua sina
Pois seu fascínio era o terror
De uma angústia laboriosa.
Não era raiz de colheita
— batatas que se vence —
Era raiz inventada,
Sabor defeito de vento.

Aproximei da panela
Que flutuava sobre a mesa
A doze palmos do chão.
Apanhei uma porção, amassei as suas formas,
Pus no prato, fiz purê.
Mas a colher que me trazia a massa à boca
Insistia em flectir seu retorno
Em estranhas torções metálicas
Retornando a massa de nada
ao imenso nada que era.
Eu e meus amigos, todos com fome e ânsia,
Congratulávamos  apoios tímidos,
Pois era ceia de Natal.

Não é que em tanto esforço
Nenhum percebia nada?
Parecia fosse festa!
Todos acreditavam,
Diziam lindas canções,
Trocavam presentes estranhos
Diziam adivinhações.
Tudo era susto e enleio,
Pois sob nossas cabeças
Pairava a imensa ameaça
Julgando com tantos olhos
—alguns injetados de ódio —
Os nossos belos jardins.

Pois que ao lado da mesa
Enraizada na terra
— Essa nesga de verdade —
Via-se ali um jardim
Perene em sua existência
Jardim de pomar de flores
Muitas, muitas davam frutos.

Mas eu e os meus amigos
Jamais ousávamos tanto.
Era a ilusão flutuante
Com mil olhos sobre nós
Quem atirava um julgamento
Com voz marcante de fúria:
Fruta é mentira inventada!

Em meio ao medo de tudo
Cantávamos canções de fuga.
E uns aos outros desejávamos qualquer sorte de Natal.


O leão, a águia e o grifo.



O olhar sereno do leão


Uma vez vi de perto um leão em um zoológico no Paraná. Imponente, é o mínimo que se pode dizer dele. O que mais me chamou atenção, entretanto, foi o olhar do animal. O leão tem um olhar compenetrado, luzidio, que parece apreender o terceiro lado das coisas. Meu amigo Vitor disse-me certa vez que os gatos são tidos por alguns gnósticos como seres que estão em permanente contato com a transcendência. Seriam metafísicos por experiência, os gatos. O leão é um felino; portanto, vem daquela linhagem, e esta característica me fez pensar que o mais forte dos seres vivos sobre a terra deve estar também em contato com algo que gera ao menos uma percepção certa.


Se eu fosse um bicho, queria ser leão, mas isso é dizer bobagem. A águia também é uma opção interessante, mas a águia não me agradou, pois me parece que os animais que voam são destituídos de peso, por alguma espécie de cálculo que não pode ser medido pela régua da razão. Eu acho que ainda estou “me sendo” pelo denso. Então seria o leão e seu olhar quem me configuraria um formato adequado para esta vida virtual. Contudo, a águia é citada pelo poeta inglês William Blake em sua obra O Matrimônio do Céu e do Inferno como uma “parcela do gênio”.

"Parcla do Gênio",
segundo Blake.


Segundo o Dicionário de Símbolos, de Chevalier, “os bambaras, impressionados por sua força serena, fizeram dele [o leão] uma alegoria do saber divino e um grau, na hierarquia social tradicional, que só tem como superior o dos sacerdotes sábios”.


O leão é chamado de rei dos animais. A águia: “parcela do gênio”. No bestiário medieval existia a figura mitológica do “grifo”. Com cabeça e garras de águia e corpo de leão, a criatura simbolizava a perfeição entre o espiritual (águia, como animal perfeito, que alça aos céus) e o terreno (leão, que pela imponência de sua majestade sábia e inequívoca governa o mundo). A sabedoria do leão e o alçar impetuoso da águia correspondiam a uma metáfora de completude que se realiza no grifo.


Ao Céu, Grifo! 
© arte: Amisgaudi


UCEM - Quanto tempo leva até Deus dar o "passo final"?


