Arnaldo Antunes (acima); Foto do letreiro de Arnaldo Chaveiro no centro da cidade de Várzea Grande-MT (abaixo). Esses dados compuseram uma significativa sincronicidade para mim. |
“É impossível que o
Filho de Deus seja simplesmente
conduzido por eventos
exteriores a ele. É impossível que os acontecimentos
que vêm a ele não
tenham sido sua escolha. Seu poder de decisão é o determinante de toda situação
na qual ele parece se achar por acaso ou por acidente.”
(UCEM Cap. 21, II, §3)
Os pensamentos
relativos são “informações”? Eles contêm alguma coisa plausível em si?
A “teoria”
mais básica do UCEM é que não existe nenhum tipo de ocorrência no mundo que não
seja testemunhada por uma percepção, e sendo testemunhada por uma percepção,
não pode ser verdadeira. Portanto, as relações simbólicas que realizas entre
as imagens e sons que ouves não podem ser tomadas como exemplos de avisos, caso
entendas tais avisos como “mensagens que vem de fora”. Não existe tal coisa. Quando
há comunicação entre a Filiação, tal fato se dá entre o que é Um, ou através d’Aquele
Que comunica pelo Um. Associações não são comunicações, se entendidas
literalmente. São desvios simbólicos do significado, e visam abranger uma
totalidade através de medidas ou conceitos correlativos.
Jung falava em sincronicidade. Pois bem, a
sincronicidade ocorre quando eventos totalmente não relacionados ganham
significado através de uma leitura atemporal de seus conteúdos. Se não fosse
assim, o conceito de sincronicidade não se desviaria da apenas coincidência. Quando
duas pessoas pensam a mesma coisa, ou intencionam certo objetivo, com uma
relação muito próxima no tempo, isto é, quando pensam praticamente juntos em
uma ideia, então temos constelada uma coincidência. Isto ocorre unicamente por conta de afinidades, eletivas ou não. No entanto, se duas pessoas
pensam na mesma coisa e a “pronunciam” ao mesmo tempo, neste caso ocorre não apenas uma
“empatia”, mas uma relação incomum, significativa, que está associada ao fato
de a mente certa ser afim à União entre os dois. Assim, quando duas pessoas
pensam na mesma coisa, ao mesmo tempo, e repetem oralmente tal coincidência, a
tradição popular solicita que se “toque” no verde, uma cor que está associada a
feitiços e bruxarias em suas implicações simbólicas, pois o “tocar” no verde
garante simbolicamente que a pessoa “lembrou” primeiro que não estava totalmente
consciente da união das mentes, e a isto se associa boa sorte.
O fato de
veres nas ocorrências dos teus dias relações não diretivas, ou de fazeres
associações, está ligada ao teu empenho em entender o mundo esteticamente. Isto
é uma prerrogativa daqueles que entendem as mensagens do inconsciente, mas é muito
importante saber distinguir as “coincidências” das “sincronicidades”, sob a
pena de caíres no reino fantástico que o teu ego certamente criará, de modo invariavelmente
assustador. Isso não quer dizer nada, contudo. “A vida em seus métodos diz:
calma”.
A consciência
é a ferramenta do significado. É através dela que o Espírito Santo busca fazer
com que entendas a mensagem do Reino, que é apenas esta: não estás aqui, onde percebes a ti mesmo como um corpo. Este
mensagem será repetida por Ele de todas as maneiras que puder, angariando tua
consciência para voltar-se nesta direção. Tais eventos, quando se tornam mais
intensos, geram medo, pois o ego está tornando-se assustado com as mensagens
óbvias que te são enviadas. Ele te diz que aquilo que percebes como sendo amor,
é o terror de uma mensagem exterior, que visa te atacar, e que, portanto,
precisas imediatamente pensar sobre isso. Assim, ele ganha tempo, enquanto tenta
impor novos significados, pois os símbolos são inesgotáveis em significação,
até que um destes significados se alie à sua condição miserável, e é justamente a esta infeliz
interpretação que escolherás, por agora, pois estás terrivelmente assustado com
teu despertar. Amigo querido, amável, tão admirável em teu empenho, digo
que estás muito seguro, pois não serás desperto — já estás desperto há muito
tempo. A Revelação é um “reconhecimento”. Quando vires algo que te assuste, e
este algo for deste mundo, isto é, for algo perceptível, guarde disto apenas a
impressão amorosa, pois do contrário estás interpretando em favor de teu ego, e
será mais difícil para ti mesmo permitir a expiação, pois é ela que retorna a tua mente à condição
de estender o Reino.
