Obrigado! |
“Essa é a nota mestra da salvação:
o que vejo reflete um
processo em minha mente,
que se inicia com a minha ideia do que quero.”
(Lição 325)
(Lição 325)
Pergunta: O UCEM diz: “Só no momento em que as crenças se fixam é que as percepções se estabilizam. Com efeito, então, de fato vês aquilo em que acreditas (T-11, VI, 3-4).” Disto compreendi que, se tenho uma crença fixa, a percepção derivada desta crença surgirá para mim como uma vivência no mundo. Como, então, ter somente as vivências felizes? Compreendi corretamente?
Resposta:
A organização das ideias é fundamental para o iniciante. Decerto, apreendestes
bem o conceito acerca das ideias como noções formadoras da percepção, mas isto
não te parece muito verdadeiro no momento. Ainda preferes a mágica e a consequente
nomeação do mundo de acordo com suas ocorrências como acasos, sorte, azar,
afazeres, revoluções, conservadorismo etc. Para ti, o mundo ainda “acontece” e
possui uma certa “mecânica”. Mesmo as evidências mais claras acerca do fato de
que o mundo é a xerox do teu pensamento, para ti são transformadas em pré-conceitos
(os acasos e etc’s).
(Claro que
o mundo acontece, mas ele não é dado! Vamos compreender isto de uma vez por
todas, pois é preciso crescer e divulgar).
Sem entendimento, as ideias são caóticas.
São como referências que emitem apenas opiniões, sem relação entre si. Uma
mente desordenada é caótica. Como poderia uma mente assim “projetar corretamente (estender)”? Para
que isso aconteça é necessário ver o mundo perdoado, André. Não há meios de se
dizer isso em termos da mente se não verificarmos primeiramente o que significa
o medo. Portanto, falaremos sobre o teu medo de tudo, para que possamos
entender mais à frente sobre a percepção e a real natureza do teu “mundo”, bem
como da maneira de organizar corretamente as ideias.
O medo é
uma ferramenta bastante aprazível àquela ideia influente que apreendestes sob o
nome de diabo. Mas o diabo é o pai da confusão. A ideia confusa, portanto, é o
instrumento para a confusão. Se não compreenderes algo, como podes apreendê-lo?
Decerto que a intuição te vale, mas um mundo puramente intuitivo é um mundo
mágico e isto ainda é separação. É o sonho de um mundo “dado” que pode ser
benigno; o sonho de um mundo mágico que determina o que te acontece, embora de
maneira “inconsciente” para ti. Como és “intuitivo”, sabes “ler o mundo”. Realmente,
o Espírito Santo parece uma ideia inconsciente para ti, apenas por enquanto.
Mas precisas das ideias Dele, pois é Ele Quem sabe Quem Tu És.
O medo é a confusão das ideias. Não podes
ter segurança se não tens clareza. Ora, se não sabes o que queres, nem sequer como fazer
para chegar a algum lugar ou que caminho tomar e para tudo precisas de oráculos
ou de um texto que te oriente, isto significa que estás perdido. Se chegastes a
esta consciência, estás no caminho certo! Realmente, não sabes o que fazes
aqui. Isto gera medo. “Um mundo sem significado gera medo”. Então acreditas
agora que é preciso significar o mundo urgentemente. Eis o círculo vicioso que
é a confusão. Uma necessidade urgente de algum “mais”. Mais significados, por exemplo. Talvez entender melhor o Curso em Milagres. Isto te fará crer que precisas entender melhor sobre “essa
coisa das ideias”, “a relação entre as ideias e as projeções” e isto vai te
atrasar, pois não se trata de entender sempre, mas de experimentar em ato. Entrega
o entendimento Àquele Que já o tem. Tua única contribuição nisto é ser feliz, e
sair do caminho, pois Ele tem as respostas.
Portanto, se Ele tem as respostas, decerto
também sabe quais são as ideias certas. Mas enquanto quiseres fabricar ideias
serás imitador de outros, ou defensor dos fracos, defensor dos fortes, pobre
coitado de esmolinha, o futuro rico de alguma fama, um cara muito gente boa, um canalha, um artista sem arte, um pensador de opiniões, geralmente optando entre dois lados de uma ponte que leva de volta a lugar nenhum, até chegares aqui: à falta
de sentido sobre tudo.
Então te apressarás em ressignificar para
compreender novamente. Percebes o engodo? Quantos planos ainda tens à mão? Quantos
acreditas que conseguirás gerenciar sem Ajuda?
O medo é a suprema crença na autonomia
egótica. Não precisas mais nem de amigos, se não quiseres, pois tens “teus
planos”, e “quando eu chegar lá, eles finalmente reconhecerão o meu valor”.
