terça-feira, 4 de junho de 2013

Sobre a raiva




               Hoje gostaria de falar sobre o ataque, a raiva e suas implicações em medo. Ultimamente, vivo com raiva. O ataque muitas vezes me parece justificado em contra-ataque, isto é, estou sempre a tentar me defender. Está claro que isto não é sinal de sabedoria, apenas uma percepção de mim mesmo em equívoco. Tampouco acredito que se perceber em busca de erros seja sabedoria, mas já é um começo, pois impulsiona na busca de mudança.
Nesta ilusão de sermos algo não sendo nada, o ataque promove as necessárias diferenciações. Ora, tais diferenciações podem tomar a forma de injustiças. Assim, parece justo nos defendermos. O contra-ataque é, portanto, totalmente justificado em nossa mente errada, pois ele toma propaganda de ser uma defesa efetiva contra o ódio que está “lá fora”. O jogo do ataque, contra-ataque e justificativas produz o medo. E o enleio da separação reside em nosso medo e necessidade de defesas.
Criei um mundo terrível e preciso me defender dele. Assim, onde caberá o amor, no meio de uma guerra? No sonho de guerra, a trégua é um intervalo, e não um fim. Preciso retornar a mim mesmo, mas para isso, para lembrar quem eu sou, não pode ser no meio de uma guerra. As imagens assustadoras, nas quais me criei sendo, são terríveis, mas são interpretações. No meio do que estou a ver em guerra, não está acontecendo nada.
Para evitar tais equívocos insanos, o UCEM enfatiza que nossa segurança está em ser sem defesas. Estou tentando, mas sempre me parece muito difícil. Ontem, no entanto, encontrei este achado no capítulo 6:
“O ego pode aceitar a ideia de que o retorno é necessário porque pode muito facilmente fazer com que a ideia pareça difícil. Entretanto, o Espírito Santo te diz que mesmo o retorno é desnecessário, porque o que nunca aconteceu não pode ser difícil. Apesar disso, podes fazer com que a ideia do retorno seja tão necessária quanto difícil. Porém, certamente está claro que o perfeito não necessita de nada e tu não podes experimentar a perfeição como uma realização difícil, porque isso é o que tu és.” (T-6; II; 11:1-4).
               Eis algumas ideias que forneço para ajudar a quem se identificou com a insanidade, todas elas retiradas do Livro de Exercícios:
               Eu sou como Deus me criou. Eu sou a luz do mundo. Deus não criou um mundo sem significado. Eu não percebo meus maiores interesses. Eu não sei para que serve coisa alguma. Acima de tudo eu quero ver. Acima de tudo eu quero ver as coisas de modo diferente. Não há nada a temer. Deus, sendo Amor, É também felicidade. O perdão oferece tudo o que eu quero. Confio em meus irmãos, que são um comigo. Que os milagres substituam todas as mágoas. Eu descanso em Deus. Eu sou como Deus me criou. Só minha condenação me fere. Eu não sou um corpo, eu sou livre. Não há paz exceto a paz de Deus.
               Não há nada melhor a se fazer do que ler o Um Curso em Milagres e praticar seus exercícios. É uma benção. Graças a Deus e obrigado Jesus.
               Os primeiros parágrafos deste texto devem ser perdoados. Não deve ser difícil realizar quem somos. Não há uma guerra. “É você com você mesmo”. Deixo uma música de Rubinho e Mauro Assunção como boa mensagem para lembrar. Um irmão nunca pode ser atacado. Um ótimo dia para nós. Te amo, meu irmão.




Rubinho e Mauro Assumpção: Eu Quero Companheira (1972)

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