terça-feira, 1 de maio de 2012

Sobre o pensamento relativista


Arnaldo Antunes (acima);
Foto do letreiro de Arnaldo Chaveiro
no centro da cidade de Várzea Grande-MT (abaixo).
Esses dados compuseram uma significativa sincronicidade para mim.




“É impossível que o Filho de Deus seja simplesmente
conduzido por eventos exteriores a ele. É impossível que os acontecimentos
que vêm a ele não tenham sido sua escolha. Seu poder de decisão é o determinante de toda situação na qual ele parece se achar por acaso ou por acidente.”
(UCEM Cap. 21, II, §3)





Os pensamentos relativos são “informações”? Eles contêm alguma coisa plausível em si?

A “teoria” mais básica do UCEM é que não existe nenhum tipo de ocorrência no mundo que não seja testemunhada por uma percepção, e sendo testemunhada por uma percepção, não pode ser verdadeira. Portanto, as relações simbólicas que realizas entre as imagens e sons que ouves não podem ser tomadas como exemplos de avisos, caso entendas tais avisos como “mensagens que vem de fora”. Não existe tal coisa. Quando há comunicação entre a Filiação, tal fato se dá entre o que é Um, ou através d’Aquele Que comunica pelo Um. Associações não são comunicações, se entendidas literalmente. São desvios simbólicos do significado, e visam abranger uma totalidade através de medidas ou conceitos correlativos.
 Jung falava em sincronicidade. Pois bem, a sincronicidade ocorre quando eventos totalmente não relacionados ganham significado através de uma leitura atemporal de seus conteúdos. Se não fosse assim, o conceito de sincronicidade não se desviaria da apenas coincidência. Quando duas pessoas pensam a mesma coisa, ou intencionam certo objetivo, com uma relação muito próxima no tempo, isto é, quando pensam praticamente juntos em uma ideia, então temos constelada uma coincidência. Isto ocorre unicamente por conta de afinidades, eletivas ou não. No entanto, se duas pessoas pensam na mesma coisa e a “pronunciam” ao mesmo tempo, neste caso ocorre não apenas uma “empatia”, mas uma relação incomum, significativa, que está associada ao fato de a mente certa ser afim à União entre os dois. Assim, quando duas pessoas pensam na mesma coisa, ao mesmo tempo, e repetem oralmente tal coincidência, a tradição popular solicita que se “toque” no verde, uma cor que está associada a feitiços e bruxarias em suas implicações simbólicas, pois o “tocar” no verde garante simbolicamente que a pessoa “lembrou” primeiro que não estava totalmente consciente da união das mentes, e a isto se associa boa sorte.
O fato de veres nas ocorrências dos teus dias relações não diretivas, ou de fazeres associações, está ligada ao teu empenho em entender o mundo esteticamente. Isto é uma prerrogativa daqueles que entendem as mensagens do inconsciente, mas é muito importante saber distinguir as “coincidências” das “sincronicidades”, sob a pena de caíres no reino fantástico que o teu ego certamente criará, de modo invariavelmente assustador. Isso não quer dizer nada, contudo. “A vida em seus métodos diz: calma”.
A consciência é a ferramenta do significado. É através dela que o Espírito Santo busca fazer com que entendas a mensagem do Reino, que é apenas esta: não estás aqui, onde percebes a ti mesmo como um corpo. Este mensagem será repetida por Ele de todas as maneiras que puder, angariando tua consciência para voltar-se nesta direção. Tais eventos, quando se tornam mais intensos, geram medo, pois o ego está tornando-se assustado com as mensagens óbvias que te são enviadas. Ele te diz que aquilo que percebes como sendo amor, é o terror de uma mensagem exterior, que visa te atacar, e que, portanto, precisas imediatamente pensar sobre isso. Assim, ele ganha tempo, enquanto tenta impor novos significados, pois os símbolos são inesgotáveis em significação, até que um destes significados se alie à sua condição miserável, e é justamente a esta infeliz interpretação que escolherás, por agora, pois estás terrivelmente assustado com teu despertar. Amigo querido, amável, tão admirável em teu empenho, digo que estás muito seguro, pois não serás desperto  já estás desperto há muito tempo. A Revelação é um “reconhecimento”. Quando vires algo que te assuste, e este algo for deste mundo, isto é, for algo perceptível, guarde disto apenas a impressão amorosa, pois do contrário estás interpretando em favor de teu ego, e será mais difícil para ti mesmo permitir a expiação, pois é ela que retorna a tua mente à condição de estender o Reino.
