quarta-feira, 6 de março de 2013

Sobre a ausência de níveis de dificuldades em milagres




            O julgamento seleciona e classifica. Ele atribui os parâmetros da separação, apresenta os níveis e classifica os meios. Seus pensamentos em separação são divulgados como diferenças, e o quê vês como diferente é “o outro” ou “outra coisa”.

            O imutável não pode aceder diferenças. O Espírito Santo vê as diferenças que tu vês, mas não acredita nelas, conforme aprendestes. Ele responde e fala pelo Imutável. Como poderia o imutável mudar através de formas? Apenas se houvesse um plano no qual o imutável pudesse ser visto através de diferenças seria possível que o imutável fosse partido em dois, e daí em mais. Uma situação parece mais terrível que outra, e uma aparência parece mais aprazível que outra. O fato de não haver ordens de dificuldades em milagres quer dizer que o milagre não está vinculado às aparências. Se pedires um milagre, ele te será dado onde pedires, sem discriminação em níveis, pois  não está sujeito às partições.

            Alguma coisa te impulsiona em devoção a um oposto? Pois essa coisa apenas pode ser dividida em causa, pois o efeito não pode ser dirigido à parte da causa. As diferenças atraem perguntas que se refazem de forma dividida, pois elas englobam tentativas de estabelecer diferenças em retrospectiva, na medida em que aciona a memória em favor do especialismo ao qual as diferenças atestam ordenação na separação. A separação, portanto, é aprendida. Ela não é dada. Não temas os efeitos da separação, pois eles não são possíveis. A ordem de dificuldades aparente na separação apenas impede o milagre. Deus não fala através de códigos.

            Se acreditares em ti mesmo como fraco, a parte do mundo dividida em fraqueza surgirá como efeito de teu próprio pensamento. Isso não acontece diretamente, através da mágica, pois as imagens não são diretas, são simbólicas. O que importa é se estás escolhendo com o professor certo, pois as imagens são impossíveis de alcançar significado através do julgamento. O Professor certo pode interpretá-las para ti, se te disponibilizares a isso. A única coisa que pode garantir se estás escolhendo certo é a alegria. A felicidade é o termômetro que indica a validade de teu pensamento.

            Jesus esteve aqui como homem, mas não dirigia Sua Vontade através dos sentidos do corpo. Era atribuído, por assim dizer, através de uma diretiva sagrada, definida pela Vontade de Deus, através da realização em si dos atributos do Espírito Santo, em Si Mesmo. Ele ouviu apenas a Voz por Deus, no sentido de direcioná-Lo à Visão de Cristo em seus irmãos, e assim percebeu a inexistência de uma ordem de dificuldade em milagres, ao que cumpriu Sua missão em inevitabilidade de erros. Esteve em conceito definido como santo, mas atinha-se em qualidade ao que mais humilde pode haver: perceber o irmão como si mesmo, destruindo assim qualquer vocação aos inversos, através do pressuposto meramente simbólico da separação. Por isso, Cristo fazia milagres     Nele Mesmo, não em símbolos, ou em corpos nomeados e divididos em ordenações de diferentes “pessoas”.

            Deus não discrimina. Ele não está partido, ou cindido; não pode asserir uma separação em Si mesmo. Como poderia, então,  haver ordem de dificuldades em milagres? Seria necessário que a discriminação fornecesse os parâmetros para a adesão do milagre a este ou aquele efeito, segundo o merecimento ou o valor. Ora, se Deus não discrimina, o milagre não pode ser discriminativo. Então, acreditas mesmo que o milagre não possa vir a ti? Pois este é o pensamento em arrogância, ao se acreditar discriminado, devolvido a ti mesmo pelo isolamento em corpo. Negar o milagre é o mesmo que crer em ordenações ou separação.
           
            No entanto, enquanto a mente cindida, ou devastada em cisão, crê que está separada das outras mentes, surge um grande investimento em defesa. Neste caso, tal investimento insano pode surgir em imagens na forma de opressão em teus irmãos, coincidências apontando “defeitos”, direções equivocadas na vida, má sorte etc. Pois a cisão precisa de várias formas, não é mesmo? Ela é dividida. A unificação dos pressupostos da cisão em dois somente surgirá quando um evento miserável puder ser perdoado completamente. Isto não precisa de nenhum esforço de tua parte, pois a tua parte é não interferir. Jesus Cristo é o símbolo máximo da não interferência. A ti só é pedido que te empenhes nos exercícios e procure dirigir a tua mente em propósito santo, conforme são as lições. Este é o teu repertório. Perdoar é nascer de novo, pois vês o mundo limpo, não para projeções, mas em devoção genuína ao ato de ver o visto, em imagens, pois os pensamentos sãos que tens ensinado a ti mesmo são as imagens sãs que verás.

