terça-feira, 12 de junho de 2012

Sobre o medo do amor em teus irmãos


Obrigado a Ti!


O cansaço como retorno da experiência é um processo simbolicamente enriquecedor. Embora não estejas muito propenso a aceitar isso como um avanço, podes dizer a ti mesmo que alcançastes "distinguir". Fazer isso é alcançar um passo a mais na medida da sanidade em prol de um advento generoso em relação a Si Mesmo.
“Sentir muito” é uma expressão que evoca desespero e culpa, pois implica em uma falsa associação entre o amor e a mente. A mente produz equívocos que, se desatados pelo espírito, podem alcançar a clareza suficiente para eliminar os espectros das sombras que te chamam dos escuros cantos da tua alma, te convocando para repetir os mesmo tristes caminhos nos quais te fizeste enganado.
Decerto, em meio ao que tens em mãos, parece que a vida tem sido amarga e deficiente, e que o teu próprio exercício de criar te abandonou, e a impotência e a morte serão tuas companheiras certas.
Bem quisto filho de Deus, não te penses assim, nem te imagines assim. Nada, em nenhuma forma, pode te contentar por muito tempo. O que desististes e acreditaste como perda não foi perda, pois não podes perder o que criastes com amor. O caminho não é logicismo, pois não se baseia em continuidade pelo que expressa os termos do corpo ou dos sentidos. Não há certeza alguma em que o caminho que é teu possa ser direcionado pelo teu querer. Isso não pode ser assim.
Agora, que experimentastes o instante santo, é hora de caminhar seguro para fora do terror e do medo. O teu empenho não pode ser maltratado pelo que tu chamas de amor, mas é engano e erro. Saber que estás em Deus é teu único propósito real, e estar em Deus é a única saída verdadeira. Não te equivoques nisto.
               Sabes que não queres o ego como teu guia, mas tens medo dele. Isso é tolo, pois o ego não pode te fazer nada, pois ele nada é. Como uma conclusão de pensamentos terríveis, ele engalfinha teus pensamentos em círculos que atendem a sua especificidade, que não é nada mais que imagens que aterrorizam e fortes empenhos em te manter ciente do desespero. Ele não esquece nada, e simplesmente te relembra cenas de terror incitando tua concórdia com o seu logicismo barato. Dizemos “barato”, mas ele não tem valor. Portanto, nem sequer é barato, pois o logicismo do ego é um circunlóquio totalmente sem significado, e se vale das imagens de terror que associa à miríade de pensamentos que evoca para que não possas escutar a Voz por Deus.
               A tua imaginação não criativa ajuda ao ego neste processo, pois não queres te livrar de vez disto. Acreditas que se livrar do ego é morrer. No entanto, lembra-te agora do Curso, Quando pede que consideres o que o diabo tem feito na tua vida. Será que queres, realmente, permanecer como aceitante de tais dádivas sem valor?
               Quando lembras o que criastes com amor, lembras geralmente de teu empenho artístico. Não posso te dizer o que é tua função, pois não estás pronto. No entanto, verifica se teu empenho é assim perdido quando fazes o teu trabalho. Pergunta a ti mesmo se estás totalmente alheio o que fazes. Se a resposta for afirmativa, alguma coisa então deve te manter atrelado ao que não queres, pois permaneces lá. Essa tal coisa não pode te gerar alegria, pois alegria estaria totalmente relacionada ao significado, e esse não pode ser medido pelo empenho que seguramente te devotas em relação ao sentido. Quando dizemos “sentido”, queremos dizer que um total apoio do favor de Deus, ou da Graça de Deus, não será dirigido a ti que não queres perceber a ti mesmo como amoroso. Se ouvires um som de desamor, deves apenas te ater a isso como sendo equívoco e pedido de ajuda.
               Não há erro no que fazes, pois fazes bem. Não há necessidade de retorno, pois bem sabes, em tua mente certa, o que é o erro e o acerto. Não existem caminhos para trás que não seja retorno, mas o único retorno possível é o retorno ao Pai, e o caminho para o retorno a Ele é uma ponte, a qual Ele mesmo te ajudará a atravessar, pois sozinho te enveredarias por caminhos de medo e terror.
               A voz do ego te parece clara porque o medo te parece claro. Parece que o medo desperta em ti uma vontade, ou pulsão, para a ação dirigida. A palavra vontade é ideal neste contexto, pois Deus não pode se ausentar da vontade de Seu Filho. Assim, quando eleges a tua própria vontade, eleges um substituto para tua real vontade, e é nela que gostarias de permanecer, pois o medo parece mais seguro que a mudança. Mais uma vez, o Livro Texto fala sobre a primeira mudança, que te trouxe para cá em sonhos, e criou o medo e a morte nestes tais sonhos estranhos. Portanto, conforme prossegue o Texto, temes outra mudança, pois poderia te levar para um “terceiro sonho”, no qual serias mais amaldiçoado do que neste. Ora — diz sorrateiramente o ego — se a primeira mudança gerou o mundo do terror, uma segunda mudança poderia ser bem pior. No entanto, entende a falácia deste pensamento através disto: Há apenas Deus e o Reino é unificado e santo. Não se pode retornar para nenhum outro lugar, pois nada existe a não ser Deus, e retornar a Deus é certo justamente por conta disto. E lembras que não haverá mudança alguma, pois não existem diferenças de níveis na realidade, e tu estás na realidade, apenas não te lembras disto.
               Não podes ser arremessado na realidade para não compartilhares do destino de Brunder Klauss[1], por exemplo. Não podes ser despertado para paz sob os auspícios do terror, ou não compreenderás a paz como algo beatífico, e terás mais medo ainda, o que te poderá indisponibilizar a angariar ao verdadeiro retorno.
               Filho de Deus perfeito, acalma-te aqui. Esquece agora dos conceitos e lembra da ajuda de teus irmãos. Neles, perceberás a Voz que fala por Deus falar a ti. Acredites no Instante Santo, e assim aprenderás a ouvir o amor nos teus irmãos, até que o despertes em ti mesmo. Poderás ouvir a voz do Amor assim que quiseres, mas apressa-te em amar aos teus irmãos, que apenas são a tua disponibilidade em amar ou desprezar-te. Se um irmão te desprezar, não o julgues, pois és tu mesmo quem te estás mal julgando. Ninguém pode te ofender, pois nada que vem “de fora” pode ofender ao Filho de Deus. Se te percebes ofendido, percebes um irmão separado de ti, uma lacuna no Reino, um absurdo tão grande que podes inclusive considerar que ver a um irmão como acusador é ver um erro, ou assistir a uma inexistência, ou ainda presenciar uma alucinação, para ser mais exato. Teu irmão irado, acusador, invejoso, maltrapilho em termos armistício és tu espelhado em alucinações do que não és. Não vejas a ninguém assim, pois não és assim.
               Peça em oração para que vejas ao teu irmão como a ti mesmo. Peças para que o Espírito Santo te mostre o caminho, pois “enquanto houver percepção, há lugar para a oração”. Lembra que o amor de Deus não te abandonará jamais. E lembra que o Reino é completamente consistente e o ego não prevalecerá contra Ele. Amém.


[1] Ver neste blog: http://cursoemmilagres.blogspot.com.br/2011/01/ucem-quanto-tempo-leva-ate-deus-dar-o.html

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