É muito claro
que interpretas em favor do Reino até mesmo as coisas mais abjetas. Mas não
precisas chegar a tanto para entender sobre a natureza inclassificável do
perdão. Para tanto, tu contas com milhões, bilhões de irmãos, aparentemente
separados, cada qual realizando sua função, embora permitam ou não que o
Espírito Santo o faça, pois, pela natureza de Sua Origem, Ele já o fez. Assim, cada vez que vês a um
irmão, fazendo seja lá o que for, saiba que ele faz aquilo pelo bem do Reino,
mas pode estar certamente equivocado na interpretação disto, e assim surgem os
erros e a noção infeliz de pecado. Ninguém jamais pecou, sendo filho de Deus; e
ninguém jamais pode pecar, pois o pecado não existe. O erro, quando visto, pede
por correção e, às vezes, uma pessoa em sua mente errada precisa de algum tipo
de contenção temporária, pela própria natureza assustadora dela, e no próprio Livro Texto é dito que pessoas assustadas podem ser cruéis às vezes. Mas isso não se aplica a
ti nos termos que te assustam, pois não são as contenções sociais que te
atrasam, mas aquelas que tu mesmo aplicastes como “trincheiras” contra o Amor.
Mas não tenhas
medo do amor. Nem o confundas com suas formas divulgadas. Muitas das coisas que
o mundo chama de “amor” não passa de “medo” disfarçado em belas melodias de
palavras ou sinceras declarações temporárias de afeto ou apoios divergidos de
propósito. O verdadeiro amor não espera por conveniências para se manifestar.
Ele não é oportunista. Ele apenas é. E isso é sempre sentido como amável
e acolhedor, e não suporta, isto é, não comporta dúvidas.
Ademais,
Arnaldo Antunes é um excelente artista, mas mesmo suas obras não estão
blindadas contra interpretações amedrontadoras, se forem ouvidas/lidas sem
amor. Nele, encontrastes uma das “dez mil formas” de tua linguagem. Quanto ao
resto, saiba que a inocência não pode ser judiada, e ela não será adquirida
pelo tempo, em uma idade específica ou em uma cena ou comportamento específico.
A inocência está unicamente associada ao perdão; e por ser totalmente pura, é
criativa. Os adultos são criativos e não deixam de sê-lo pelo fato de o tempo
passar, pois subjacente ao tempo, e “por fora” dele, numa dimensão que não é
deste mundo, a criatividade é uma fruta madura, disponível em caráter de
sempre, distante de ti apenas pelo intervalo de um espirro.
(“EUCRIDES”,
FALA PRA MÃE: QUE NUNCA LI NUM LIVRO QUE UM ESPIRRO FOSSE UM VíRUS SEM CURA!)
Bem
lembrado.
(E
onde fica o conceito de idolatria neste contexto?)
Como
dito acima, não há idolatria se interpretas as imagens como sendo inexistentes,
ou seja, como sendo apenas símbolos. Mesmo as pessoas, em termos muito
extremados, são símbolos de seus egos, ou símbolos da separação. No entanto,
por estarem vivas, e habitarem em si o Espirito Santo de Deus, são passíveis de
Amor e capazes de transmiti-Lo. Idolatrar uma pessoa é não saber o que essa
pessoa é. Mas o amor elide a idolatria em respeito, e abrange apenas o amor,
por deixar nosso tolo conceito dos outros de lado, e assim apenas apreciar as
criações da filiação, que podem ou não ser divulgadas amplamente. No entanto,
isso não deve ser colocado em uma escala de valor. Mesmo o que é divulgado pode
ser mal interpretado e vice-versa. Certo, mesmo, só Deus, e Ele é teu único Objetivo, por ser o Único Que Há. Esteja sempre em sintonia com o Espírito
Santo, aberto à sua interpretação correta de tuas percepções equivocadas.
Quando a verdade não te parecer gentil, isto se dá porque estás com medo, e o
medo apenas evoca o ataque.
Pai,
pedimos a Ti que nos faça entender que somos apenas um. Que a Filiação e o
Reino são totalmente unificados, e que possamos perceber a natureza una da
filiação ao vermos Cristo em nosso irmão. Pai, pedimos para que possamos ver, pois
estamos determinados a ver, amém.
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