            As imagens são contempladas em equívocos quando temes. Ora, se estás temeroso, com pensamentos temerosos, como verias imagens de amor? Perdeste tua carteira, ou esquecestes a chave do carro, foste picado por uma abelha, pequenas ocorrências do dia parecem totalmente enlouquecidas em tua mente, como se tivesses má sorte. É preciso cuidado aqui. Como diz o UCEM, algum eventos que julgas como sucesso foram teus maiores fracasso e vice e versa. Pode ser que a “sorte” seja um evento simbólico de tua própria confusão. Em um empenho fortemente devotado à miséria, um pode ganhar na loteria e bloquear, em sedução idólatra, sua função aqui. Mas para o mundo, este seria um homem de “muita sorte”.

            Por isso não gostamos de dar exemplos. Os símbolos da separação não são unívocos, ou imutáveis. Tanto é que se diz: “o bem de hoje é o mal de amanhã”. E não podes cair em idolatria ao aceitar isenções para este ou aquele formato em imagens. Não se trata de julgar, mas te manteres o Espírito Santo em unificação, sem interferências. Isto, já foi dito, pode te ser ensinado, mas não és tu mesmo quem te ensinas a ti.

         Segregações não são aceitas. Não há diferenças entre os filhos de Deus, mesmo se estão adormecidos. As imagens de seus corpos não são o que eles são. As características em separação não são o mesmo que os eventos criativos que dirigistes em tua própria direção. Segundo tua “assessoria” em interpretações, o empenho em direções parece aprazível de acordo com o julgamento de valor através do “sucesso”. Ora, demos o exemplo do sucesso em loteria, e percebestes que o engano não variou por conta disto, embora o “vencedor” tenha se acreditado em “sorte”. Não há acasos no plano de Deus para a salvação, mas tu podes te atrasar muito, enquanto tentas dirigir a correção. Obviamente, tudo pode ser utilizado pelo Espírito Santo em teu favor, mas dificilmente uma prerrogativa diretiva será o caminho em salvação, se ela estiver destacada em mágica ou miséria ilustrada.
           
            O “caminho do outro” não existe, por isso a inveja é uma repetição. Repetir o mesmo não é possível, pois o mesmo está, em nosso currículo, associado à unificação. Portanto, repetir, no contexto da separação, parece valioso, pois o caminho do “sucesso” já foi trilhado por outros, com ênfase na distância entre a felicidade destes outros e a tua miséria. A diferença em vontade de alcance, ou repetição, é definida como “inveja”. Parece que tens mais ou menos que um outro Filho de Deus. No entanto, os dois tem tudo.

            Segurança surge no contexto da devoção. Agradece a Deus pela tua sanidade restaurada. Perceba o quanto o amor de Deus te abrange em alegria e amor diante de dias bons que tiveste em isenção de vontades ou desejos. Não apeles para a miséria em busca de sorte ou empenho em favor daquilo que não é para ti. Não temas os eventos aos quais nomeias “acaso”, pois não podes construir nada em imagens que não venha de tua mente, e acreditar em “maldade do mundo” é acreditar em mágica. E não penses que há uma revelação ou impulsionamento do mundo em direção àquilo que te machucaria, pois não podes julgar o que o mundo é. Mas disciplina a tua mente. O caminho te foi dado. Ver o mundo real é absolutamente possível para qualquer um, e este é o único caminho ao qual o teu irmão passará contigo, mesmo que isto ocorra aparentemente em diferença no tempo. Nisso não há inveja. Desejar a salvação não é salvação, mas aquilo que pedes mediante Sua Vontade, Deus proverá.

            Adicionalmente, não há mensagens no mundo. O mundo é bem uma fabricação densa de teus pensamentos. Mas como teus próprios pensamentos são símbolos do que estás a imaginar ser, o mundo passa a ser a ilusão densa de tua imaginação. Enquanto quiseres te machucar a ti mesmo, experimentarás um mundo impiedoso, variando em suas formas como “falsidades”, “injustiças” etc. No entanto, a correção está em ti mesmo, disponibilizada por Deus, sendo portanto infalível. Escuta-A. Os meios te foram dados. Esperamos por ti em paz.


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