terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

UCEM - De como se desiste de uma possível carreira diplomática


Obrigado a ti

 Por algum tempo, há um risco em não se entender de que realmente fala o livro “Um Curso em Milagres”. Há certo período de confusão, descrito em diversas partes do Texto, apontando para os modos de iludir do ego, muitas vezes perceptível em suas formas de atrapalhos. O texto abaixo é uma reflexão acerca disto, e trata de uma aventura que empreendi: prestar concurso para o Instituto Rio Branco. No caso, eu — diplomata. Acho que toparia essa, de estudar assim. Mas por conta do texto abaixo, aceitei — tive que aceitar — que esse não seria meu caminho, embora seja um excelente caminho pragmático.
Estava revisando um exercício (Lição 135 — Se me defendo, sou atacado). Nesta Lição está escrito que “O céu nada pede”. Perguntei ao meu professor interno*, se realmente eu seria diplomata, um bom diplomata, e se era essa minha função, e eis o que ouvi:
Nota (*) nos termos nos quais se estabelece esse procedimento através do Curso.
O CÉU NADA PEDE. Quem sabe destas coisas, se alimenta do nutricional do mundo, que é a fé. A fé não é um pedido do corpo ou uma vocação da alma. A fé simplesmente ajuda o homem a se reconectar com o seu alimento. Quando se diz alimento, se quer dizer força e restauração. Um prato de comida pode ser útil para explicar o que queremos dizer. Num prato de comida, há vários alimentos, e cada um deles possui uma diversidade de nutrientes. Aqueles que melhor se enquadram em uma dieta de amor, são os que devem ter sido preparados de acordo com a facilidade que a cozinha fornece a quem tem experiência. Portanto, o que se come em uma experiência gastronômica é o ato empenhado do cozinheiro. No mais, há a ilusão de sabor e tudo o mais que alimenta o prazer.
Em vias de se dizer abandona-te, diremos apenas aquieta-te. Quieto, se ouve o som do próprio Ser bater no fundo do mais de peito, sendo além dele, pelo acordo maior que há entre a música e seus acasos de corpo, uma harmonia cordial. Verifica que tudo o que tens feito em relação ao momento presente tem sido uma argumentação em favor do passado, embora os termos nos quais isto se dê sejam muito escamoteados pelas referências atuais. A diplomacia é um caminho de conciliação com altas alegorias, e tem sido quista como fraude, embora tudo possa ser corrigido pelo uso que Espírito Santo faz. Se pedes, será dado; mas a vertente mais segura de tua apreciação da vida virá com a literatura, e seus tempos de atuação em Guimarães Rosa e em ti são diferentes, pelos propósitos que em suas vidas conjugava.  O que queres é uma boa nova, uma cordilheira em que vejas o caminhar do dia pelo alto. Não é possível em teus planos, não é possível através dos teus planos. O céu quer de ti apenas a quietude. O céu não pede esforços demasiados em relação a nada que não seja digno dele. Não deves fazer concurso para diplomata. Não deves fazer o que não te foi dito para fazer.

[Então, perguntei:] Mas se o céu nada pede, por que então ele pede para não fazer o concurso?

Não te é pedido para não fazer, não te é dita uma categorização. Quem quer te dizer o que fazer é o ego, com seus brilhos. O que te é pedido é apenas que cumpra a tua função aqui, e para isso se dá os conselhos. Os conselhos são ou não seguidos, de acordo com a ordem do executante e o empenho deste. O que se considera menos mal é a magia que há nas coisas deste mundo. Ademais, um empenho destes trará para ti uma bagagem de cultura e uma boa conta de dinheiros, mas o custo será o teu trabalho diuturno e a vivência de muitas deficiências de amor. Tens na tua mão a orientação certa, mas ela não te pede nada. Ela não te obriga a nada, e é isso o que a expressão “o céu nada pede” quer dizer.

[Então, fiz esta pergunta risível:] Se eu insistir?

Serás levado a uma série de conseqüências que te trarão de volta aqui.


E assim foi. Obrigado por leres até aqui. És bem vindo aqui. Te amo.


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3 comentários:

  1. Qual é o procedimento para ouvir o nosso professor interno? Não sei se vai responder, mas não custa nada tentar hehe

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    1. Saudações, companheiro de jornada. 
      Obrigado pelas palavras e pela leitura. Sobre sua pergunta, digo que a atenção ao Espírito Santo não se cumpre em um propósito do querer, ou seja, não se trata de um ato de vontade, embora a vontade faça parte do pacote. Dizendo de modo mais claro, ouvir ao Espírito Santo significa que você pode vir a ter orientação sobre como agir durante a vida perceptiva, e como diz Um Curso em Milagres, orientação na percepção é nossa maior necessidade agora. Às vezes o ES comunica-se através de mensagens diretas e verbais, mas pode acontecer de alguém sentir tal orientação através de fortes impulsos inequívocos de intuições, que podem surgir como pensamentos, sentimentos e até mesmo sensações. Algumas pessoas sentem, em seu transitar no mundo, uma comunicação através de sensações surgidas em seus "chacras" (no ventre, no peito, na cabeça), que desaguam em sentimentos que alertam e apontam o caminho. Outras recebem textos inteiros e outras ainda ouvem uma Voz. Isso varia imensuravelmente. Há várias técnicas para se conseguir este contato, já que o contato com o Real é nossa vontade verdadeira, e no fundo é tudo o que queremos e precisamos. Eu busquei através dos exercícios do Curso. Primeiramente, busquei ouvir ao Espírito Santo em meus irmãos, como sugere o Livro Texto. Depois, passei para o ato de escrita. Isso é assim porque sou também escritor, mas aplico meu hobby ainda em marcenaria, e em algumas vezes, quando uma ideia me vem sob a forma de um móvel bem montado, percebo ali também símbolos da Unidade diante de uma consciência que me indica o caminho certo para unir duas peças, ou um ornamento de enfeite para compor um belo painel para TV. Assim, a fé torna o princípio. A forma com a qual o ES se comunica com você não pode ser compreendida ou solicitada em uma forma específica. O certo é como diz aquela música do Caetano Veloso: "gente é o lugar de se procurar o Um". Procure ouvir o Espírito Santo primeiro em teus irmãos. Depois, Ele mesmo virá ao teu encontro, na forma que Ele achar mais adequada. Em caso de dúvida entre o que é recebido e as consequências, lembre-se sempre disto: pelos seus frutos, os reconhecerei.

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  2. Seu blog é muito bom, só o conheci agora. Tem varias perolas aqui.

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