segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sobre as sensações

Obrigado a ti!

Para não interferir é necessária a disposição ao ato de amar. Não há temor em agir assim, pois a resposta ao amor sempre será mais de amor. Um conceito como a fidelidade se esteia neste mundo como um pertencimento de um corpo a outro. No entanto, na medida simbólica deste recurso, estar unido é ser fiel ao esteio seguro do amor. Assim, somente quem ama é verdadeiramente fiel, e somente assim a fidelidade é verdadeira.
Não interferir em amar significa que aceitas o outro como ele é. Não há como se adequar uma função permissiva ao que não tem significado. Assim, toda vez que tens uma vontade disposta ao teu impulso orgânico, tens em mãos o pressuposto sério de agüentares o peso da culpa. Isto é claro, pois o medo de se ter outro corpo em tuas mãos advoga pelo medo de ser um ato de miséria de tua própria fabricação. O medo deste estado te dará uma permissividade em ser adequado ao conceito culpado de ti mesmo, e dentro em breve serás apenas um sincero esteio de tua culpa projetada em quem te acompanha, pois estivestes deslocado de tua verdade para supor enleios de corpos.
O amor não vê os corpos. O símbolo do amor não é a união dos corpos. Estar em paz é meramente ser uma atenta extensão de Deus, através do espírito. Como se faz isso? Através do ato sincero de amar, que se estende em medidas claras de belezas que são harmoniosas, que não tencionam ser outra coisa, como um desejo ou uma clareza de amor em termos de se pensar o certo nas relações.
Pensa bem nisto: quando estás envolto em tua paz, o que esperas de teu corpo? Nada! Não podes esperar nada mais do corpo se estás verdadeiramente em paz. Não interferir é apenas não esperar que o corpo responda com sua boca e seus sons estranhos uma verdade que seja, pois o corpo não pode fazê-lo e nem mesmo a linguagem te alcança.
O desejo de se possuir outros corpos é o desejo de estar em contato profundo com outro ser. O máximo que o corpo alcança é o espasmo de seus guturais sons de cópula e a extensão de seu prazer em uma estafa que conduz ao torpor. Teu corpo diz que isso é bom, e busca fazer com que tu e teus irmãos busqueis sempre mais disto para ser feliz. O mundo acredita que é valioso ter coletado milhões de corpos em busca de satisfazer-se em mais torpor, e ainda acredita que sua busca frenética pode alcançar mais de sensações, ao devanear através dos sentidos e pedir mais miséria em sua vida através do corpo.
Em um pólo muito semelhante, as drogas e as bebidas se ancoram em torpores outros, que evocam o sentido de tua paz ao corpo. Assim, parece que a paz é o torpor, e que encontrarás paz ao ceder ao largo entregar-se aos prazeres e meneios de apuros. Dizemos apuros, pois acreditas que podes apurar teus sentidos mediante uma entrega maior às sensações, até que um dia o teu organismo seja iluminado através de um bombardeio bioquímico que te conduzirá a paz eterna de uma experiência sensível. Não falemos em morte, mas em ilusão dos sentidos. Um dia, teu corpo será pleno de coisas a se sentir, e neste dia, neste estranho dia, acreditas que teu corpo será “feliz”, pois está dosado ao ponto da independência e serás para sempre torpe e “feliz”.
Estás com raiva? Pois tu te tornas a raiva, se assim — e ainda teu corpo se dopa com teus sentidos estranhos. Uma dose de raiva é uma maravilha dos sentidos, fornece substâncias, são vícios por conta disto, e assim são sinônimos deste estado. Não há o que dizer sobre a cura se a buscas no corpo, pois seu estado entorpecido busca mais de abusos, e em breve o suporte não será mais necessário, pois o corpo já entende que não pode te matar, sendo o ego o guia de teu corpo para que seja assim, e o melhor estado de todos será com tua morte, pois será uma experiência final, com vistas a uma sensação final.
Querido amado irmão: não te assustes com estas coisas. São todas falácias que não se demoram a sumir quando aceitas que teu corpo não pode te fornecer nada. Ele é apenas um meio para conseguires o que queres, e se queres paz, para quê pedir mais ao corpo, que não sabe de absolutamente nada?
O não interferir começa com o não ceder ao corpo. A purificação não significa purismo, não deves pregar o nojo ao comum. Serás mal compreendido e o que realmente se quer dizer aqui tu ainda não entendes. Mas preste muita atenção a isto: o corpo de ninguém é um troféu. Não há amor nos corpos. É possível haver união usando os corpos, mas isso se dá através de milhares de formas, desde o olhar ao abraço, do carinho ao gesto de apoio, do silêncio à atenção, e até mesmo o sexo pode ser uma forma real de amar. O que não tem significado é o torpor, a ausência de ti pelo atravessar dos sentidos. “Ter sensações não é conhecer”.
Queres não interferir na Chegada? Então te empenhas seriamente nisto: não dê ouvidos aos apelos do corpo. Não faças de teu corpo um templo de sensações. Não ateie fogo ao teu sangue, e verás que isto não será escassez, e sim melhor de seu uso, com os apoios necessários ao mesmo, que virá como forma adequada de se viver o corpo. Não te faltará o simples e não serás perdido ao meio. Não estarás evocado ao purismo, e nem serás acusador nenhum. Apenas estarás seguro do teu uso do amor, em suas sutras formas e canais de muita intensidade, mas através do meio que te será dado! Não podes querer mais que isso. Não sabes ainda o que é, mas não podes querer nada mais, te asseguro isto.
Assim, dizemos ao nosso Pai que nosso corpo é o Seu templo, e que depositamos em seu interior o altar sagrado de nosso viver. Pedimos a glória do estado de paz que o corpo pode atingir mediante o estado de ser a si pelo alto, através do esteio sagrado de Tua Presença, que nos dá o verdadeiro conhecimento do corpo. Assim, seremos agidos em Tuas Mãos, e tudo será a harmonia que não sabemos ainda ter, mas que é nossa herança, e que Tu nos dará assim, pois a pedimos agora, conforme prometeste ao Teu Amado Filho, que invoca de Ti a sua herança, meu amado Pai, assim pedimos. Amém.


Obrigado por leres até aqui. És bem vindo aqui. Te amo.
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Um comentário:

  1. Tua dispOnibilidade em dar/dOar, amOr, é sensaciOnal !!! te am(((OOO)))

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