O livro "Um Curso em Milagres" afirma que o esforço para alcançar uma transformação na consciência depende consideravelmente da disponibilidade do estudante, contudo este esforço dar-se-á até um nível limite, pois quando estiver pronto, o estudante será gentilmente conduzido por Deus ao estado de intemporalidade e ao conhecimento além da percepção. Obviamente, ele não está sozinho nesta jornada, pois o Espírito Santo estará auxiliando-o sempre, mas o Texto deixa ainda claro que cabe ao próprio estudante distinguir entre a Mente Certa e a mente errada, até alcançar optar bem. Quando a opção exclusiva pela Mente Certa gerar a Percepção Certa, o medo será desfeito, e então será possível a passagem pela “estreita fenda” entre a percepção e o conhecimento.
Esta afirmação, entretanto, comumente gera anseio generalizado nos estudantes do Curso em Milagres. Chamo isso de “complexo de antes”. Explico: é como se o estudante quisesse tudo para antes, esse “antes” sendo o momento em que ainda não pronto para o conhecimento. Sendo o conhecimento inapreensível pelo ego, mas estando o estudante ainda vivenciando o mundo em termos egóicos, a irrupção de um estado completamente consciente dependeria de uma preparação ideal do estudante, pois, caso contrário, o medo inconsciente que surgiria mediante a “Visão de Deus”, ou seja, o conhecimento em si, poderia desestabilizar completamente um indivíduo. Existem vários registros de ocasiões dramáticas registradas na história da humanidade que narram pessoas atordoadas por uma irrupção divina inadvertida, isto é, não preparada. O psicólogo Carl G. Jung, por exemplo, em seu livro “Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo” (Ed. Vozes, §17ss) narra um caso interessante, de um suíço chamado Nicolau de Flüe, ou Brunder Klaus (irmão Klaus), como é conhecido em seu país. Ao que tudo indica, este homem foi apresentado ao conhecimento* sem estar naturalmente pronto para isso. O medo que o assomou foi tamanho que ele abandonou sua casa e família, e se isolou em uma cela (quarto) monástica, e somente o perdão o salvou de um destino catastrófico, conforme veremos.

Bruder Klaus

O perigo de não se estar preparado para o conhecimento é não conseguir reconhecê-lo de maneira adequada quando Deus vier, isto é, serenamente. O ato de estudar o Curso em Milagres, e principalmente de realizar com seriedade os exercícios, cria a condição necessária para que o processo de “transferência” possa ser feito com muita gentileza, evitando distúrbios por conta de uma incompreensão total do que está acontecendo, além, obviamente, de evitar que toda a culpa e medo não trabalhados sejam rompidos num só instante, o que seria uma sobrecarga para qualquer um. Isso causaria um estado de pânico, se ocorresse assim, mas quero lembrar ao leitor, estudante do curso ou não, que existe um caminho para cada um, que é orientado por Deus e Guiado pelo Espírito Santo, para ser executado com muita paciência, gentileza e amor. Exemplos extremos servem apenas para que possamos compreender melhor o perdão, tal qual se vê no próprio Texto do Curso, quando Jesus fala da crucificação:
(…) A minha única lição, que eu tenho que ensinar como aprendi, é que nenhuma percepção que esteja em desacordo com o julgamento do Espírito Santo pode ser justificada. Eu assumi mostrar que isso foi verdadeiro em um caso extremo, meramente porque dessa forma serviria como um bom recurso de ensino para aqueles cuja tentação de se entregar à raiva e à agressão não seria tão extrema. Minha vontade unida à de Deus é que nenhum de Seus Filhos sofra. (UCEM – Cap.VI – Item 1 – § 11)

No caso do Brunder Klauss, que citamos anteriormente, a irrupção inadvertida do conhecimento em si causou uma estranha perturbação à sua personalidade. A revelação do mundo como uma ilusão foi demais para ele, que não estava ainda preparado para experimentar as imagens do mundo através de uma percepção certa.  De repente, toda a verdade surgiu revelada, e o que ele viu causou terror. Como dissemos, Brunder Klaus isolou-se em uma cela monástica, no final do séc. XV. Lá, passou a desenhar mandalas, para não enlouquecer. Nessas mandalas, podem-se ver desenhos de conteúdos cristãos, como a Santa Trindade e o semblante coroado de Deus, além do selo de Salomão e outros. Jung cita que uma destas mandalas ainda está preservada na Igreja Paroquial de Sachseln, na Suíça.