Podes, no entremeio, aderir cumplices às tuas variantes de pensamento, como a
ilustração moral ou o comedimento nos atos e a opinião política, geralmente
contrária e, principalmente, vilipendiosa. Disto decorrem amizades sem fruto,
conversas sem rumo, desagravos sem motivo e tudo o mais o que a desordem
pronuncia. Claro que não é sempre assim, pois o ego não é bobo, ele sempre te oferece suas “dádivas”. Principalmente, ele te dá “esperança”. Urgh, que estranho! Ter
esperança no futuro é a maior doença que há, pois ter a mente no futuro é o
eterno adiar. A esperança é sempre esperar, mas o otimismo é real e é agora. Saímos
deste entrecho pessimista neste momento, pois não queremos mais viver na
ilustração. Viste em emoção como o medo é terrível e sua ocorrência vigora na
expectativa de que o impossível, isto é, tua autonomia completa, vai ocorrer
favoravelmente.
Agora, que vimos que o medo é o caos
projetado no mundo pelo teu desejo insano de autonomia, podemos responder à pergunta inicial, sobre as ideias certas. Pois bem: sem ordem, tudo é desordem. A
ordem surge da ordenação das ideias e da clareza de se saber o que fazer, para
onde ir e o que se quer. Estabelecer a meta é a solução. Vejamos este trecho do
Cap. 17 sobre estabelecer a meta:
“Em qualquer situação na qual estejas incerto, a primeira coisa a considerar, muito simplesmente, é “O que eu quero que resulte disso? Para quê serve isso?” O esclarecimento da meta tem que estar no início, pois é isso o que vai determinar o resultado. No procedimento do ego, isso é revertido. A situação vem a ser o que determina o resultado, que pode ser qualquer coisa. A razão dessa abordagem desorganizada é evidente. O ego não sabe o que quer que resulte da situação. Ele está ciente do que não quer, mas somente disso. Ele não tem absolutamente nenhuma meta positiva (T-17, VI, 2).”
E “positiva” neste contexto quer dizer “clara”.
Neste momento também parece que não sabes o que fazer. Pois bem, já dissemos
que tens ajuda nisto, mas precisas sair do caminho. Enquanto ainda lutas para
manter tua autonomia, minas as capacidades claras que possuis e crias
preconceitos sobre coisas que genuinamente aprecias, pois temes a opinião dos
outros, mas a opinião dos outros é apenas a tua projeção voltando. O medo dos
outros é o medo do amor. O medo do amor em teus irmãos ainda te parece
terrível, pois a libertação te parece terrível. Caro irmão, querido amigo, teu
irmão és tu mesmo. Se estiveres em algum lugar com outros dois, e eles
estiverem em alegria, e não consegues te inserir no contexto daquela alegria, é
mais fácil julgar os dois irmãos como egoístas e sectários, mas és tu quem tem
medo deles, e a reação deles a ti é parte do teu sonho, pois não és um mero personagem
no sonho de ninguém. Outra opção insana seria introjetar e dizer que eles não gostam de ti porque és um miserável sem graça que
etc. No entanto, isto é apenas masoquismo representativo do teu desejo de ser
odiado, para provar coisas espúrias que pensas sobre ti mesmo.
Mas — não és o que pensas sobre ti mesmo.
Não és a ideia que te destes. A ideia de ti mesmo habita imutável em Deus e a
tua opinião não conta nisto. Se odeias a ti mesmo, quem odeia a ti mesmo? E isto não é apenas uma crença em ti mesmo como odiado? Como o mundo seria diferente se cresses em ti mesmo como merecedor de amor!
As ideias formatam as crenças. Elas são o inicio do pensamento, e as ideias a que dás valor formam a tua crença. Se "a projeção faz a percepção", tua crença em ti mesmo como um ser odioso precisa de muita resposta em termos de solidão no mundo, quando não de violência, para te ajudar a manter tua crença projetada por aí. O mundo é o resultado de tuas crenças; crenças surgem de ideias e ideias não deixam sua fonte.
Há uma Fonte segura, que estabelece ideias seguras e um mundo perdoado, ao invés de uma tela da projeção dos teus medos, o teu filme de terror e solidão. Já é hora de estabelecer a meta firmemente. Agora, nossa meta é Deus. Nossa meta é ser feliz. Nossa meta é reencontrar verdadeiramente com nossos irmãos. Nossa meta é a honestidade. Temos Auxílios para cumprir nossa meta. Podemos aderir, realmente, na forma, aos símbolos das nossas metas. Ser honesto requer os símbolos da honestidade, ser feliz requer os símbolos da real alegria, mas se não sabes como atingir a isto, peça Ajuda, lembrando sempre com otimismo que és Filho de Deus, que és Amado pelo próprio Deus, que independente de qualquer coisa que penses ou que acreditas que outros pensem a teu respeito, tu és tão valioso para Deus que Ele se sente incompleto sem ti. Volta, irmão. Vem com as mãos vazias de julgamento para Casa. Deus te chama e é a Ele que escutas quando abres mão de teus sonhos de autonomia e realizas a entrega ao Espírito Santo. A união com Ele agora é a tua meta. O caminho para as ideias verdadeiras estão estabelecidas para ti nos exercícios. A oração também é uma meta favorável agora. A verdadeira oração é na forma que tu quiseres, naquilo que acreditas, com ou sem palavras, mas o coração sempre estando em Deus, tudo é feliz. Amém.
Medo - Titãs.
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