sábado, 27 de abril de 2013

Sobre o sorriso




O ato de sorrir, como tudo neste mundo separado, pode ser simbolizado de várias formas, e o riso distorcido pelo ego é o símbolo do escárnio em sons guturais ou estridentes. Não há paz em um sorriso assim. Ele pode contagiar pelo erro, e a falta de misericórdia assimila ao sorriso uma ponta de maledicência que evidencia em imagem o oposto da alegria. No entanto, não podes julgar o certo e o errado enquanto não tiveres a certeza. Para ti, portanto, o sorriso certo é aquele que traz paz.

A expiação em ato de sorriso pode ocorrer mesmo enquanto quiseres perceber maldade em teu irmão. O instante santo prescinde de formas para ocorrer, mas ocorre através de formas quando há disponibilidade. A união em um pode ocorrer até mesmo quando percebes maneiras distorcidas de sorrir, mas assim o sorriso passa a ser apenas uma tentativa de encobrimento e uma correção distorcida para ti.

A grandeza em sorriso não está associada a nenhum pressuposto “cósmico” como uma abrangência em totalidade ou uma alegria total em enxurrada. A proposição que adverte isto é: nenhum amigo jamais divergiu de Deus em evidência de sorrisos, mesmo se permitiu o erro em sua mente. Isto quer dizer que o pressuposto do sorriso em mentes distorcidas não será percebido em sua totalidade quando vês apenas a maldade em teu irmão. Serás assim compelido a entender o sorriso dele como um ato contra ti. Quem pode definir que o sorriso em ato será definido em forma como algo determinado? Muitas vezes o sorriso é involuntário e não podes contê-lo. Isso não quer dizer que fostes “tomado” pelo que não podes controlar e é bom. Às vezes a crise de riso apenas aponta para uma desordem em termos de controle e isso é de alguma forma favorável, quando utilizado pelo Espírito Santo a teu favor. No entanto, jamais sorrir ou conter o sorriso é como um símbolo de gravidade e escassez em um ritual a favor da solidão e ausência da alegria.

Para o ego, rir demonstra fragilidade. Obviamente, durante o sorriso, ou melhor ainda, na gargalhada, perdemos o controle. O sorriso dos doentes pode então lhes trazer a cura e fazer-lhes rever. Neste caso, não é a alegria que cura — embora ela esteja em ato na cura — mas a entrega ao ato de rir. O sorriso abrange uma tendência à disponibilidade difícil de conseguir em atos simples. Por “simples” queremos dizer que em atos muito graves, como uma queda na montanha russa ou outra situação qualquer de descontrole, nesses atos muito graves, a entrega também se realiza, mas através do pânico ou da diversão em êxtase. No sorriso, entretanto, a correção acontece em ato como uma simbolização da entrega, e isto pode ser mesmo a imagem da felicidade. Por isso, e obviamente, se associa uma coisa a outra.

Claro que pode ocorrer de um símbolo neste mundo separado converter-se em seu oposto. Não dizem que há o riso que se diz da bruxa, ou o riso diabólico do escárnio e do prazer em ego pelo “mal”? Estes, no entanto, não estão a corrigir, mas são os símbolos da entrega ao professor errado, e neles está presente a “alegria” segundo a concepção do terrível ato de escarnecer, medrar ou esquecer-se. Neste último reside o terror. Quando o Filho de Deus supõe que rir de si mesmo em outro é “expiar”, ele se esquece da filiação e sorri em atestado à separação.

Agora estás preocupado e queres saber como rir direito. Bem, deverias começar rindo disto. Não há como julgar o certo nas aparências do errado. Não deves temer a nada, pois ainda és como Deus te criou. Não deves temer ao riso de teu irmão ou ao teu. Não embarcar em barca furada significa que não repetes o riso se não há disponibilidade real em ti. Mas se tiveres vontade de rir, ria, ora bolas!

Um homem vinha no caminho do trabalho e encontrou uma moeda. Ele tinha medo de ficar com o que não era seu, então decidiu usar a moeda em cara ou coroa para decidir se ficava com a moeda ou a jogava fora. Lançou a moeda, que logo caiu no chão, mas, contra todas as expectativas, quebrou em duas partes. Metade virou em cara e metade em coroa. Ele pensou: e agora? Então levou apenas metade da moeda que era a certa e disse a si mesmo: não sei o que fazer com isto, mas tenho ao menos o troco da certeza. E foi-se feliz, com seu dinheiro sem valor.

Isso não tem graça.

Também acho que não tem. Eu não sou humorista. Mas a historia desta historia você ainda rirá dela.
Continue.

Poderia rir agora de você contigo, mas certamente isso seria interpretado como desrespeito. No atual estado de tua mente, rir parece danoso. Demonstra falta de autocontrole. Assim, peço-te que entenda a historia anterior como uma advertência ao fato premente de que a metade de uma moeda estraga o valor da moeda, se apenas quiseres guardar a banda da certeza. Meu irmão, precisas rir mais. Não como um ato em precisão de medicamento ou sugestão de alegria em falso. Precisas rir, porque o mundo é uma piada, uma piada inventada por ti para que possas sofrer. Isso, quando é contado no Céu na roda dos anjos é motivo para todos rirem, embora estejam em prontidão em favor da tua felicidade. Rir é muito bom! Rir é o melhor dos melhores dos remédios!

Pai, queremos nos lembrar da alegria! Estamos neste mundo em sonho de separação, e sofremos por não entender quem somos, mas estamos ainda em Ti, pelo que pedimos a lembrança disto, para que a felicidade de teu filho possa ser recordada nele, e para que ele tenha em si a memória de Si Mesmo e da felicidade que nele nunca foi escassa. Portanto te pedimos, meu Pai, que nos eleve até a Ti, onde a felicidade sabemos que sempre É, pelo que É e sempre, amém.

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