O centro da mandala de
Brunder Klaus. Séc XV

A expressão de termos cristãos nas mandalas de Brunder Klaus o salvou, pois o Espírito Santo fazia o trabalho de desfazer o medo através destes símbolos, indicando para Si Mesmo que aquilo que acontecera era sagrado, equivalente ao semblante coroado de Deus, pois era preciso que Brunder Klaus entendesse e assimilasse isto em sua consciência. Deve ter sido um trabalho exaustivo. Por fim, Klaus conseguiu aos poucos compreender o que se passara com ele, nos termos cristãos disponíveis à época. Poderíamos dizer, modernamente, que o Bruder Klaus foi exposto a um caso extremo, e que ele perdoou o próprio Deus através do Espírito Santo pela inspiração da elaboração dos símbolos cristãos em suas mandalas.
O Curso em Milagres fala o tempo todo em perdoar, mas em alguns momentos específicos trata do medo de Deus. Diz que nós temos medo de Deus, que invertemos o modo de pensar e que todo o nosso sentido de inadaptação está radicado nessa inversão. Isto está explicitado nesta citação do Curso:
(…) O que parece ser o medo de Deus é realmente o medo da tua própria realidade. É impossível aprender qualquer coisa consistentemente em um estado de pânico. (UCEM – Cap.IX – Item 1 – § 2)
Como dissemos, outros casos semelhantes aos de Bruder Klaus foram registrados na história. São Paulo, por exemplo, no caminho de Damasco, teve a “Visão de Deus” manifestada através de uma ideia, que era a de arrependimento e perdão aos cristãos, aos quais ele mesmo muitas vezes assassinara. Paulo também, através da experiência da revelação, se tornou um homem compassivo e sábio.

Pedimos, portanto, que a Verdade não nos seja revelada de modo traumático. Pedimos agora ao Espírito Santo que nos conduza com gentileza e amor pelo tempo que for necessário para nossa própria conscientização. Pedimos para que nosso processo seja dirigido pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, e comprometemo-nos em fazer nossa parte ao praticar o perdão, e que assim ajudemos o Espírito Santo em seu trabalho e economizemos tempo, essa ilusão. Esperemos com paciência, e não desejemos o destino perturbador de nosso irmão Klaus. Por sua resignação e paciência, e pela sobrevivência heróica de Bruder Klaus (irmão Klaus), podemos mesmo chamá-lo de exemplo, ou santo. Seu nome completo, Nicolau de Flüe, veio a ser canonizado pela Igreja Católica, e há várias igrejas na Europa consagradas a ele, nosso irmão. O que aconteceu com Bruder Klaus era para ele, pois “não existem acidentes na salvação.” (UCEM – MP – pág. 7). Sobrevirá o momento de cada um. Para isso, paciência, meu caro. Peça apenas paciência ao Espírito Santo, quando lhe surgir qualquer ansiedade em se tornar “iluminado”. Empenhe-se nos exercícios e estudos, pratique o perdão em qualquer oportunidade, e lembre-se destas palavras do Texto:

… Eu não esqueci ninguém. Ajuda-me agora a conduzir-te de volta para onde a jornada começou, para que faças outra escolha comigo. (UCEM – LE – pág. 347)

Vitral da Mandala de Bruder Klaus na Igreja de Sachseln, Suiça.

(Poemas que escrevi) - Interroga-te

Acordo do sonho dentro do sonho.
Adquiro metade da consciência.
O vento que bate em meu rosto
Não é o vento que bate em meu rosto.
A água que corre em meu sonho faz o barulho de trem.

O sonho é a porta da noite,
Não da noite deste dia,
Mas da noite que é a outra casa-velha-de-morada.

No sonho sou outro mim.
 Modelo mental de mim.
Se acordo dentro do sonho
Acordo par’outra caverna.