É muito claro que interpretas em favor do Reino até mesmo as coisas mais abjetas. Mas não precisas chegar a tanto para entender sobre a natureza inclassificável do perdão. Para tanto, tu contas com milhões, bilhões de irmãos, aparentemente separados, cada qual realizando sua função, embora permitam ou não que o Espírito Santo o faça, pois, pela natureza de Sua Origem, Ele o fez. Assim, cada vez que vês a um irmão, fazendo seja lá o que for, saiba que ele faz aquilo pelo bem do Reino, mas pode estar certamente equivocado na interpretação disto, e assim surgem os erros e a noção infeliz de pecado. Ninguém jamais pecou, sendo filho de Deus; e ninguém jamais pode pecar, pois o pecado não existe. O erro, quando visto, pede por correção e, às vezes, uma pessoa em sua mente errada precisa de algum tipo de contenção temporária, pela própria natureza assustadora dela, e no próprio Livro Texto é dito que pessoas assustadas podem ser cruéis às vezes. Mas isso não se aplica a ti nos termos que te assustam, pois não são as contenções sociais que te atrasam, mas aquelas que tu mesmo aplicastes como “trincheiras” contra o Amor.
Mas não tenhas medo do amor. Nem o confundas com suas formas divulgadas. Muitas das coisas que o mundo chama de “amor” não passa de “medo” disfarçado em belas melodias de palavras ou sinceras declarações temporárias de afeto ou apoios divergidos de propósito. O verdadeiro amor não espera por conveniências para se manifestar. Ele não é oportunista. Ele apenas é. E isso é sempre sentido como amável e acolhedor, e não suporta, isto é, não comporta dúvidas.
Ademais, Arnaldo Antunes é um excelente artista, mas mesmo suas obras não estão blindadas contra interpretações amedrontadoras, se forem ouvidas/lidas sem amor. Nele, encontrastes uma das “dez mil formas” de tua linguagem. Quanto ao resto, saiba que a inocência não pode ser judiada, e ela não será adquirida pelo tempo, em uma idade específica ou em uma cena ou comportamento específico. A inocência está unicamente associada ao perdão; e por ser totalmente pura, é criativa. Os adultos são criativos e não deixam de sê-lo pelo fato de o tempo passar, pois subjacente ao tempo, e “por fora” dele, numa dimensão que não é deste mundo, a criatividade é uma fruta madura, disponível em caráter de sempre, distante de ti apenas pelo intervalo de um espirro.
(“EUCRIDES”, FALA PRA MÃE: QUE NUNCA LI NUM LIVRO QUE UM ESPIRRO FOSSE UM VíRUS SEM CURA!)
               Bem lembrado.
               (E onde fica o conceito de idolatria neste contexto?)
            Como dito acima, não há idolatria se interpretas as imagens como sendo inexistentes, ou seja, como sendo apenas símbolos. Mesmo as pessoas, em termos muito extremados, são símbolos de seus egos, ou símbolos da separação. No entanto, por estarem vivas, e habitarem em si o Espirito Santo de Deus, são passíveis de Amor e capazes de transmiti-Lo. Idolatrar uma pessoa é não saber o que essa pessoa é. Mas o amor elide a idolatria em respeito, e abrange apenas o amor, por deixar nosso tolo conceito dos outros de lado, e assim apenas apreciar as criações da filiação, que podem ou não ser divulgadas amplamente. No entanto, isso não deve ser colocado em uma escala de valor. Mesmo o que é divulgado pode ser mal interpretado e vice-versa. Certo, mesmo, só Deus, e Ele é teu único Objetivo, por ser o Único Que Há. Esteja sempre em sintonia com o Espírito Santo, aberto à sua interpretação correta de tuas percepções equivocadas. Quando a verdade não te parecer gentil, isto se dá porque estás com medo, e o medo apenas evoca o ataque.
               Pai, pedimos a Ti que nos faça entender que somos apenas um. Que a Filiação e o Reino são totalmente unificados, e que possamos perceber a natureza una da filiação ao vermos Cristo em nosso irmão. Pai, pedimos para que possamos ver, pois estamos determinados a ver, amém.

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