E vejo uma festa vibrante
E dois insetos brigando
E uma menina em carmesim.

E há também o porteiro
O homem de capuz e terno
Um jogo de futebol.

No sonho, uma vela preta
É de se comer ou vestir.
Ou há ainda a moeda
Que compra outros sentidos.

Mas, no sonho, haverá perigos?
No sonho uma teia de aranhas é feita pra passear?

(Acordo no meio do sonho e não sei da linguagem do sonho)

No sonho, será domingo?
Que tempo será o do sonho?
Que horas, no relógio do tempo,
Agora acordado, serão?

Encontro uma estrada no sonho
enorme, gigante, infinita.
Quanto tempo até chegar
à outra ponta
Ou à esquina?

E seu trajeto infinito dura o tempo da pergunta.


Saudações!

O nome deste blog é o nome de um livro. Este livro, “Um Curso em Milagres”, que muito estudo, é o tema central dos escritos aqui publicados. Contudo, outros assuntos coexistem, para nosso aprendizado variado e contribuições.  
André Sena, seu amigo, este aprendiz feliz.

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - Marcos Torrico

Marcos Torrico
Marcos Torrico está de pé sobre a infância, pela imaginação. Tirou férias e fez curso de direito e controle de vôo. Conheceu alguns países, sabe falar em outras línguas e está na fase de entender o que está fora. Somos jovens, o meu amigo.
Quando se pergunta a alguém sobre ele, as pessoas dizem um sorriso. Alguns viram nele uma dúvida, meu amigo se esquiva vivendo. Nunca houve dia em que ele não tivesse ajudado alguém pelo pedir ou doar, sendo ambos para ele o mesmo. É ingênuo até a beira da inocência, mas nunca foi inocente por ingenuidade. Acredita que seu ego é invulnerável, embora meu amigo seja. Teve lampejos da união pelo Um, em experiências de diálogo. Acredita em Deus, mas tem medo, e confunde isso com coragem; mas Deus protege o meu amigo. Um dia, passará em algum concurso para dono, então começará o processo de nascer de novo. Quando for, meu amigo estará de pé sobre a infância, pela Visão.
Marcos Torrico é carioca e mora atualmente em Cuiabá-MT.

Retratos Intuitivos de Meus Amigos - André Marinho

André Marinho e seu filho Lucas
André Marinho está em busca do encontro com a pedra. Nunca falou disso, nem sabe o que quer dizer. A pedra que fala, meu amigo a conhece.
Diz que ele encontrou nas coisas o verso do necessário. Depois, desapegou e fez desenhos.
Meu amigo gosta de filosofia, e pensa pelo principio da dúvida. Por isso, especula o motivo que o pôs aqui. Está entendendo o ouvir da Voz e teve quase todos os tipos de memórias que não se lembra. Tomou a pílula azul, depois a vermelha e depois a azul. Não sabe mais onde pôs o frasco. Meu amigo é desenhista de charges. O humor é seu viés de quandos, pois quando faz rir, emerge de si a Si-Mesmo. Compreende que o mistério da conversação reside no mistério de falar pelo uno. É pai de dois garotos e marido da Betânia, que são a maravilha dele. Teve idéias de jornal. Publicou algumas. Alguém disse dele um nome feio, ele replicou com silêncio. Fez um colorido de formas que eram o Mundo Novo. Nele, meu amigo deve desenhar também a mim.

André Marinho reside atualmente em Fernando de Noronha - PE


domingo, 9 de janeiro de 2011

Se Deus pudesse com asas




Se Deus pudesse com asas
Seriam voos diários
Escala em meus corações?

Se Deus pudesse com asas
E fossemos nós aviões
Seria de Deus a memória
De um céu cheinho de nuvens
E Jesus conosco, balão?

Se Deus pudesse com asas
Seria de novo a memória
De velhos antanhos espaços
Dos céus que brilharam em Esparta
Do tempo que é a historia
Seria comigo este tempo
Que é o agora, no chão?

Se Deus pudesse com asas
Saberia o que é a vitoria?
Quereria melhor trajetória?
Em ti, em mim, coração?